Estamos diante de um caso típico em que a emenda saiu pior do que o soneto. O governador Sérgio Cabral Filho anunciou um aumento de 25% para as categorias da segurança, saúde e educação. À primeira vista, o anúncio encheu os olhos dos servidores. Quando foram fazer as contas, não era nada disso.
O aumento seria parcelado em 24 meses e, na ponta do lápis, não chega a 6%. Isso causou ainda mais revolta, minou as negociações que estavam em andamento e gerou tensão no governo do Estado. Policiais civis anunciaram paralisação de 72 horas para esta semana, professores decidiram estender a greve de 48 horas que deveria se encerrar quinta-feira e o pessoal dos hospitais avisou que fará assembléia com disposição de parar. Outro grande desafio para o governador Sérgio Cabral Filho é a crise de comando causada pela carta aberta, divulgada na quarta-feira (dia do anúncio do aumento), em que nove coronéis da ativa protestaram publicamente contra o que chamaram de “indigno reajuste”. Os oficiais também se queixam de terem sido traídos por Cabral.
Quem fez as contas e jogou uma ducha de água fria foi o prefeito César Maia, que livrou a cara do governador, mas pegou pesado no secretário de Fazenda: “ô seu Joaquim Levy! Depois de enrolar os servidores federais não venha aqui tentar iludir a boa fé dos servidores estaduais! Está bem! Os problemas financeiros são graves e o estado está dando o que é possível, mas diga quanto é de verdade!”
E explicou em seu “ex-blog”: os servidores terão reajuste nominal de 0,5% no primeiro ano e depois 6,5% e em seguida 10,5% ou 18,2% acumulados até 2009 ou 5,7% ao ano sem inflação. Com inflação de 5% o reajuste real em três anos será de 3% ao ano”.
Quarta e quinta-feira estive em Brasília. No aeroporto, peguei um táxi dirigido por um terceiro sargento da PM (lá a escala é de 24 por 72 horas). Conversa vai, conversa vem, ele disse que seus vencimentos na PM de lá são de R$ 4.300,00 líquidos.
Nada a ver com o dos PMs fluminenses, que podem criar uma situação de tremendo desconforto para o governador com repercussão sobre toda a população, já apavorada com a falta de segurança na cidade.
E isso acaba sobrando para as comunidades pobres, vítimas de operações de quem se sente traído e está com raiva do que faz.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
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