quarta-feira, 7 de novembro de 2007

ESTÃO CORTANDO AS ASAS DO BRASIL

Não há estatística oficial (não interessa aos patrões e, pelo visto, muito menos ao governo), mas basta um levantamento no que tem sido publicado sobre a crise da aviação comercial para chegar ao preocupante número de mais de 12 mil aeroviários, aeronautas e aeroportuários demitidos desde 2002 quando a TAM mandou inicialmente para o espaço 524 funcionários. Entre ex-funcionários da Transbrasil (1.000 demissões e falência decretada em 2003), Vasp (4.500 demissões em 2005 e Varig (5.500 demissões) e agora 1.100 demissões anunciadas pela BRA (sem falar da Webjet) é inevitável concluir que nossa a aviação comercial vai de mal a pior, o que ajuda a entender o apagão aéreo que envergonha o país. Aqui e no mundo.
A conseqüência mais grave dessa crise será a abertura dos nossos céus para vôos domésticos feitos por empresas estrangeiras. Hoje, já não podemos cumprir as obrigações internacionais: para cada 4 vôos de empresas estrangeiras, temos um de empresa brasileira.
Funcionários das maiores empresas aéreas brasileiras estão sendo jogados nas latas de lixo dos aeroportos sem receber indenizações e respeito. Os péssimos exemplos anteriores exigem que a vigilância em torno da BRA seja total para evitar que seus trabalhadores também tenham seus direitos trabalhistas usurpados sem que se tome uma providência enérgica. Não é tolerável aceitar que empresas aéreas simplesmente mandem funcionários para o espaço como se fossem peças quebradas que não servem para mais nada,mas já serviram.
O discurso da BRA, que só começou a ter vôos regulares a partir de 2006 (em 2000 era empresa de fretamento de vôos) é praticamente o mesmo das outras companhias, que muito falaram e nada cumpriram deixando no ora veja os funcionários, como deixavam passageiros.
Em nota oficial a BRA tenta mostrar preocupação com passageiros pedindo procurar guichês da empresa para orientações. Esqueceu que já na noite de terça-feira suas lojas e balcões não teriam condições de atendimento: funcionários eram comunicados da demissão em massa. Nenhuma preocupação com os aeroviários abandonados repetindo procedimento ocorrido em outras empresas que devem explicações até hoje. O presidente da Federação Nacional de Trabalhadores do Transporte Aéreo, Uébio José da Silva, não esconde o temor que “funcionários da BRA tenham o fim que tiveram trabalhadores de outras empresas e fiquem a ver navios”.
Para a BRA a suspensão dos vôos é temporária. Não será. É mais um vôo sem volta deixando 1100 trabalhadores pendurados em um pára-quedas que se espatifará no solo.

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