A declaração do presidente da Philips, Paulo Zottolo, sobre o Piauí é mais uma demonstração de que esses empresários de São Paulo, principalmente os prepostos das grandes multinacionais, são uns tremendos caras de pau. E são logo eles que se arvoram de indignados nesse estranho movimento chamado “Cansei”, numa hora em que o povo brasileiro está realmente cansado, sobretudo, dos péssimos salários e da exploração de que são vítimas, sem falar no desemprego, arma que os poderosos usam para ter mão de obra a preço de banana.
Esse empregado dos gringos teve a coragem de fazer a seguinte declaração: “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado". É mesmo, cara pálida?
Isso é o quê? Mesmo a São Paulo dessa elite empedernida teria chegada onde chegou se não fosse com o trabalho dos nordestinos e se não fosse pela própria realidade de Estados como o Piauí?
O governador piauiense, Wellington Dias, protestou, mas já aceitou as desculpas e uma promessa de visita a Teresina ainda este mês. Isso apaga a ofensa grosseira, prepotente e preconceituosa? Não. Nenhum piauiense que se preze vai engolir tamanha agressão. Os estudantes já foram para a rua e queimaram dois aparelhos da marca Philips, até porque, se esses pontas de lança do capital espoliador forem embora do Brasil, aí, sim, ninguém vai ficar chateado. Eu particularmente, que sei como esses caras se servem dos financiamentos do nosso BNDES, tenho certeza de que empresas genuinamente brasileiras, que infelizmente hoje são raras, seriam muito mais úteis.
A bem da verdade, esse não é o único a desrespeitar o povo nordestino (eu sou cearense com muita honra). Em fevereiro de 2003, José Graziano da Silva, então ministro do Fome teve o desplante de atribuir o aumento da violência em São Paulo aos nordestinos. Falando para os empresários da FIESP o ex-ministro não fez por menos: “Se eles (os nordestinos) continuarem vindo pra cá, nós vamos ter de continuar andando de carro blindado."
Isso é o que eles falam em público. Imaginem o que dizem a boca pequena, enquanto exploram a mão de obra do nordestino, no Sul ou na própria terra, como se nossos irmãos fossem seus escravos.
Está na hora da gente mostrar o nosso valor, inclusive deixando de comprar produtos desses empresários deslumbrados.
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
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