terça-feira, 16 de outubro de 2007

NA PIRATARIA, O CAMELÔ ESTÁ NA PONTA

Pra início de conversa quero deixar bem claro que sou contra a pirataria de qualquer produto. Exatamente por isso não posso fechar os olhos diante da realidade: a venda de produtos falsos, principalmente CDs e DVDs, que aumenta todo dia. Levantamento da Federação do Comércio do Rio de Janeiro concluiu que “a pirataria vem sendo cada vez mais incorporada ao cotidiano do cidadão”. 81% compram CDs piratas e a venda de DVDs pirateados aumentou 51%) . O estudo revela ainda que 42% dos brasileiros assumem ter comprado produtos pirateados.
Novamente tentam culpar consumidores e camelôs que, convenhamos, são os menores responsáveis porque se limitam a vender produtos que lhes chegam às mãos produzidos por, esses sim, “fabricantes” ilegais de fundo de quintal. Noventa e sete por cento dos consumidores justificam a aquisição porque “tem um preço mais em conta”. Portanto, o combate à pirataria passa por aí e nem mesmo as apreensões (foram R$263 milhões em 2006 (80% no Rio e Espírito Santo). Estima-se que até o final do ano a Receita Federal terá apreendido, através da Polícia Civil, mais de 1,5 milhões de produtos falsificados ( CDs, DVDs, óculos, roupas e brinquedos eletrônicos,principalmente). O brasileiro reconhece os males da pirataria, mas mal remunerado vê frustrada a intenção de adquirir produtos no mercado formal.
Não é tomando no peito e na raça produtos que estão nas ruas que se colocará fim à pirataria. Não adianta perseguir que vende. É preciso combater quem “fabrica”, mas a corda não arrebenta do lado mais forte e sim, como sempre, do lado mais fraco.
Pirataria de qualquer tipo é um crime que destrói empregos, fortalece o crime organizado, suja a imagem dos produtores e diminui a arrecadação. Ou seja: lesa a todos nós. Pirataria não é novidade: antes mesmo de Gutemberg (1400 -1486), o inventor da prensa, fazer a primeira tiragem original da Bíblia exemplares piratas do livro sagrado circulavam clandestinamente na Europa. Desde aquela época se sabe - se que o combate à pirataria não se dará perseguindo ambulantes. O buraco é mais embaixo e é nesse que se deve entrar a fundo.

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