terça-feira, 9 de outubro de 2007

OS NÚMEROS MORTAIS DA VIOLÊNCIA

Chama atenção a incoerência dos números de um balanço, relativo ao primeiro semestre do ano, divulgado há dias pelo Instituto de Segurança Pública. O relatório confirma o aumento de número de mortos em confrontos com a polícia e o também aumento de assaltos a pedestres nas ruas de um Rio que está passando violentamente pelas nossas vidas. Foram oficialmente (não há registro de todas as ações porque muitas vítimas não prestam queixa) nos últimos 16 anos ( a maior registrada no período) e que certamente acontecem (e pelo visto continuarão acontecendo) pela absoluta fala de policiamento nas ruas.
Os policiais e seus caveirões que invadem favelas, não porque queiram, mas por falta de um adequado planejamento para um mais eficiente combate ao tráfico, seriam não tenho dúvidas, mais úteis e competentes nas ruas em defesa dos pedestres, já que as violentas ações nas favelas não conseguem resolver e nem diminuir o problema. Pelo contrário: o agravam na medida em que durante as invasões tiros são disparados pra todo lado alvejando (e matando) dezenas de inocentes.
As ineficientes operações policiais nas áreas mais carentes e desprotegidas do estado aumentaram em 33,5% o número de mortos (mais inocentes do que culpados) em confrontos com a polícia. Só em maio, segundo o relatório, em uma única operação policial foram mortas 19 pessoas no Complexo do Alemão. Foram no total e até agora 694 casos (137 mortes em conflito). Não são apenas os cada vez mais freqüentes assaltos e balas perdidas que ameaçam os pedestres: no trânsito houve aumento 4,9% de vítimas. Roubos a carros também preocupam: 93 veículos são “levados” por dia.
Merece profundo estudo o relatório divulgado pelo Instituto de Segurança Pública. O ISP é uma autarquia criada em dezembro de 1999 para planejar e implementar políticas públicas e auxiliar a Secretaria de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Estão esperando o que?
É hora de agir com inteligência e planejamento para tranqüilizar os moradores da cidade. O que não dá é o cidadão continuar caminhando pelas ruas com medo até da própria sombra. Nem tentar resolver o problema da violência urbana com ações de extermínio nas comunidades, onde vivem milhares de trabalhadores e jovens que precisam de um outro tipo de atenção do poder público.

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