segunda-feira, 5 de novembro de 2007

UM GOL DE PLACA TAMBÉM FORA DE CAMPO

A frase mais ouvida nos últimos dias é “o Brasil ficou mais verde e amarelo para sediar a Copa do Mundo de 2014”: éramos candidato único. Não havia como perder. Alegria justificada: o futebol é sem dúvida a maior paixão do povo brasileiro. E o maior engodo.
Sempre que a seleção esta bem em uma competição (na Copa, que vencemos cinco vezes, nem se fala) a bola na rede funciona também como uma cortina para fazer esquecer graves problemas que o país enfrenta e enfrentará. Já aconteceu. Acontecerá de novo. É jogo sem apito final.
É importante a Copa no Brasil até porque realiza uma mágica financeira com reforma e construção de estádios em 12 de capitais consumindo milhões de reais, os mesmo milhões que não aparecem quando se fala na construção de hospitais, e escolas, e na reforma da educação, da saúde, mais dignas aposentadorias e melhor salário para trabalhadores, os mesmos que fazem o futebol ser tão importante.
O futebol é dos poucos fenômenos de massa que consegue unir,
(democraticamente) em torno de uma mesma paixão, todas as classes sociais, além de atrair a atenção do mundo. Para a Copa de 2014 acredita-se que cerca de 500 mil turistas estarão por aqui, ou seja, mais divisas, mais empregos, maior segurança. Pena que dure pouco. Exatamente como o fim de uma partida de futebol: a vitória, assim como a derrota, é esquecida em menos de uma semana.
Agora vários governadores estiveram na Suíça para acompanhar o nada surpreendente anúncio da escolha do Brasil. O país precisa da torcida e do entusiasmo de seus governadores, mas não só na hora do futebol, esporte que realizou a primeira competição internacional em 1930 (vitória do Uruguai). Em 1942 e1946 não houve partidas internacionais por causa da 2ª guerra mundial.
A Copa do Mundo (o Brasil é o único país que participou de todas) é o segundo maior evento esportivo do mundo. (os Jogos Olímpicos é a maior). O Futebol projetou-se final do século XIX. Em 1900,1904 e 1906 fez parte dos Jogos Olímpicos.
É importante sediar a Copa dentro de 7 anos, mas sem esquecer que nesse período é mais importante marcar gols de placa em programas sociais. Aí sim festejaremos.

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