Pelo visto, não querem mexer na planilha dos custos do gás. Preferem manter o velho sistema de intermediação lucrativa, apoiado pela constante ameaça de desviar o gás veicular para as indústrias, jogando um consumidor contra o outro, e desconhecendo que hoje são os carros a gás chegam a quase um milhão e meio, dos quais 450 mil são, no Rio de Janeiro.
Temos então milhares de brasileiros sob ameaça de toda natureza: enquanto os preços do gás já superam a marca de R$ 1,5 o metro cúbico, ao invés de procurar respostas positivas, as autoridades procuram o caminho mais rotineiro: o consumidor que se vire.
Na audiência realizada terça-feira na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, a Sra. Maria das Graças Fortes, diretora de Gás e Energia da Petrobras, não colocou panos quentes: o preço do gás natural vai subir a partir do ano que vem, ou seja, daqui a pouco.
Não escondeu o jogo: “Certamente nós teremos um aumento do preço do gás em 2008 e 2009. Isso é necessário”. Pelas contas do governo pode até ser necessário, mas só é porque deixaram a crise atingir uma gravidade que deveria ter sido ser resolvida diante de alertas dados nos últimos sete anos.
O anunciado reajuste será entre 15% e 25%. Quer dizer: vai pro brejo a economia que a utilização do GNV prometia principalmente aos taxistas que precisam desse combustível para trabalhar. Mais uma vez o povo é quem vai pagar a conta, mas mesmo assim a Petrobras considera “isso razoável, porque quem vende gás vive de existência e da continuidade de compradores. Não adianta sonhar com preços com os não se vende”. Mas fizeram o consumidor sonhar com uma economia que já se sabia não seria era real.
A Petrobras é definitiva: “Além das correções do preço, nós precisamos de um aumento real, algo que vai ser dosado, suavizado ao longo dos dois próximos anos”.
Para a diretora da Petrobrás “é necessária uma revisão do preço do gás natural para que ele, adequadamente valorizado, possa continuar sendo cobiçado por todas as operadoras”. Desde que o povo pague a fatura. O mais grave: entre a Bolívia e o consumidor, o preço do gás é multiplicado por 60. Pode?
Desculpem a insistência, mas os faros mostram como é importante a audiência pública que acontecerá, no próximo dia 30, na Câmara Municipal. Só assim poderemos encontrar propostas que não sejam apenas as de meter a mão no bolso do consumidor.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
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