terça-feira, 30 de outubro de 2007

MAIS AÇÃO, MENOS CONVERSA NAS FAVELAS

As favelas mereceram recente pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Universitário de Pesquisa do estado que por motivos de segurança não identificou as favelas pesquisadas. A lei da mordaça se impõe até nessa hora. Pesquisadores ouviram 150 moradores de 45 favelas de um total de 700 que existem no Rio.
Os moradores de favelas reclamam, com razão, de “operações policiais que não distinguem pessoas de bem de marginais” e querem segurança policial nas favelas desde que haja “uma mudança profunda nas atividades de rotina” e o fim de ações que colocam em risco milhares de trabalhadores. Depois de ouvir 150 moradores a pesquisa conclui que a convivência com o tráfico é vista como “forçada e não desejada” porque é permeada pela “brutalidade e arbitrariedade”. Também com a polícia.
Embora esteja no foco do noticiário favela não é novidade no Rio: o termo favela surgiu na Guerra de Canudos, por volta de 1807, quando uma cidadela foi construída junto a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim conhecido porque era coberto por uma planta com esse nome. As habitações nos morros cresceram quando os soldados deixaram de receber os soldos e passaram a morar em construções provisórias instaladas em alguns morros, habitados também por outros desempregados. Já naquela época a falta de habitação era o principal motivo da busca de espaço para instalar a família. 100 anos depois as favelas continuam crescendo desordenadamente e pelo mesmo motivo: falta de programas que garantam ao trabalhador a oportunidade de ter onde morar com conforto e fundamental estrutura de saneamento básico.
Nos últimos dez anos pelo menos uma favela com mais de 50 casas surgiu no Rio. Em 2000 o censo do IBGE revelou que a cidade ganhou 119 favelas, a partir de 1991. Eram na época 513 favelas no Rio. Hoje são 700, com a maior concentração em Jacarepaguá que tem 68 favelas distribuídas por sub-bairros como Anil e Taquara.
Fala-se muito (ultimamente até demais), mas ouvir a voz da favela só terá valor quando estudos e idéias não ficarem apenas no papel, como é costume. Favelas precisam de soluções urgentes e efetivas que não sejam as violentas e socialmente ineficientes ações policiais.

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