Falando em português claro: parecia birra de criança a permanência de Milton Zuanazzi na presidência da Agência Nacional de Aviação Civil. Agora ele, que nada fez na época do apagão aéreo que prejudicou o país, maltratou a população e deu enorme prejuízo, resolveu sair fora, o que deveria ter feito no início da crise. Mas, não: preferiu travar uma infantil queda de braço com o ministro da Defesa Nelson Jobim.
Zuanazzi foi o último diretor da crise, que nem acabou direito a deixar o cargo. Esqueceu lição simples que se aprende na adolescência freqüentando festas: devemos ir embora dos lugares aonde não nos querem e sair por cima de cabeça erguida. O ex-presidente da Anac preferiu bater pé e contribuiu com a crise ao alimentar uma briguinha infantil.
Antes de partir Zuanazzi, que permaneceu o tempo que quis porque o cargo de diretor é garantido por mandato e só pode ser retirado em casos especiais como, por exemplo, processo por improbidade administrativa, fez uma festa e deu entrevista, garantindo que a crise aérea não acabou e que não será tão fácil resolver rapidamente o problema que atinge usuários da aviação comercial.
Mais grave: é tal a incompetência e a omissão nessa área de interesses poderosos que até quem não pega avião está pagando o pato, como aconteceu na queda de um jatinho neste fim de semana em São Paulo.
A aviação comercial brasileira iniciou-se em 1927 quando a empresa Condor Syndikat transportou passageiros no hidroavião “Atlântico”. Não era vôo pioneiro no país: o primeiro foi em 22 de outubro de 1911 (da Praça Mauá até Ilha do Governador) com o aviador Edmond Plauchu, ex-mecânico de Santos Dumont. No dia 14 de outubro tinha sido fundado (na redação do jornal A Noite) o Aeroclube Brasileiro, que no ano seguinte fez sua primeira escola de aviação. A primeira empresa brasileira de aviação foi a Varig fundada em 1927 com rotas entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.
O afastamento de Zuanazzi rendeu: enquanto o ministro da Defesa dizia aliviado que “Zuanazzi está saindo porque não concorda com minhas idéias”, o ex- presidente da Anac garantia que a crise aérea não está resolvida e que ‘existe uma agenda oculta no país que não quer que pobre ande de avião”. Uma declaração que não explica muito, mas nos deixa a certeza de que, como dizia o Barão de Itararé, “há mais no ar do que os aviões de carreira”.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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