“Estou convencido de que estamos no caminho certo” – essa tem sido a declaração padrão do governador Sergio Cabral toda vez que é questionado sobre qualquer ação de enfrentamento policial com a bandidagem. Fico me perguntando o que será que o governador entende por “caminho certo”?
Será que “caminho certo” é esse que leva bandidos a assaltar um cada vez um maior número de turistas em Copacabana, o nosso ainda maior cartão postal. Ou é o que faz embocada para matar três policias em Campo Grande, e outro na Tijuca. Ou será a já comprovada ineficiência de invasões policiais, com “caveirões” e tudo, nas favelas do morro e do asfalto? Isso sem contar outros crimes.
Ora, se a polícia não consegue sua própria proteção como acreditar que poderá proteger a população? O fato é que a política de segurança desenvolvida pelo governo Sergio Cabral só tem rendido, além de balas perdidas, vítimas inocentes e críticas.
Há dias Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da Organização das Nações Unidas não negou fogo e fez duras críticas à política de segurança do estado, que “prejudica a imagem do Brasil e do Rio”: “Fiquei muito constrangido – disse – com as declarações infelizes do governador defendendo e até incitando a violência policial no Rio. Isso é uma vergonha e tem repercussão internacional”.
O relator da ONU diz ainda que o governador "não tem idéia do que declarações desse tipo fazem ao país, não só junto aos órgãos da ONU, mas em toda a comunidade internacional”. Sem contar os estragos que tem feito na carne de toda a comunidade do estado.
Há quem argumente que a execução de policiais faz a policia agir com rapidez e eficiência. É assim mesmo, mas o ideal é que ações de inteligência sejam feitas constantemente sem que policiais tenham sido vítimas, mesmo quando se desconfia de alguma aliança criminosa.
Assaltos (e morte do italiano atropelado ao perseguir o ladrão) a turistas repercutem negativamente no mundo: jornais italianos, por exemplo, estamparam a notícia de que “o Rio é uma das cidades mais violentas do mundo, mas os fatos sangrentos continuam confinados principalmente aos subúrbios, longe das famosas praias”. Nenhum exagero.
Mostra que o “caminho certo” do qual o governador se orgulha é o que faz turistas tomarem o caminho de volta para casa enquanto a população do estado pensa em fugir para bem longe desse “caminho certo” que só tem mostrado rumos errados.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
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