Não há estatística oficial (não interessa aos patrões e, pelo visto, muito menos ao governo), mas basta um levantamento no que tem sido publicado sobre a crise da aviação comercial para chegar ao preocupante número de mais de 12 mil aeroviários, aeronautas e aeroportuários demitidos desde 2002 quando a TAM mandou inicialmente para o espaço 524 funcionários. Entre ex-funcionários da Transbrasil (1.000 demissões e falência decretada em 2003), Vasp (4.500 demissões em 2005 e Varig (5.500 demissões) e agora 1.100 demissões anunciadas pela BRA (sem falar da Webjet) é inevitável concluir que nossa a aviação comercial vai de mal a pior, o que ajuda a entender o apagão aéreo que envergonha o país. Aqui e no mundo.
A conseqüência mais grave dessa crise será a abertura dos nossos céus para vôos domésticos feitos por empresas estrangeiras. Hoje, já não podemos cumprir as obrigações internacionais: para cada 4 vôos de empresas estrangeiras, temos um de empresa brasileira.
Funcionários das maiores empresas aéreas brasileiras estão sendo jogados nas latas de lixo dos aeroportos sem receber indenizações e respeito. Os péssimos exemplos anteriores exigem que a vigilância em torno da BRA seja total para evitar que seus trabalhadores também tenham seus direitos trabalhistas usurpados sem que se tome uma providência enérgica. Não é tolerável aceitar que empresas aéreas simplesmente mandem funcionários para o espaço como se fossem peças quebradas que não servem para mais nada,mas já serviram.
O discurso da BRA, que só começou a ter vôos regulares a partir de 2006 (em 2000 era empresa de fretamento de vôos) é praticamente o mesmo das outras companhias, que muito falaram e nada cumpriram deixando no ora veja os funcionários, como deixavam passageiros.
Em nota oficial a BRA tenta mostrar preocupação com passageiros pedindo procurar guichês da empresa para orientações. Esqueceu que já na noite de terça-feira suas lojas e balcões não teriam condições de atendimento: funcionários eram comunicados da demissão em massa. Nenhuma preocupação com os aeroviários abandonados repetindo procedimento ocorrido em outras empresas que devem explicações até hoje. O presidente da Federação Nacional de Trabalhadores do Transporte Aéreo, Uébio José da Silva, não esconde o temor que “funcionários da BRA tenham o fim que tiveram trabalhadores de outras empresas e fiquem a ver navios”.
Para a BRA a suspensão dos vôos é temporária. Não será. É mais um vôo sem volta deixando 1100 trabalhadores pendurados em um pára-quedas que se espatifará no solo.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
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