Fim de feriado é também fim de pesadelo para muitas famílias que se preocupam com mães, pais, filhos, sobrinhos, netos que se acotovelam nas estradas para uma cansativa viagem de repouso. A preocupação faz sentido: é nos feriados prolongados, quando todos viajam mais relaxados e quase sempre irresponsavelmente, que acontece o maior número de acidentes fatais nas estradas que nos permitem descansar em pequenos paraísos.
Viagens de descanso (muito cansativas) provocam dezenas de acidentes. Temos feriados demais e os números de acidentes têm ligação com a desnecessária quantidade de feriadões. Logo no primeiro dia do feriado prolongado que mal terminou os dados são (não há ainda levantamento completo) alarmantes com 48 acidentes (9 mortos e 12 feridos). Quinze mortes em 48 horas. Pode-se argumentar que não é a maioria da população com condições de ter carro e viajar. Não é mesmo, mas acidentes nas estradas fazem vítimas de todos os tipos: humildes moradores de beira de estrada que caminham pelos acostamentos, também irresponsavelmente ocupados por veículos em alta velocidade; passageiros de ônibus, enfim toda sorte de vítimas (são mais de 3 mil atropelamentos por ano com 1.776 mortes em 2004, ou seja, uma morte a cada 198 atropelamentos). Importante alerta nos é dado pelo número de acidentes: a cada dois anos o Brasil perde 3.996 vidas (números de 2004) nas estradas, ou seja, a mesma quantidade de pessoas que os americanos perderam em quase 12 anos da absurda guerra no Vietnã. Perdemos vidas preciosas e dinheiro: os gastos com acidentes nas rodovias são de R$ 22 bilhões por ano (6.5 bilhões em estradas estaduais, R$14 bilhões em estradas estaduais e 1,4 bilhões em estradas municipais), o que representa 1,2% do PIB brasileiro. Acidentes em estradas são causados na maioria das vezes por falhas humanas e má conservação de vias, o que mostra que é preciso orientar mais e melhor os motoristas para que não continue sendo de 51,5% o número de vítimas fatais em cada 100 mil veículos registrados. O carro é uma máquina para ser usada com responsabilidade. É hora de tirar o pé do acelerador e pisar no freio dos carros. E da consciência.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
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