terça-feira, 2 de outubro de 2007

OS NÚMEROS ASSUSTADORES DA VIOLÊNCIA

A manchete do POVO de ontem é de arrepiar: “Rio mata mais que Colômbia”, na matéria da página 3, assinada pela editora Giselle Sant`Anna, baseada em dados oficiais da ONU, ela destaca: “em um mesmo período, 49 mil e 900 pessoas foram mortas na cidade, enquanto 39 mil em território colombiano”, envolvido numa guerra civil há mais de 40 anos.
Curiosamente, o apresentador Luciano Huck, que teve medo de morrer ao ser assaltado no bairro chic dos jardins, em São Paulo, escreveu na FOLHA DE SÃO PAULO porque havia desistido do carro blindado: ““não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro”.
Os dados do relatório que teve um tratamento muito competente de Giselle Sant`Anna, repercutiram em toda a imprensa brasileira e apresentou informações chocantes, entre eles: as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro respondem pela metade dos crimes em todo o país.
O mais grave acontece no Estado de São Paulo, o mais rico do país, que responde pela metade dos impostos recolhidos pelo governo federal. Embora tenha apenas 0,17% da população do planeta, aparece com uma estranha façanha: um em cada 100 crimes no mundo de mais de 6 bilhões de habitantes acontece no Estado brasileiro.
Os números são fartos e respondem também por outra estatística gritante: 70 em cada 100 brasileiros não se sentem seguros ao voltarem para casa.
O estudo foi feito por uma agência da ONU destinada à questão da habitação. Mas acabou entrando pela questão da criminalidade, estabelecendo uma ligação entre os problemas sociais e a violência.
Eu bem que poderia falar mais em números, mas a matéria de ontem do POVO ocupa quase uma página inteira com preciosas informações.
Coloco-me aqui em seu lugar, ao procurar resposta para esse ambiente assustador. Afinal, quais as verdadeiras causas de tanta matança? O que a sociedade e os governos podem fazer para impedir o crescimento ameaçador dessa onda mortal?
Por mais que a gente parta para uma resposta imediata, pelo que aparece à primeira vista, corre-se o risco de chegar a conclusões superficiais, que não levam à redução da violência. Por hoje, deixo no ar as indagações. Você, o que pensa?

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