quinta-feira, 9 de agosto de 2007

UM MINISTRO DE CORAGEM

Hoje, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro receberá o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para condecorá-lo com a Medalha Pedro Ernesto, a mais alta comenda da cidade. É o mínimo que o legislativo carioca e a sociedade organizada fazem como demonstração de apoio a sua corajosa gestão à frente do Ministério da Saúde.
Temporão destaca-se pelo enfrentamento desassombrado de temas como o aborto clandestino, os direitos da mulher, a defesa de um debate livre sobre a paternidade responsável, a necessidade de redução do consumo de álcool, a melhoria da assistência farmacêutica aos portadores do HIV e a ampliação da licença maternidade, de 4 para 6 meses, dentre outros.
Foi observando essas atitudes que propus à Câmara Municipal a concessão da Medalha, que será entregue em sessão solene, às 18h30m, no Plenário da nossa Casa de Leis.
O evento terá a participação dos movimentos organizados de mulheres e de todos os que entendem ter chegado a hora de encarar as mazelas da saúde pública brasileira.
Um tema que merece destaque é o da garantia dos direitos da mulher interromper a gravidez. Temporão assumiu o compromisso de rever a legislação repressiva para que o princípio da livre escolha no exercício da sexualidade possa ser plenamente respeitado.
Seguindo esta linha de raciocínio, lançou uma renovada política de planejamento familiar, que inclui laqueaduras e vasectomias. Partindo da premissa de que quanto mais informada e com mais acesso aos métodos anticoncepcionais as pessoas tiverem, menor a oportunidade de uma gravidez indesejada, reduzindo a prática do aborto clandestino.
Estamos diante de uma questão de saúde pública grave, responsável pela morte de milhares de mulheres por ano em nosso país. Elas têm que ser ouvidas. O Ministro Temporão tem enfrentado com competência os desafios históricos da área de saúde, procurando criar as condições para que o Poder Público responda com medidas concretas a esta que é uma das áreas mais precárias, em todos os níveis de governo ao longo do tempo.
Mas suas atitudes desassombradas têm provocado reações de quem sempre deu as cartas e tem um enorme poder de decisão. Poder até de fazer e derrubar ministros.
Numa hora como essa, independente de estar alinhado ou não com o governo, temos de nos posicionar com a mesma determinação do ministro da Saúde. Se ele tiver um apoio afirmativo dos segmentos da sociedade mais lúcidos, teremos construído uma fortaleza capaz de dar uma resposta séria a um velho desafio. Resposta, aliás, que já vem com atraso.

Nenhum comentário: