Oito meses depois de empossado, o governador Sérgio Cabral está metido num cipoal de greves e protestos de servidores, revoltados com seus salários e insatisfeitos com a proposta de um aumento parcelado que não era bem o dito. Ao invés de 25%, o Estado daria nesse período, segundo cálculos do prefeito César Maia, 3 e pouco no primeiro ano e 6 e pouco no segundo ano.
As greves atingem os setores prioritários do Estado e vão prejudicar especialmente os cidadãos, que não têm nada com o pato. Além de professores, já parados, e policiais civis, que iniciaram o protesto ontem, também os agentes penitenciários decidiram cruzar os braços. O governador mandou endurecer com os grevistas e vamos ter uma queda de braço, enquanto o pessoal da saúde também se articula para deixar os fluminenses sem atendimento.
A greve nos serviços públicos é sempre uma faca de dois gumes, como observou o coronel e médico legista Inimá Miranda, que fez um amplo estudo a respeito na área de segurança pública, considerando em particular os seus aspectos jurídicos.
“O aumento proposto pelo governo Sérgio Cabral é realmente indecoroso - 25% em 24 meses, divididos em cinco parcelas. Por outro lado, a greve que será realizada por policiais civis não será a melhor forma de pressionar o governo e correrá o risco de esvaziar-se o movimento, principalmente a partir do momento em que perder o apoio popular” – opinou, em e-mail a este colunista.
Com a experiência de mais de vinte anos como médico militar e perito legista, o coronel Inimá pede ainda maior rigor na atividade dos policiais: “somente com trabalho honesto, dedicado, extremado e cumpridos do que determinam os Códigos Penal e Processual Penal, bem como cumprindo integralmente suas Escalas-de-Serviços, é que os policiais civis irão obrigar o senhor Sérgio Cabral a dar condições de trabalho, ao tempo em que terão a população fluminense engajada na necessária reposição salarial. A palavra de ordem será "TOLERÂNCIA ZERO" por parte da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Assim, o senhor Sérgio Cabral terá de descer de seu palanque eleitoral e efetivamente governar pra o povo fluminense, uma vez que os seus eleitores outorgaram-lhe uma procuração (mandato) para agir em benefício de todo o estado e de suas instituições”.
Da minha parte, só tenho a dizer: o governo precisa realmente dar uma revisada séria nos vencimentos dos servidores, antes que aconteça o caos, como em Alagoas, mas a população não pode ser a vítima desse impasse.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
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