A existência de “gatos” de água e luz já faz parte da crônica das grandes cidades. Na modernidade, foi incorporado um novo tipo de ligação clandestina, apelidado do “gatonet”, uma dos “serviços” prestados diretamente ou terceirizados pelas “mineiras” que controlam pelo menos 90 comunidades do Rio de Janeiro.
Nas áreas carentes, esses “gatos” são “defesas” dos que não ganham nem para pagar a comida e as despesas mínimas. Daí, migrarem para as favelas, onde, na pior das hipóteses, fogem dos aluguéis.
Mas “gato” do “colarinho branco”, essa é demais. No entanto, a ação determinada do presidente da Cedae, Wagner Victer, tem mostrado que o abuso é muito maior entre os que podem pagar. Ou não podem, mas querem ter uma vida de rico.
O resultado é que há uma completa distorção que obriga os consumidores corretos a pagarem duas vezes: pelo seu gasto pelos que recorrem a ligações clandestinas.
Para agravar, na gestão, passada, aconteceu uma farra de favorecimentos a condomínios que, por injunção político-eleitoreira, foram considerados carentes, para o benefício da tarifa subsidiada, quase simbólica.
Na terça-feira, numa rua de classe média alta, no bairro do Recreio, as sete casas vistoriadas foram pilhadas com ligações clandestinas. Verdadeiras mansões, segundo s fiscais da Cedae e da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados.
A operação foi na Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes. Com 40 residências, nenhum tem cadastro na Cedae, Durante a blitz, foram flagradas ligações clandestinas nas sete casas vistoriadas.
- Esse caso da Avenida Célia Ribeiro é emblemático. Casas e mais casas de pessoas com alto poder aquisitivo sem qualquer cadastro na Cedae, usufruindo de um bem público, sem a menor preocupação com o custo disso e suas implicações econômicas e sociais. Mas, volto a dizer: doa a quem doer, não haverá contemporização com aqueles que insistirem nessa prática criminosa - disse o presidente da Cedae, Wagner Victer.
Segundo Victer, desde o início do ano, já foram realizadas mais de 500 operações de combate às ligações clandestinas e ao furto de água, que já totalizaram quase R$ 2 milhões em multas. Técnicos da Cedae estão estimando o tempo que o "gato" abasteceu o local para calcular o valor da multa.
A minha expectativa é que essas operações não parem, inclusive nas empresas, bares e restaurantes que adoram passar a CEDAE para trás. Mas vai além: é preciso que com isso haja uma revisão das tarifas para menos e os empregados tenham melhores salários.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
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