sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O FECHAMENTO DA FÁBRICA DA GE

A notícia do fechamento da Fábrica da General Eletric em Maria da Graça é mais um golpe mortal que atinge diretamente a comunidade do Jacarezinho, sua vizinha.
Desde quando foi se espalhando, a população daquela comunidade gravitou originalmente em torno dessa indústria que chegou a ter 4 mil empregados e mantinha um portão de acesso direto ao Jacarezinho.
A GE estava no Rio de Janeiro desde 1919 e seu parque em Maria da Graça, próximo ao Jacaré, era a grande âncora do bairro nos tempos em que ali existia o segundo centro metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Nos últimos 30 anos, esse parque industrial foi sendo desativado, principalmente porque nunca se modernizou, nunca investiu em novas tecnologias. O resultado é a transformação do entorno no maior núcleo de desempregados da cidade. Trabalhadores com alto índice de experiência e especialização andam por aí, de um lado para outro, procurando sobreviver do trabalho informal. Muitos camelôs são ex-metalúrgicos que precisam manter suas famílias. Ali, a situação chegou a um ponto em que agora são as mulheres (muitas empregadas domésticas) e os aposentados que respondem pelas despesas da casa.
A empresa publicou uma nota, garantindo que cumprirá com todas as obrigações trabalhistas e criará um programa de benefícios que prevê, inclusive, o eventual aproveitamento de alguns dos demitidos em outras unidades do grupo.
Mas o que será de suas instalações, que tem uma grande capacidade produtiva? Há vários casos, inclusive no Rio de Janeiro, em que os próprios trabalhadores tocaram por conta própria indústrias que fecharam de uma hora para outra.
No caso da GE, há mais de dez anos ela se dedicava à produção de lâmpadas, inclusive fluorescentes. Mas as importadas de suas unidades da Ásia chegam muito mais em conta, até porque adotam modernas tecnologias.
O diretor de relações institucionais da GE, Newton Galvão, resumiu os motivos que levaram à desativação.
- É um momento difícil, mas necessário para a empresa. A realidade do negócio é que os custos para se manter uma fábrica são crescentes, enquanto sua rentabilidade tem queda contínua, quando seus produtos já não respondem às demandas do mercado. Queremos continuar a atender o consumidor da melhor forma possível e vamos fazer isso (vendendo lâmpadas importadas).

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