Problemas cardíacos são as maiores causas de morte, o que leva a uma constatação: é preciso cuidar melhor da saúde, especialmente do coração. Cardiologistas alertam que é fundamental buscar atendimento nas primeiras duas horas em que se sentem os chamados sintomas críticos. A falta de assistência em tempo pode causar a morte.
A orientação é a mais correta, mas há um contra senso entre o que a maior parte da população pode e deve fazer. Como procurar medicação urgente e adequada diante da dificuldade de ser atendido em hospital público, quase todos mais “doentes”?
Apesar da precariedade ocorrem no Brasil 45 milhões de emergências por ano (um quarto da população), das quais 4 milhões e 500 mil relacionadas ao coração. Diante da possibilidade de penar na fila de um hospital a solução é a prevenção, que, aliás, é necessária em qualquer problema de saúde. Em relação ao coração a primeira medida é livrar-se do fumo e do álcool, o que é correto, mas não é fácil: estudos revelam que fumo e álcool são os vícios mais difíceis de tratar. Portanto, largar o fumo depende mais de força de vontade do que de aconselhamento médico, embora existam cuidados medicamentosos para esses vícios.
É um vício a também a exagerada ingestão de gordura diária: eliminar alimentos gordurosos é assim como controlar a pressão e a vida sedentária praticando exercícios constantes são “obrigações” diárias. O estresse é responsável por 30% dos casos de arritmia.
E o saneamento básico?
O grande número de atendimentos de urgência, mesmo que precários, nos hospitais está ligado principalmente à falta de saneamento básico nas comunidades carentes. O Anuário Estatístico do IBGE, divulgado em 2006 revelou que 50% dos 54 milhões de domicílios (média de 3,5 pessoas por domicílio) não contam com rede de esgoto, o que segundo estatística mundial é gravíssimo: “quanto ,menor for a rede de esgoto, maior é o índice de mortalidade, a começar pela mortalidade infantil”.
Tratar o coração é necessário, assim como cuidar da população que não tem saneamento básico. Água limpa e saída para água suja reduzem em 20% a mortalidade, segundo estudo da ONU. Melhorar as comunidades é saneamento. Saneamento é saúde e saúde é progresso.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
terça-feira, 30 de outubro de 2007
MAIS AÇÃO, MENOS CONVERSA NAS FAVELAS
As favelas mereceram recente pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Universitário de Pesquisa do estado que por motivos de segurança não identificou as favelas pesquisadas. A lei da mordaça se impõe até nessa hora. Pesquisadores ouviram 150 moradores de 45 favelas de um total de 700 que existem no Rio.
Os moradores de favelas reclamam, com razão, de “operações policiais que não distinguem pessoas de bem de marginais” e querem segurança policial nas favelas desde que haja “uma mudança profunda nas atividades de rotina” e o fim de ações que colocam em risco milhares de trabalhadores. Depois de ouvir 150 moradores a pesquisa conclui que a convivência com o tráfico é vista como “forçada e não desejada” porque é permeada pela “brutalidade e arbitrariedade”. Também com a polícia.
Embora esteja no foco do noticiário favela não é novidade no Rio: o termo favela surgiu na Guerra de Canudos, por volta de 1807, quando uma cidadela foi construída junto a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim conhecido porque era coberto por uma planta com esse nome. As habitações nos morros cresceram quando os soldados deixaram de receber os soldos e passaram a morar em construções provisórias instaladas em alguns morros, habitados também por outros desempregados. Já naquela época a falta de habitação era o principal motivo da busca de espaço para instalar a família. 100 anos depois as favelas continuam crescendo desordenadamente e pelo mesmo motivo: falta de programas que garantam ao trabalhador a oportunidade de ter onde morar com conforto e fundamental estrutura de saneamento básico.
Nos últimos dez anos pelo menos uma favela com mais de 50 casas surgiu no Rio. Em 2000 o censo do IBGE revelou que a cidade ganhou 119 favelas, a partir de 1991. Eram na época 513 favelas no Rio. Hoje são 700, com a maior concentração em Jacarepaguá que tem 68 favelas distribuídas por sub-bairros como Anil e Taquara.
Fala-se muito (ultimamente até demais), mas ouvir a voz da favela só terá valor quando estudos e idéias não ficarem apenas no papel, como é costume. Favelas precisam de soluções urgentes e efetivas que não sejam as violentas e socialmente ineficientes ações policiais.
Os moradores de favelas reclamam, com razão, de “operações policiais que não distinguem pessoas de bem de marginais” e querem segurança policial nas favelas desde que haja “uma mudança profunda nas atividades de rotina” e o fim de ações que colocam em risco milhares de trabalhadores. Depois de ouvir 150 moradores a pesquisa conclui que a convivência com o tráfico é vista como “forçada e não desejada” porque é permeada pela “brutalidade e arbitrariedade”. Também com a polícia.
Embora esteja no foco do noticiário favela não é novidade no Rio: o termo favela surgiu na Guerra de Canudos, por volta de 1807, quando uma cidadela foi construída junto a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim conhecido porque era coberto por uma planta com esse nome. As habitações nos morros cresceram quando os soldados deixaram de receber os soldos e passaram a morar em construções provisórias instaladas em alguns morros, habitados também por outros desempregados. Já naquela época a falta de habitação era o principal motivo da busca de espaço para instalar a família. 100 anos depois as favelas continuam crescendo desordenadamente e pelo mesmo motivo: falta de programas que garantam ao trabalhador a oportunidade de ter onde morar com conforto e fundamental estrutura de saneamento básico.
Nos últimos dez anos pelo menos uma favela com mais de 50 casas surgiu no Rio. Em 2000 o censo do IBGE revelou que a cidade ganhou 119 favelas, a partir de 1991. Eram na época 513 favelas no Rio. Hoje são 700, com a maior concentração em Jacarepaguá que tem 68 favelas distribuídas por sub-bairros como Anil e Taquara.
Fala-se muito (ultimamente até demais), mas ouvir a voz da favela só terá valor quando estudos e idéias não ficarem apenas no papel, como é costume. Favelas precisam de soluções urgentes e efetivas que não sejam as violentas e socialmente ineficientes ações policiais.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
SAÚDE É DIREITO DE TODOS E OBRIGAÇÃO DO GOVERNO
A saúde do povo está na mão de hospitais públicos praticamente abandonados. Parece que a “doença” dos hospitais não tem cura, o que nos impõe também sacrifícios para poder pagar mensalmente as extorsivas prestações que supostamente nos dão a garantia (nem sempre tão garantida assim) de atendimento através de um plano de saúde.
Os planos de saúde merecem tantas reclamações dos usuários que fez necessária a criação de um plantão no Fórum para atender problemas que nos feridos e finais de semana. Os plantonistas prestam informações e fazem contato com o hospital e o plano de saúde para solucionar o problema criado pelas falsas promessas dos planos de saúde que na hora de vender serviços oferecem de tudo, mas depois não cumprem nada. Deixam o usuário na mão. Tenha em destaque telefones do Plantão Judiciário: 3133-4144 e 2588-4144. Não seria necessário se os planos de saúde fossem tão honestos quanto os usuários que pagam altíssimas prestações por serviços que muitas vezes não recebem. Ou se os hospitais públicos funcionassem como devem.
O ministro Temporão está empenhado também em melhorar o atendimento público de saúde. Conseguiu verba de R$2 milhões para aplicar na reforma de hospitais. É pouco, mas já é alguma coisa para quem não via a cor do dinheiro. Se as pessoas estão doentes é preciso tratá-las, mas nenhum tratamento será necessário se houver prevenção. Saúde de verdade é orientar e alimentar a população para evitar qualquer tipo de mal. O melhor exemplo de um verdadeiro plano de saúde é o que existe em Cuba, com médico de família, que faz o acompanhamento de cada pessoa em caráter preventivo. Daí aquele pequeno país apresentar os melhores índices no campo da medicina de toda a América Latina, apesar do perverso bloqueio econômico dos Estados Unidos.
Se Planos de Saúde já são uma ”doença” instalada, é preciso, sim, evitar que o mal se agrave. São muitas as empresas que oferecem aos empregados regalias de um plano médico, como se tratar da saúde da população fosse um favor, um benefício. É obrigação do Estado.
Os planos de saúde ditam as regras do mercado: impõe preços e severas regras como a manter prisioneiros, através de absurdas carências, os associados. Isso pode acabar: o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão encaminhou, através da Agência Nacional de Saúde, proposta permitindo que o usuário mude de plano sem cumprir a cruel e carência. A medida aumentará a concorrência e dará ao consumidor maior e melhor opção de escolha.
Os planos de saúde merecem tantas reclamações dos usuários que fez necessária a criação de um plantão no Fórum para atender problemas que nos feridos e finais de semana. Os plantonistas prestam informações e fazem contato com o hospital e o plano de saúde para solucionar o problema criado pelas falsas promessas dos planos de saúde que na hora de vender serviços oferecem de tudo, mas depois não cumprem nada. Deixam o usuário na mão. Tenha em destaque telefones do Plantão Judiciário: 3133-4144 e 2588-4144. Não seria necessário se os planos de saúde fossem tão honestos quanto os usuários que pagam altíssimas prestações por serviços que muitas vezes não recebem. Ou se os hospitais públicos funcionassem como devem.
O ministro Temporão está empenhado também em melhorar o atendimento público de saúde. Conseguiu verba de R$2 milhões para aplicar na reforma de hospitais. É pouco, mas já é alguma coisa para quem não via a cor do dinheiro. Se as pessoas estão doentes é preciso tratá-las, mas nenhum tratamento será necessário se houver prevenção. Saúde de verdade é orientar e alimentar a população para evitar qualquer tipo de mal. O melhor exemplo de um verdadeiro plano de saúde é o que existe em Cuba, com médico de família, que faz o acompanhamento de cada pessoa em caráter preventivo. Daí aquele pequeno país apresentar os melhores índices no campo da medicina de toda a América Latina, apesar do perverso bloqueio econômico dos Estados Unidos.
Se Planos de Saúde já são uma ”doença” instalada, é preciso, sim, evitar que o mal se agrave. São muitas as empresas que oferecem aos empregados regalias de um plano médico, como se tratar da saúde da população fosse um favor, um benefício. É obrigação do Estado.
Os planos de saúde ditam as regras do mercado: impõe preços e severas regras como a manter prisioneiros, através de absurdas carências, os associados. Isso pode acabar: o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão encaminhou, através da Agência Nacional de Saúde, proposta permitindo que o usuário mude de plano sem cumprir a cruel e carência. A medida aumentará a concorrência e dará ao consumidor maior e melhor opção de escolha.
UM DIA DE FESTA, MESMO SEM FESTA
Hoje para mim é dia de festa. É Dia Nacional do Livro. Deveria ser a festa de todos, mas não é porque não há por aqui no o saudável hábito da leitura. O brasileiro gostaria, mas não lê muito ou porque não tem acesso aos livros, ou porque não sabe, mas principalmente porque não cresceu aprendendo que um livro constrói para a formação do cidadão muito mais do que se imagina. Afinal, palavras nunca se perdem.
Recente pesquisa mostrou que o brasileiro “tem fome de livros”, mas mesmo assim outro estudo revela que “no Brasil a categoria dos “sem-livro” é maior que a dos sem-teto ou dos sem- terra”. Nada menos do que 75% dos brasileiros não dominam o exercício da leitura,um número que inclui os analfabetos absolutos - sem qualquer habilidade de leitura e escrita, os 68% considerados analfabetos funcionais, que têm dificuldades para compreender e interpretar textos.
Pode ser o maior, mas não é o único problema. Outra grave limitação é a falta de condições financeiras pra adquirir um livro. Especialistas dizem que o preço do livro é alto demais e alertam: “como um país espera crescer se, em alguns casos, o preço de um livro chega a 33% do salário. Diante dessa realidade é oportuno pensar em uma possível isenção de impostos para diminuir o custo de um livro e iniciar movimentos que primeiro dêem ao povo a oportunidade de segurar um livro na mão e depois a ler esse livro corretamente”.
A leitura é o maior dos ensinamentos das e de vida e um dos maiores prazeres. É importante que desde cedo seja incentivado, nas escolas e em casa,o hábito da leitura. Só assim no futuro os livros sairão das prateleiras e teremos uma população mais informada e melhor preparada. O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o Dia Nacional do Livro por ser as data da fundação Biblioteca Nacional (um dos maiores patrimônios do país), que nasceu em 1810 com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil com acervo der 60 mil peças.
Foi e é nos livros que recolho ensinamentos. Quando estive preso político a leitura foi grande companheira. A maior das esperanças. Sou autor de sete livros (outros virão) e falar sobre o Dia Nacional do Livro não é em causa própria. É em benefício de todos. Do país.
Recente pesquisa mostrou que o brasileiro “tem fome de livros”, mas mesmo assim outro estudo revela que “no Brasil a categoria dos “sem-livro” é maior que a dos sem-teto ou dos sem- terra”. Nada menos do que 75% dos brasileiros não dominam o exercício da leitura,um número que inclui os analfabetos absolutos - sem qualquer habilidade de leitura e escrita, os 68% considerados analfabetos funcionais, que têm dificuldades para compreender e interpretar textos.
Pode ser o maior, mas não é o único problema. Outra grave limitação é a falta de condições financeiras pra adquirir um livro. Especialistas dizem que o preço do livro é alto demais e alertam: “como um país espera crescer se, em alguns casos, o preço de um livro chega a 33% do salário. Diante dessa realidade é oportuno pensar em uma possível isenção de impostos para diminuir o custo de um livro e iniciar movimentos que primeiro dêem ao povo a oportunidade de segurar um livro na mão e depois a ler esse livro corretamente”.
A leitura é o maior dos ensinamentos das e de vida e um dos maiores prazeres. É importante que desde cedo seja incentivado, nas escolas e em casa,o hábito da leitura. Só assim no futuro os livros sairão das prateleiras e teremos uma população mais informada e melhor preparada. O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o Dia Nacional do Livro por ser as data da fundação Biblioteca Nacional (um dos maiores patrimônios do país), que nasceu em 1810 com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil com acervo der 60 mil peças.
Foi e é nos livros que recolho ensinamentos. Quando estive preso político a leitura foi grande companheira. A maior das esperanças. Sou autor de sete livros (outros virão) e falar sobre o Dia Nacional do Livro não é em causa própria. É em benefício de todos. Do país.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
O PALPITE INFELIZ DO GOVERNADOR SOBRE ABORTO
Repúdio e indignação é a reação de qualquer pessoa normal diante das declarações do governador Sergio Cabral que numa suposta defesa da legalização do aborto. Nela, ele deixa claro seu verdadeiro pensamento ao declarar que “a interrupção da gravidez tem tudo a ver com a violência porque as mães pobres têm dificuldades para criar os filhos e muitos deles acabam caindo na criminalidade”.
A infeliz argumentação daquele que governa (deveria governar) um dos mais importantes estados do País faz até supor que para ele talvez o ideal fosse acabar com as mães, os pais e os filhos pobres para terminar com a violência e “limpar” a cidade, o que nos remete ao lamentável episódio da história quando foram assassinados 6 milhões de judeus considerados nocivos à sociedade.
Antes de falar na necessária legalização do aborto o governador carioca precisa informar-se melhor sobre a questão até porque, embora proibido, o aborto é praticado quase que abertamente e representa um grave problema de saúde e de justiça social no Brasil, como mostra estudo realizado pela UERJ. Os pobres que o governador não quer que nasçam são e serão os trabalhadores que ajudam o estado a viver e a crescer. No dia em que esses pobres não saírem de suas casas nos morros e subúrbios para trabalhar os ônibus não circularão e quase todos os serviços considerados menores, mas que são essenciais, deixarão de ser realizados.
Há muito estou envolvido na luta pela descriminalização do aborto (escrevi o livro “Sem Medo de Falar do Aborto” que, aliás, pode ser adquirido no site www.palanquelivre.com.)
É a mulher – e só ela – que e deve decidir sobre ter ou não um filho. A legalização do aborto será o ponto final da hipocrisia: todo mundo sabe que abortos são realizados diariamente em locais sem a menor segurança, causando danos e provocando a morte de muitas mulheres. Em 2005 foram realizados 1.054.243 abortos induzidos. Em seu palpite infeliz o governador diz que a gravidez em comunidades carentes “é uma fábrica de produzir marginal”. Defender a legalização do aborto é uma questão de bom senso e de justiça, mas não com argumentos absurdos que parecem defender um novo genocídio. Quem encarar o problema da superpopulação por esse lado estará dando razão aos que consideram o planejamento familiar um atentado contra a vida.
A infeliz argumentação daquele que governa (deveria governar) um dos mais importantes estados do País faz até supor que para ele talvez o ideal fosse acabar com as mães, os pais e os filhos pobres para terminar com a violência e “limpar” a cidade, o que nos remete ao lamentável episódio da história quando foram assassinados 6 milhões de judeus considerados nocivos à sociedade.
Antes de falar na necessária legalização do aborto o governador carioca precisa informar-se melhor sobre a questão até porque, embora proibido, o aborto é praticado quase que abertamente e representa um grave problema de saúde e de justiça social no Brasil, como mostra estudo realizado pela UERJ. Os pobres que o governador não quer que nasçam são e serão os trabalhadores que ajudam o estado a viver e a crescer. No dia em que esses pobres não saírem de suas casas nos morros e subúrbios para trabalhar os ônibus não circularão e quase todos os serviços considerados menores, mas que são essenciais, deixarão de ser realizados.
Há muito estou envolvido na luta pela descriminalização do aborto (escrevi o livro “Sem Medo de Falar do Aborto” que, aliás, pode ser adquirido no site www.palanquelivre.com.)
É a mulher – e só ela – que e deve decidir sobre ter ou não um filho. A legalização do aborto será o ponto final da hipocrisia: todo mundo sabe que abortos são realizados diariamente em locais sem a menor segurança, causando danos e provocando a morte de muitas mulheres. Em 2005 foram realizados 1.054.243 abortos induzidos. Em seu palpite infeliz o governador diz que a gravidez em comunidades carentes “é uma fábrica de produzir marginal”. Defender a legalização do aborto é uma questão de bom senso e de justiça, mas não com argumentos absurdos que parecem defender um novo genocídio. Quem encarar o problema da superpopulação por esse lado estará dando razão aos que consideram o planejamento familiar um atentado contra a vida.
TRATAMENTO DIFERENTE, INJUSTIÇA ASSUMIDA
Sabemos que na prática infelizmente ainda é (até quando?) o poder exercido através do dinheiro que determina o tratamento dado aos cidadãos. Quem mora melhor recebe tratamento diferenciado em qualquer situação, especialmente quando se trata, como agora, de ações policiais de combate ao tráfico. O tráfico não é privilégio das favelas: se espalha também, tanto no consumo quanto na comercialização, nos luxuosos apartamentos com vista para o mar.
Tratamento diferenciado é o que vem sendo adotado pela Secretaria de Segurança quando policiais despreparados invadem morros em verdadeiras operações de guerra que podem até prender,quando muito, um ou dos bandidos, mas ameaçam a vida de centenas de trabalhadores que vivem nas favelas porque a nossa política de habitação, assim como tantas outras,não lhes dá oportunidade de morar com mais conforto e menos perigo.
O Secretário de Segurança diz que “um tiro em Copacabana é uma coisa, na Coréia é outra coisa”. Parece que quando se trata de Copacabana (ou outros bairros de classe média e alta) há um cuidado especial para não tumultuar o ambiente e não fazer, em meio a um tiroteio muitas vezes desnecessário, vítimas inocentes como tem acontecido nas comunidades carentes. Carentes de tudo. Menos de tiros disparados pela polícia.
Já disse e repito que ninguém é contra a prisão de bandidos. O que se exige é que não se use dois pesos e duas medidas durante as ações policiais. Bandidos são bandidos em barracos caindo aos pedaços ou em milionários e bem decorados apartamentos. Fazer operações policiais diferenciadas é como diz a Dra. Margarida Pressburger, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, “assumir publicamente que para o governo o morador de classe média da Zona Sul recebe tratamento diferente e tem direitos de cidadania que o trabalhador que mora na favela não tem”.
Ações policiais não dependem de uma política de confrontos que atinge inocentes. É fundamental adotar ações de inteligência para evitar que o morador de áreas menos privilegiadas seja obrigado a ficar no fogo cruzado. Trabalhador não é bandido e, portanto, não deve ser tratado como tal. Em nenhum lugar ou em qualquer situação. Em tempo: esse tratamento diferenciado não é exclusivo da polícia. De um modo geral, os órgãos públicos oficializaram há muitos anos essa situação injusta, que só Brizola teve coragem de questionar.
Tratamento diferenciado é o que vem sendo adotado pela Secretaria de Segurança quando policiais despreparados invadem morros em verdadeiras operações de guerra que podem até prender,quando muito, um ou dos bandidos, mas ameaçam a vida de centenas de trabalhadores que vivem nas favelas porque a nossa política de habitação, assim como tantas outras,não lhes dá oportunidade de morar com mais conforto e menos perigo.
O Secretário de Segurança diz que “um tiro em Copacabana é uma coisa, na Coréia é outra coisa”. Parece que quando se trata de Copacabana (ou outros bairros de classe média e alta) há um cuidado especial para não tumultuar o ambiente e não fazer, em meio a um tiroteio muitas vezes desnecessário, vítimas inocentes como tem acontecido nas comunidades carentes. Carentes de tudo. Menos de tiros disparados pela polícia.
Já disse e repito que ninguém é contra a prisão de bandidos. O que se exige é que não se use dois pesos e duas medidas durante as ações policiais. Bandidos são bandidos em barracos caindo aos pedaços ou em milionários e bem decorados apartamentos. Fazer operações policiais diferenciadas é como diz a Dra. Margarida Pressburger, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, “assumir publicamente que para o governo o morador de classe média da Zona Sul recebe tratamento diferente e tem direitos de cidadania que o trabalhador que mora na favela não tem”.
Ações policiais não dependem de uma política de confrontos que atinge inocentes. É fundamental adotar ações de inteligência para evitar que o morador de áreas menos privilegiadas seja obrigado a ficar no fogo cruzado. Trabalhador não é bandido e, portanto, não deve ser tratado como tal. Em nenhum lugar ou em qualquer situação. Em tempo: esse tratamento diferenciado não é exclusivo da polícia. De um modo geral, os órgãos públicos oficializaram há muitos anos essa situação injusta, que só Brizola teve coragem de questionar.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
QUANDO O TIRO SAI PELA CULATRA
Virou rotina: dia sim, outro também, assistimos a ações policiais que colocam em risco a já tão ausente segurança da população de um Rio transformado em cenário de filme de guerra. Não demora muito aprenderemos a conviver com “caveirões” circulando ao lado em meio aos carros e ônibus que conduzem inocentes trabalhadores.
Ninguém é contra a ação policial quando se trata de prender bandidos. O que se pergunta é se esse tipo de ação precisa mesmo assustar ainda mais o já tão amedrontado cidadão das comunidades pobres. A televisão e os jornais, que muitas vezes deixam de lado coberturas pacíficas, estão sempre presentes a nos mostrar além do tiroteio o pavor de gente inocente que vê sua vida ficar cada dia mais atrapalhada.
Foi assim, há dois dias, nos movimentados bairros do Catumbi e Rio Comprido, aonde pessoas que exerciam apenas o direito de ir e vir, foram obrigadas a sair de ônibus e carros para escapar de tiros, como se bandidos fossem. Prender bandidos é dever da polícia, mas não é exatamente o que acontece nesse tipo de ação policial cinematográfica (parece quer se quer aparecer mais do que realmente trabalhar). Balanço do Instituto de Segurança Pública mostra que o número de mortos em confronto com a polícia subiu 21,3% em setembro: já são 961 mortos, ou seja, 154 a mais do se registrou entre janeiro e setembro do ano passado. Esses números foram divulgados com detalhes aqui mesmo no POVO, na edição de ontem. Eles revelam que, enquanto mata mais, a polícia prende menos. Com certeza não é o que se espera de um aparato de segurança pública.
Pior: estes números não refletem o alcance negativo de tais operações. Em primeiro lugar, mesmo que os mortos fossem traficantes, não há pena de morte no Brasil, muito menos sem julgamento. Depois, muitas das vítimas não tinham nada a ver com o crime.
Há quem diga que a violência provém principalmente da luta entre grupos rivais para controlar áreas de distribuição de drogas. Não é o que se tem visto. Argumenta-se também que a violência dos confrontos se torna mais visível e faz mais vítimas inocentes porque a favela está no meio da cidade, no meio dos bairros de classe média alta, no meio do povo trabalhador. Mais um motivo para que se organizem com mais cuidado as ações policiais. Na hora de prender bandidos não é necessário mirar na população que paga caro, às vezes com a própria vida, por ações policiais que não resolvem o problema.
Ninguém é contra a ação policial quando se trata de prender bandidos. O que se pergunta é se esse tipo de ação precisa mesmo assustar ainda mais o já tão amedrontado cidadão das comunidades pobres. A televisão e os jornais, que muitas vezes deixam de lado coberturas pacíficas, estão sempre presentes a nos mostrar além do tiroteio o pavor de gente inocente que vê sua vida ficar cada dia mais atrapalhada.
Foi assim, há dois dias, nos movimentados bairros do Catumbi e Rio Comprido, aonde pessoas que exerciam apenas o direito de ir e vir, foram obrigadas a sair de ônibus e carros para escapar de tiros, como se bandidos fossem. Prender bandidos é dever da polícia, mas não é exatamente o que acontece nesse tipo de ação policial cinematográfica (parece quer se quer aparecer mais do que realmente trabalhar). Balanço do Instituto de Segurança Pública mostra que o número de mortos em confronto com a polícia subiu 21,3% em setembro: já são 961 mortos, ou seja, 154 a mais do se registrou entre janeiro e setembro do ano passado. Esses números foram divulgados com detalhes aqui mesmo no POVO, na edição de ontem. Eles revelam que, enquanto mata mais, a polícia prende menos. Com certeza não é o que se espera de um aparato de segurança pública.
Pior: estes números não refletem o alcance negativo de tais operações. Em primeiro lugar, mesmo que os mortos fossem traficantes, não há pena de morte no Brasil, muito menos sem julgamento. Depois, muitas das vítimas não tinham nada a ver com o crime.
Há quem diga que a violência provém principalmente da luta entre grupos rivais para controlar áreas de distribuição de drogas. Não é o que se tem visto. Argumenta-se também que a violência dos confrontos se torna mais visível e faz mais vítimas inocentes porque a favela está no meio da cidade, no meio dos bairros de classe média alta, no meio do povo trabalhador. Mais um motivo para que se organizem com mais cuidado as ações policiais. Na hora de prender bandidos não é necessário mirar na população que paga caro, às vezes com a própria vida, por ações policiais que não resolvem o problema.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
UM MINISTRO NA FAVELA E A OMISSÃO DA MÍDIA
Realmente, não dá para entender: o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteve durante três horas deste sábado na favela do Jacarezinho, em minha companhia, e praticamente toda a mídia desconheceu, com exceção da Redetv, do nosso "Povo do Rio" da "Folha" e do "Estado de São Paulo". Só o fato de ter estado lá sem qualquer segurança policial, contando apenas com a acolhida da Associação dos Moradores seria motivo de uma cobertura. Afinal, era a primeira vez em quase 80 anos que um ministro do Trabalho ia visitar uma comunidade proletária, que fica no centro do outrora segundo maior parque industrial da cidade, hoje em ruínas.
Para os 70 mil moradores, não houve fato tão significativo como a visita, numa hora em que do só têm tido conhecimento do poder público através da presença constante da polícia, como se todo o Jacarezinho, procurado sempre em épocas de eleição, só merecesse esse tipo de atenção oficial. A visita do ministro estava relacionada também com o anúncio do fechamento da fábrica da GE, última grande reserva de mão de obra do Jacaré. E serviu para mostrar o abandono da Casa da Paz, um projeto de grande alcance social, que está praticamente desativado em meio a brigas políticas e ao próprio esvaziamento da secretária de Ação Social, Benedita da Silva.
No entanto, toda a mídia, inclusive televisão, deu ampla cobertura a uma ação da PM, realizada na véspera lá mesmo, com a apreensão de alguns tabletes de maconha e seis armas de fogo, sem nenhuma prisão, embora tivesse havido troca de tiros com traficantes. No mesmo fim de semana, a mídia se ocupou da polêmica entre a OAB e o governador Sérgio Cabral, a partir da execução de suspeitos em fuga na favela da Coréia, na Zona Oeste do Rio. Numa operação que culminou com a morte de 10 suspeitos, um policial e um menino de 4 anos atingido por balas perdidas, imagens de tv mostraram a execução de dois negros sem camisas e aparentemente desarmados por atiradores que dispararam de um helicóptero da polícia.
Assim, vai ser muito difícil alguém falar de honestidade no combate à violência. Como o próprio ministro lembrou, o Jacarezinho é um tradicional parque proletário, que serviu de suporte habitacional para o crescimento de todo um centro fabril. Seus moradores, na quase totalidade, são cidadãos trabalhadores e pessoas pacíficas, que têm todo o direito ao respeito dos poderes públicos, como apontarei nas próximas colunas.
Para os 70 mil moradores, não houve fato tão significativo como a visita, numa hora em que do só têm tido conhecimento do poder público através da presença constante da polícia, como se todo o Jacarezinho, procurado sempre em épocas de eleição, só merecesse esse tipo de atenção oficial. A visita do ministro estava relacionada também com o anúncio do fechamento da fábrica da GE, última grande reserva de mão de obra do Jacaré. E serviu para mostrar o abandono da Casa da Paz, um projeto de grande alcance social, que está praticamente desativado em meio a brigas políticas e ao próprio esvaziamento da secretária de Ação Social, Benedita da Silva.
No entanto, toda a mídia, inclusive televisão, deu ampla cobertura a uma ação da PM, realizada na véspera lá mesmo, com a apreensão de alguns tabletes de maconha e seis armas de fogo, sem nenhuma prisão, embora tivesse havido troca de tiros com traficantes. No mesmo fim de semana, a mídia se ocupou da polêmica entre a OAB e o governador Sérgio Cabral, a partir da execução de suspeitos em fuga na favela da Coréia, na Zona Oeste do Rio. Numa operação que culminou com a morte de 10 suspeitos, um policial e um menino de 4 anos atingido por balas perdidas, imagens de tv mostraram a execução de dois negros sem camisas e aparentemente desarmados por atiradores que dispararam de um helicóptero da polícia.
Assim, vai ser muito difícil alguém falar de honestidade no combate à violência. Como o próprio ministro lembrou, o Jacarezinho é um tradicional parque proletário, que serviu de suporte habitacional para o crescimento de todo um centro fabril. Seus moradores, na quase totalidade, são cidadãos trabalhadores e pessoas pacíficas, que têm todo o direito ao respeito dos poderes públicos, como apontarei nas próximas colunas.
MINISTÉRIO DE SAÚDE E NÃO DE DOENÇAS
A princípio pode parecer um paliativo para minimizar a dor d de quem ainda recebe tratamento adequado em hospitais públicos. De qualquer maneira é um alento a notícia de que o Ministério da Saúde disponibilizará 107 remédios também nas 19 farmácias populares do Rio. Permitir à população de tomar os medicamentos que não podia comprar (nas farmácias populares custarão um real e bastará apresentar receita, CPF e identidade). É mais um preciso diagnóstico do ministro José Gomes Temporão, o homem certo no lugar certo: um médico cuidando da saúde e não, por exemplo, um economista um que só conhece o tratamento dos números. A questão se que coloca agora é se os hospitais estarão capacitados para atender e emitir receitas.
Estou à vontade para aplaudir mais essa acertada ação do ministro Temporão a quem concedi, com orgulho, a Medalha Pedro Ernesto, a maior comenda da Câmara Municipal da qual faço parte (quatro mandatos) também com muito orgulho. Convenhamos: é hora do Ministério da Saúde deixar de ser o Ministério das Doenças e o ministro Temporão tem feito de tudo para que a atual realidade da saúde no Brasil se modifique em todos os aspectos.
A cada dia acredito mais que o Ministério da Saúde está, enfim, em mãos de quem entende: tem uma trajetória profissional brilhante na qual se inclui um longo percurso iniciado na maior escola do ramo, a Fundação Oswaldo Cruz.
Sei que não bastam remédio para aliviar a dor imediata. . É preciso mais. Como, por exemplo, responder a uma demanda viciada que desfigurou o pronto socorro e a própria função do sistema público de saúde. Agora sim o dinheiro da saúde está sendo aplicado na saúde e não como pílulas para sustentar a corrupção e a incompetência. Assim o Ministério da Saúde concluirá o Hospital Sarah Kubitschek, na Barra da Tijuca, a construção do Hospital de Queimados, um a baixada e a adequação de todos os hospitais para que ofereçam eficiente atendimento ao público que não precisa só de remédios. Desse jeito que o Ministério da Saúde deixará de ser Ministério das Doenças. Essa é a cura definitiva que o povo precisa, deseja e espera.
Estou à vontade para aplaudir mais essa acertada ação do ministro Temporão a quem concedi, com orgulho, a Medalha Pedro Ernesto, a maior comenda da Câmara Municipal da qual faço parte (quatro mandatos) também com muito orgulho. Convenhamos: é hora do Ministério da Saúde deixar de ser o Ministério das Doenças e o ministro Temporão tem feito de tudo para que a atual realidade da saúde no Brasil se modifique em todos os aspectos.
A cada dia acredito mais que o Ministério da Saúde está, enfim, em mãos de quem entende: tem uma trajetória profissional brilhante na qual se inclui um longo percurso iniciado na maior escola do ramo, a Fundação Oswaldo Cruz.
Sei que não bastam remédio para aliviar a dor imediata. . É preciso mais. Como, por exemplo, responder a uma demanda viciada que desfigurou o pronto socorro e a própria função do sistema público de saúde. Agora sim o dinheiro da saúde está sendo aplicado na saúde e não como pílulas para sustentar a corrupção e a incompetência. Assim o Ministério da Saúde concluirá o Hospital Sarah Kubitschek, na Barra da Tijuca, a construção do Hospital de Queimados, um a baixada e a adequação de todos os hospitais para que ofereçam eficiente atendimento ao público que não precisa só de remédios. Desse jeito que o Ministério da Saúde deixará de ser Ministério das Doenças. Essa é a cura definitiva que o povo precisa, deseja e espera.
CUIDADO: O MOSQUITO GOSTA DE ÁGUA LIMPA
O Rio vai ficar mais carioca. A chegada do verão devolve alegria à cidade: praias cheias, conversas animadas em mesas de bares nas calçadas, churrascos comunitários nas esquinas e nos quintais, moda mais colorida e “descolada” na, sorrisos grande festa regida pela natureza.
Mas o verão não é só descontração. É tempo de conscientização diante da ameaça da dengue, quer já registrou 481 mil casos no Brasil. O carioca não pode se deixar derrotar por mosquitos e a melhor "arma" é a prevenção, já que, embora estudos científicos estejam em fase avançada ainda não há vacinas capazes de combater aquele que todo ano se transforma no maior e mais triste inimigo da alegria do verão. A Organização Mundial de Saúde estima que ocorram no mundo entre 50 e 100 milhões de casos que resultam em cerca de 500 mil internações e 20 mil mortes por ano. Só no Rio, a capital dói verão, foram contabilizados até setembro 51 mil casos dos quais 35% nas Regiões Metropolitanas ( Raio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo).
A dengue é considerada no mundo um problema gravíssimo, especialmente em países tropicais como o nosso, onde o clima e os hábitos urbanos oferecem ótimas condições para o desenvolvimento e proliferação do Aedes Aegypts, o mosquito transmissor. O combate a dengue depende dos fundamentais cuidados que a população precisa ter. Não permitir que o mosquito mostre suas “garras” é dever de cada cidadão.
O Ministério da Saúde tem feito campanhas de esclarecimento, mas nunca é demais lembrar que cada um de nós é responsável para não permitir que a dengue faça vítimas em nossas casas. É fácil: basta seguir algumas regrinhas: 1) substituir a água dos vasos de plantas por terra e manter seco o prato coletor de água; 2) desobstruir as calhas para evitar acúmulo de água; 3) não deixar pneus ou recipientes expostos na chuva; 4) manter sempre limpas as caixas de água, cisternas, barris e filtros; 5) acondicionar o lixo em sacos plásticos e latões com tampa.
Não esqueça: esse é o tipo do mosquito mau caráter: gosta de água limpa e se aproveita de qualquer descuido. Se você tem amor à vida, siga as orientações, antes que seja tarde.
O Brasil já enfrenta graves problemas de saúde. Não podemos deixar que a dengue seja mais um. Como tantas outras essa luta depende de nós.
Mas o verão não é só descontração. É tempo de conscientização diante da ameaça da dengue, quer já registrou 481 mil casos no Brasil. O carioca não pode se deixar derrotar por mosquitos e a melhor "arma" é a prevenção, já que, embora estudos científicos estejam em fase avançada ainda não há vacinas capazes de combater aquele que todo ano se transforma no maior e mais triste inimigo da alegria do verão. A Organização Mundial de Saúde estima que ocorram no mundo entre 50 e 100 milhões de casos que resultam em cerca de 500 mil internações e 20 mil mortes por ano. Só no Rio, a capital dói verão, foram contabilizados até setembro 51 mil casos dos quais 35% nas Regiões Metropolitanas ( Raio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo).
A dengue é considerada no mundo um problema gravíssimo, especialmente em países tropicais como o nosso, onde o clima e os hábitos urbanos oferecem ótimas condições para o desenvolvimento e proliferação do Aedes Aegypts, o mosquito transmissor. O combate a dengue depende dos fundamentais cuidados que a população precisa ter. Não permitir que o mosquito mostre suas “garras” é dever de cada cidadão.
O Ministério da Saúde tem feito campanhas de esclarecimento, mas nunca é demais lembrar que cada um de nós é responsável para não permitir que a dengue faça vítimas em nossas casas. É fácil: basta seguir algumas regrinhas: 1) substituir a água dos vasos de plantas por terra e manter seco o prato coletor de água; 2) desobstruir as calhas para evitar acúmulo de água; 3) não deixar pneus ou recipientes expostos na chuva; 4) manter sempre limpas as caixas de água, cisternas, barris e filtros; 5) acondicionar o lixo em sacos plásticos e latões com tampa.
Não esqueça: esse é o tipo do mosquito mau caráter: gosta de água limpa e se aproveita de qualquer descuido. Se você tem amor à vida, siga as orientações, antes que seja tarde.
O Brasil já enfrenta graves problemas de saúde. Não podemos deixar que a dengue seja mais um. Como tantas outras essa luta depende de nós.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
GLOBALIZAÇÃO DE MÃOS SUJAS
A interposição fraudulenta é antiga e é sistematicamente investigada pela Receita. A diferença é que agora estamos alcançando o real beneficiário das fraudes". (Gerson Schaan, coordenador de pesquisa e investigação da Receita Federal, referindo-se à multinacional norte-americana Cisco)
O desbaratamento pela nossa Polícia Federal e pela Receita de um sofisticado esquema de fraudes, contrabando e corrupção envolvendo uma das gigantes norte-americanas de informática mostra os riscos a que estamos expostos nessa febre de importação que tantos danos tem causado ao povo brasileiro, em nome da "globalização inevitável. Para mim, essa trama tem a ver com as mágicas que levam ao fechamento de fábricas no Brasil, onde a mão-de-obra é pessimamente remunerada, e até mesmo à conspiração que pôs no chão a nossa mais tradicional companhia aérea. Nesse mundo forçadamente globalizado nada acontece isoladamente.
Ele é absolutamente perverso e desigual, transformando países como o Brasil em verdadeiros reféns de insaciáveis interesses supranacionais, tão criminosos que são capazes de transformar bandeiras de grande apelo popular - como a causa indígena e a questão da ecologia - em cavalos de tróia para a exploração "protegida e camuflada" de nossas riquezas.
Para que você entenda o alcance da grande trapaça, procure saber de alguns fatos que aparecem como altamente positivos, mas que, na verdade, escondem um jogo perigoso e incontrolável. Veja, por exemplo, a "valorização" da nossa moeda.
Tem gente cheia de si, pensando que esse é um indicativo de que nosso País está atraindo um capital estrangeiro voltado para investimentos de olho no nosso mercado. E não é qualquer um que trabalha com esse raciocínio.
No entanto, se fizermos o inventário dos dólares que estão chovendo em nossa horta, contribuindo inclusive para sucessivos e festejados recordes da Bolsa de Valores de São Paulo, vamos nos deparar com um dinheiro volátil, sem compromisso, que aporta por aqui única e exclusivamente com fins especulativos.
É um dinheiro tão sujo e tão poderoso que já se sobrepôs à meta de queda de juros do Banco Central. Este mês, o Conselho de Política Monetária decidiu interromper as reduções da taxa básica, mantendo-a ainda em patamares atrativos para os especuladores.
Isso se junta ao fenômeno da desvalorização do dólar. Em nosso País, a moeda americana teve uma perda três vezes maior do que na média mundial. Como é vantagem aplicar no sistema financeiro por aqui, os grandes especuladores ganham de várias formas - tanto nos juros, como nos aumentos do índice da bolsa, como na queda da cotação da moeda a que estamos atrelados, o que estimula as importações no Brasil.
Processa-se em grande escala, criminosamente, o esvaziamento de nosso parque industrial, com o aumento do setor comercial e de serviços, este em mãos de grandes multinacionais. Não é por acaso que hoje lhe oferecem um aparelho celular de graça. Eles vão ganhar mesmo é no grande manjar, a conta telefônica com uma margem de lucro tão escandalosa que continuam ludibriando a todos. A operação com a telefonia sem fio é muitas vezes mais barata do que com o velho sistema: no entanto, pagamos mais quando ligamos para um celular do que para o aparelho fixo.
Contrabando made in USA
O que aconteceu no caso da multinacional norte-americana, cujos principais executivos passarão alguns dias na cadeia junto com outros cúmplices?
Esses meliantes, que nos surrupiaram pelo menos 1 bilhão e meio de reais (é dinheiro que não acaba mais), estão sendo indiciados pela Polícia Federal, pilhados numa organização formada para fraudar importações de produtos de informática e telecomunicações, conforme rastreamento competente do pessoal da Receita Federal.
Entre seus crimes já detectados estão contrabando, sonegação, falsidade ideológica, evasão de divisas, interposição fraudulenta, ocultação de patrimônio, uso de documento falso, formação de quadrilha e corrupção. Esse menu pode ser ampliado após análise do material apreendido em empresas e casas dos acusados.
Para variar, a matriz da Cisco Systems se disse surpreendida pelas peripécias dos seus cabeças na América Latina. E ainda teve o desplante de dizer que pretende colaborar com as investigações. Não é para menos. Essa empresa tem ações na bolsa de Nova York, e por menos disso foi à lona outra gigante de lá, a Enron (que andou por aqui mamando nas privatizações). Veja mais detalhes das peripécias da grande empresa norte-americana:
A expectativa da PF e da Receita é que a polícia americana aprofunde as investigações sobre a matriz da Cisco e as filiais da Mude nos EUA. Mude é uma estranha e ativa subsidiária do grupo. A operação mostrou que cinco empresas nos EUA, envolvidas nas atividades ilegais, estão em nomes de brasileiros. Segundo fontes da Receita, são exportadoras que funcionam como laranjas, vendendo produtos fabricados para seis importadoras no Brasil, também laranjas.
Os técnicos do Fisco afirmam que as importadoras estão em nome de pessoas que não têm renda compatível com operações desse porte: "São pessoas que têm renda baixa e moram em lugares simples", disse um funcionário.
Outras duas empresas situadas no Brasil funcionavam apenas como fornecedoras de notas fiscais. Pela fraude, a mercadoria chegava ao Brasil e ia para o galpão da empresa. Depois, outra nota fiscal era emitida, e os produtos seguiam para os verdadeiros compradores.
Estamos falando de contrabando de material de informática, mas poderíamos falar de outros produtos, com outros personagens, é claro. Ou você pensa que a droga consumida no Brasil é refinada aqui?
MINISTRO DO TRABALHO NO JACAREZINHO
É sobre o risco de que o fechamento da GE representa para a economia do País que vamos conversar neste sábado, em pleno Jacarezinho, com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Seu ministério tem hoje uma grande responsabilidade, a defesa do emprego dos brasileiros, e é preciso que se criem as condições para manter a produção de lâmpadas aqui, inclusive de fluorescentes compactas, como era da meta inicial da empresa.
Permitir que voltemos a ser importadores de produtos de consumo obrigatório, como lâmpadas, é abrir espaços para alimentar esquemas internacionais de negócios em que só temos a perder.
coluna@pedroporfirio.com
O desbaratamento pela nossa Polícia Federal e pela Receita de um sofisticado esquema de fraudes, contrabando e corrupção envolvendo uma das gigantes norte-americanas de informática mostra os riscos a que estamos expostos nessa febre de importação que tantos danos tem causado ao povo brasileiro, em nome da "globalização inevitável. Para mim, essa trama tem a ver com as mágicas que levam ao fechamento de fábricas no Brasil, onde a mão-de-obra é pessimamente remunerada, e até mesmo à conspiração que pôs no chão a nossa mais tradicional companhia aérea. Nesse mundo forçadamente globalizado nada acontece isoladamente.
Ele é absolutamente perverso e desigual, transformando países como o Brasil em verdadeiros reféns de insaciáveis interesses supranacionais, tão criminosos que são capazes de transformar bandeiras de grande apelo popular - como a causa indígena e a questão da ecologia - em cavalos de tróia para a exploração "protegida e camuflada" de nossas riquezas.
Para que você entenda o alcance da grande trapaça, procure saber de alguns fatos que aparecem como altamente positivos, mas que, na verdade, escondem um jogo perigoso e incontrolável. Veja, por exemplo, a "valorização" da nossa moeda.
Tem gente cheia de si, pensando que esse é um indicativo de que nosso País está atraindo um capital estrangeiro voltado para investimentos de olho no nosso mercado. E não é qualquer um que trabalha com esse raciocínio.
No entanto, se fizermos o inventário dos dólares que estão chovendo em nossa horta, contribuindo inclusive para sucessivos e festejados recordes da Bolsa de Valores de São Paulo, vamos nos deparar com um dinheiro volátil, sem compromisso, que aporta por aqui única e exclusivamente com fins especulativos.
É um dinheiro tão sujo e tão poderoso que já se sobrepôs à meta de queda de juros do Banco Central. Este mês, o Conselho de Política Monetária decidiu interromper as reduções da taxa básica, mantendo-a ainda em patamares atrativos para os especuladores.
Isso se junta ao fenômeno da desvalorização do dólar. Em nosso País, a moeda americana teve uma perda três vezes maior do que na média mundial. Como é vantagem aplicar no sistema financeiro por aqui, os grandes especuladores ganham de várias formas - tanto nos juros, como nos aumentos do índice da bolsa, como na queda da cotação da moeda a que estamos atrelados, o que estimula as importações no Brasil.
Processa-se em grande escala, criminosamente, o esvaziamento de nosso parque industrial, com o aumento do setor comercial e de serviços, este em mãos de grandes multinacionais. Não é por acaso que hoje lhe oferecem um aparelho celular de graça. Eles vão ganhar mesmo é no grande manjar, a conta telefônica com uma margem de lucro tão escandalosa que continuam ludibriando a todos. A operação com a telefonia sem fio é muitas vezes mais barata do que com o velho sistema: no entanto, pagamos mais quando ligamos para um celular do que para o aparelho fixo.
Contrabando made in USA
O que aconteceu no caso da multinacional norte-americana, cujos principais executivos passarão alguns dias na cadeia junto com outros cúmplices?
Esses meliantes, que nos surrupiaram pelo menos 1 bilhão e meio de reais (é dinheiro que não acaba mais), estão sendo indiciados pela Polícia Federal, pilhados numa organização formada para fraudar importações de produtos de informática e telecomunicações, conforme rastreamento competente do pessoal da Receita Federal.
Entre seus crimes já detectados estão contrabando, sonegação, falsidade ideológica, evasão de divisas, interposição fraudulenta, ocultação de patrimônio, uso de documento falso, formação de quadrilha e corrupção. Esse menu pode ser ampliado após análise do material apreendido em empresas e casas dos acusados.
Para variar, a matriz da Cisco Systems se disse surpreendida pelas peripécias dos seus cabeças na América Latina. E ainda teve o desplante de dizer que pretende colaborar com as investigações. Não é para menos. Essa empresa tem ações na bolsa de Nova York, e por menos disso foi à lona outra gigante de lá, a Enron (que andou por aqui mamando nas privatizações). Veja mais detalhes das peripécias da grande empresa norte-americana:
A expectativa da PF e da Receita é que a polícia americana aprofunde as investigações sobre a matriz da Cisco e as filiais da Mude nos EUA. Mude é uma estranha e ativa subsidiária do grupo. A operação mostrou que cinco empresas nos EUA, envolvidas nas atividades ilegais, estão em nomes de brasileiros. Segundo fontes da Receita, são exportadoras que funcionam como laranjas, vendendo produtos fabricados para seis importadoras no Brasil, também laranjas.
Os técnicos do Fisco afirmam que as importadoras estão em nome de pessoas que não têm renda compatível com operações desse porte: "São pessoas que têm renda baixa e moram em lugares simples", disse um funcionário.
Outras duas empresas situadas no Brasil funcionavam apenas como fornecedoras de notas fiscais. Pela fraude, a mercadoria chegava ao Brasil e ia para o galpão da empresa. Depois, outra nota fiscal era emitida, e os produtos seguiam para os verdadeiros compradores.
Estamos falando de contrabando de material de informática, mas poderíamos falar de outros produtos, com outros personagens, é claro. Ou você pensa que a droga consumida no Brasil é refinada aqui?
MINISTRO DO TRABALHO NO JACAREZINHO
É sobre o risco de que o fechamento da GE representa para a economia do País que vamos conversar neste sábado, em pleno Jacarezinho, com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Seu ministério tem hoje uma grande responsabilidade, a defesa do emprego dos brasileiros, e é preciso que se criem as condições para manter a produção de lâmpadas aqui, inclusive de fluorescentes compactas, como era da meta inicial da empresa.
Permitir que voltemos a ser importadores de produtos de consumo obrigatório, como lâmpadas, é abrir espaços para alimentar esquemas internacionais de negócios em que só temos a perder.
coluna@pedroporfirio.com
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
A LUTA DOS COMERCIÁRIOS É DE TODOS
A chegada das festas de fim de ano aumenta o número de comerciários nas lojas do Rio com empregos temporários, geralmente ocupados por jovens que só assim conquistam o primeiro emprego e a primeira experiência no limitado mercado de trabalho.
Geralmente não nos damos conta da importância dos comerciários na luta dos em conquistas sociais. Para a maioria da população são apenas vendedores, mas comerciários s devem ser vistos também como motor que agita a cidade. Na recente e comemoração do Dia dos Comerciários a cidade ficou mais triste, sem motivação para andar pelas ruas. Não havia nem vitrines para ver, nada o que pechinchar e comprar.
Comerciários comemoraram no último dia 15, mas oficialmente o Dia do Comerciário é 30 de outubro, data estabelecida desde 29 de outubro de 1932 pelo Presidente Getúlio Vargas. No início do século os comerciários cumpriam jornadas de t12 horas diárias, inclusive aos domingos e feriados. Conviviam como ameaças de demissão caso reclamassem desse regime de servidão. Não mudou muito, mas foram os comerciários que em 11 de junho de 1920 iniciaram a primeira luta sindical fundando em Minas Gerais a União dos Empregados no Comércio.
Foi o primeiro passo para que em 29 de outubro de 1932 cinco mil comerciários marchassem pelas ruas do Rio até o Palácio do Catete para a conquista da jornada de trabalho de oito horas e folgas semanais. Essa vitoriosa marcha marcou a categoria dos comerciários como os precursores da luta dos trabalhadores, mas na última década com a implantação de shoppings e grandes redes de varejo os empresários voltaram a abrir aos domingos para “gerar mais empregos”: não há vagas, usa-se a mesma equipe e as vendas não aumentam: dos 23,8% dos 189 milhões de brasileiros que dizem comprar aos domingos apenas 13% compram e a jornada de trabalho não é cumprida. Os comerciantes alegam que o recente “feriadão” representou prejuízo de R$ 85 milhões. É prejuízo ou os sempre gananciosos empresários apenas deixaram de ganhar mais? Os fatos mostram que a luta dos comerciários, assim como a de todos os trabalhadores continua. Ainda há muito a reivindicar e conquistar.
Geralmente não nos damos conta da importância dos comerciários na luta dos em conquistas sociais. Para a maioria da população são apenas vendedores, mas comerciários s devem ser vistos também como motor que agita a cidade. Na recente e comemoração do Dia dos Comerciários a cidade ficou mais triste, sem motivação para andar pelas ruas. Não havia nem vitrines para ver, nada o que pechinchar e comprar.
Comerciários comemoraram no último dia 15, mas oficialmente o Dia do Comerciário é 30 de outubro, data estabelecida desde 29 de outubro de 1932 pelo Presidente Getúlio Vargas. No início do século os comerciários cumpriam jornadas de t12 horas diárias, inclusive aos domingos e feriados. Conviviam como ameaças de demissão caso reclamassem desse regime de servidão. Não mudou muito, mas foram os comerciários que em 11 de junho de 1920 iniciaram a primeira luta sindical fundando em Minas Gerais a União dos Empregados no Comércio.
Foi o primeiro passo para que em 29 de outubro de 1932 cinco mil comerciários marchassem pelas ruas do Rio até o Palácio do Catete para a conquista da jornada de trabalho de oito horas e folgas semanais. Essa vitoriosa marcha marcou a categoria dos comerciários como os precursores da luta dos trabalhadores, mas na última década com a implantação de shoppings e grandes redes de varejo os empresários voltaram a abrir aos domingos para “gerar mais empregos”: não há vagas, usa-se a mesma equipe e as vendas não aumentam: dos 23,8% dos 189 milhões de brasileiros que dizem comprar aos domingos apenas 13% compram e a jornada de trabalho não é cumprida. Os comerciantes alegam que o recente “feriadão” representou prejuízo de R$ 85 milhões. É prejuízo ou os sempre gananciosos empresários apenas deixaram de ganhar mais? Os fatos mostram que a luta dos comerciários, assim como a de todos os trabalhadores continua. Ainda há muito a reivindicar e conquistar.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
EM DEFESA DOS EMPREGOS DA GE
Ainda é tempo de evitar o anunciado fechamento da fábrica de lâmpadas que a GE mantém em Maria da Graça desde 1921.A desativação da fábrica se for mesmo concretizada, representará o fim do último grande núcleo de mão de obra no Jacaré, o que significa desemprego para 900 metalúrgicos (a fábrica chegou a empregar 8 mil operários na década de 70) e a oferta de incentivo para tudo que é ruim. Isso sem falar nos cinco mil trabalhadores que giram em torno da fábrica através de fornecedores.
É para reagir ao quadro que sem dúvida deixará ainda pior a situação do Jacaré e de seu entorno que nos últimos anos assistiu ao fim de diversas fábricas que representavam emprego e esperança para os moradores e trabalhadores do bairro, que foi realizada ontem a primeira audiência pública da Comissão de Trabalho da Assembléia Legislativa presidida pelo deputado Paulo Ramos e com a presença do Secretário do Trabalho do Estado do Rio, de representantes do sindicato, do Ministério Público Federal e Estadual, e de um do Ministro do Trabalho. Carlos Lupi.
O Ministro do Trabalho Carlos Lupi está empenhado em evitar o desemprego e em assegurar que os trabalhadores não sejam prejudicados em seus direitos. Para isso estará reunido no sábado pela manhã com os metalúrgicos, os moradores e os lideres comunitários do Jacarezinho. Reunião na qual também estarei presente assim como estive na audiência pública porque aceitar a confirmação do fechamento da fábrica da GE de Maria da Graça é compactuar de um golpe mortal na massa sem opções, já atingida a partir do governo Collor, quando o então segundo pólo industrial da cidade começou a ser desmontado acarretando o fechamento de uma centena de fábricas. Mais uma,não porque representará que o mercado será atendido com a importação de lâmpadas da China,já que a GE alega que “a produção de lâmpadas, especialmente as incandescentes, é um negócio que apresenta queda de rentabilidade”. Quer dizer: só o que interessa é o lucro doa a quem doer.
Como o vereador mais identificado nos último 25 anos com todas as causas do Jacarezinho estou convencido de que a luta será grande e necessária porque o anúncio de que a GE desativará sua fábrica no Rio em 2008 é um grande desafio para os governos federal, estadual e municipal e reflete a perigosa submissão do Brasil a uma globalização na qual só temos a perder.
É para reagir ao quadro que sem dúvida deixará ainda pior a situação do Jacaré e de seu entorno que nos últimos anos assistiu ao fim de diversas fábricas que representavam emprego e esperança para os moradores e trabalhadores do bairro, que foi realizada ontem a primeira audiência pública da Comissão de Trabalho da Assembléia Legislativa presidida pelo deputado Paulo Ramos e com a presença do Secretário do Trabalho do Estado do Rio, de representantes do sindicato, do Ministério Público Federal e Estadual, e de um do Ministro do Trabalho. Carlos Lupi.
O Ministro do Trabalho Carlos Lupi está empenhado em evitar o desemprego e em assegurar que os trabalhadores não sejam prejudicados em seus direitos. Para isso estará reunido no sábado pela manhã com os metalúrgicos, os moradores e os lideres comunitários do Jacarezinho. Reunião na qual também estarei presente assim como estive na audiência pública porque aceitar a confirmação do fechamento da fábrica da GE de Maria da Graça é compactuar de um golpe mortal na massa sem opções, já atingida a partir do governo Collor, quando o então segundo pólo industrial da cidade começou a ser desmontado acarretando o fechamento de uma centena de fábricas. Mais uma,não porque representará que o mercado será atendido com a importação de lâmpadas da China,já que a GE alega que “a produção de lâmpadas, especialmente as incandescentes, é um negócio que apresenta queda de rentabilidade”. Quer dizer: só o que interessa é o lucro doa a quem doer.
Como o vereador mais identificado nos último 25 anos com todas as causas do Jacarezinho estou convencido de que a luta será grande e necessária porque o anúncio de que a GE desativará sua fábrica no Rio em 2008 é um grande desafio para os governos federal, estadual e municipal e reflete a perigosa submissão do Brasil a uma globalização na qual só temos a perder.
A GRANDE LIÇÃO DOS PROFESSORES
Na novela “Sete Pecados” a professora Miriam ( interpretada por Gabriela Duarte) enfrenta todo tipo de dificuldades para fazer funcionar uma escola de periferia. A falta de condições de trabalho não impede a professora da ficção de exercer sua vocação de ensinar e de manter a escola funcionando mesmo que precariamente. Nossas escolas de verdade estão caindo aos pedaços, os professores enfrentam dificuldades (baixos salários, precárias condições de trabalho, ameaças e muitas vezes até a falta de alguns trocados para locomoção) para manter as salas de aula funcionando para fazer simplesmente o essencial: ensinar.
É no esforço pessoal de cada um de nossos professores que está o ensinamento maior de vida: o da dedicação e entusiasmo. Levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira mostra que o déficit de professores nos níveis fundamental e médio da educação básica ultrapassa 250 mil professores. Faltam professores, faltam escolas, mas não faltam alunos: nos últimos anos aumentaram 53% as matrículas no ensino médio. O estudo mostra ainda que consideradas as matrículas iniciais no Ensino Médio percebe-se a necessidade de Cursos Superiores na Baixada Fluminense.
O trabalho de professores de todos os níveis deve ser reconhecido diariamente, mas não tem sido assim. No recente Dia do Professor a data mal foi lembrada. O Dia do Professor surgiu em 15 de outubro de 1827 através do Decreto Imperial de D. Pedro I, determinando que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem sua escolas de primeiras letras”, com descentralização do ensino e as matérias básicas para os alunos. Somente em 1947 aconteceu a primeira comemoração até a data ser oficializada pelo Decreto Federal 52.682 de 14 de outubro de 1963. “para enaltecer a função do mestre na sociedade moderna”.
Agora não houve festa. Não há motivos para comemorar. Talvez a festa maior aconteça quando os governos reconhecerem de a importância do professor com melhor remuneração e condições básicas de trabalho. Cada vez mais sacrificados os professores continuam aí para ensinar. Os governos é que precisam aprender.
É no esforço pessoal de cada um de nossos professores que está o ensinamento maior de vida: o da dedicação e entusiasmo. Levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira mostra que o déficit de professores nos níveis fundamental e médio da educação básica ultrapassa 250 mil professores. Faltam professores, faltam escolas, mas não faltam alunos: nos últimos anos aumentaram 53% as matrículas no ensino médio. O estudo mostra ainda que consideradas as matrículas iniciais no Ensino Médio percebe-se a necessidade de Cursos Superiores na Baixada Fluminense.
O trabalho de professores de todos os níveis deve ser reconhecido diariamente, mas não tem sido assim. No recente Dia do Professor a data mal foi lembrada. O Dia do Professor surgiu em 15 de outubro de 1827 através do Decreto Imperial de D. Pedro I, determinando que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem sua escolas de primeiras letras”, com descentralização do ensino e as matérias básicas para os alunos. Somente em 1947 aconteceu a primeira comemoração até a data ser oficializada pelo Decreto Federal 52.682 de 14 de outubro de 1963. “para enaltecer a função do mestre na sociedade moderna”.
Agora não houve festa. Não há motivos para comemorar. Talvez a festa maior aconteça quando os governos reconhecerem de a importância do professor com melhor remuneração e condições básicas de trabalho. Cada vez mais sacrificados os professores continuam aí para ensinar. Os governos é que precisam aprender.
MAIS UM BALANÇO TRÁGICO DE FERIADÃO
Fim de feriado é também fim de pesadelo para muitas famílias que se preocupam com mães, pais, filhos, sobrinhos, netos que se acotovelam nas estradas para uma cansativa viagem de repouso. A preocupação faz sentido: é nos feriados prolongados, quando todos viajam mais relaxados e quase sempre irresponsavelmente, que acontece o maior número de acidentes fatais nas estradas que nos permitem descansar em pequenos paraísos.
Viagens de descanso (muito cansativas) provocam dezenas de acidentes. Temos feriados demais e os números de acidentes têm ligação com a desnecessária quantidade de feriadões. Logo no primeiro dia do feriado prolongado que mal terminou os dados são (não há ainda levantamento completo) alarmantes com 48 acidentes (9 mortos e 12 feridos). Quinze mortes em 48 horas. Pode-se argumentar que não é a maioria da população com condições de ter carro e viajar. Não é mesmo, mas acidentes nas estradas fazem vítimas de todos os tipos: humildes moradores de beira de estrada que caminham pelos acostamentos, também irresponsavelmente ocupados por veículos em alta velocidade; passageiros de ônibus, enfim toda sorte de vítimas (são mais de 3 mil atropelamentos por ano com 1.776 mortes em 2004, ou seja, uma morte a cada 198 atropelamentos). Importante alerta nos é dado pelo número de acidentes: a cada dois anos o Brasil perde 3.996 vidas (números de 2004) nas estradas, ou seja, a mesma quantidade de pessoas que os americanos perderam em quase 12 anos da absurda guerra no Vietnã. Perdemos vidas preciosas e dinheiro: os gastos com acidentes nas rodovias são de R$ 22 bilhões por ano (6.5 bilhões em estradas estaduais, R$14 bilhões em estradas estaduais e 1,4 bilhões em estradas municipais), o que representa 1,2% do PIB brasileiro. Acidentes em estradas são causados na maioria das vezes por falhas humanas e má conservação de vias, o que mostra que é preciso orientar mais e melhor os motoristas para que não continue sendo de 51,5% o número de vítimas fatais em cada 100 mil veículos registrados. O carro é uma máquina para ser usada com responsabilidade. É hora de tirar o pé do acelerador e pisar no freio dos carros. E da consciência.
Viagens de descanso (muito cansativas) provocam dezenas de acidentes. Temos feriados demais e os números de acidentes têm ligação com a desnecessária quantidade de feriadões. Logo no primeiro dia do feriado prolongado que mal terminou os dados são (não há ainda levantamento completo) alarmantes com 48 acidentes (9 mortos e 12 feridos). Quinze mortes em 48 horas. Pode-se argumentar que não é a maioria da população com condições de ter carro e viajar. Não é mesmo, mas acidentes nas estradas fazem vítimas de todos os tipos: humildes moradores de beira de estrada que caminham pelos acostamentos, também irresponsavelmente ocupados por veículos em alta velocidade; passageiros de ônibus, enfim toda sorte de vítimas (são mais de 3 mil atropelamentos por ano com 1.776 mortes em 2004, ou seja, uma morte a cada 198 atropelamentos). Importante alerta nos é dado pelo número de acidentes: a cada dois anos o Brasil perde 3.996 vidas (números de 2004) nas estradas, ou seja, a mesma quantidade de pessoas que os americanos perderam em quase 12 anos da absurda guerra no Vietnã. Perdemos vidas preciosas e dinheiro: os gastos com acidentes nas rodovias são de R$ 22 bilhões por ano (6.5 bilhões em estradas estaduais, R$14 bilhões em estradas estaduais e 1,4 bilhões em estradas municipais), o que representa 1,2% do PIB brasileiro. Acidentes em estradas são causados na maioria das vezes por falhas humanas e má conservação de vias, o que mostra que é preciso orientar mais e melhor os motoristas para que não continue sendo de 51,5% o número de vítimas fatais em cada 100 mil veículos registrados. O carro é uma máquina para ser usada com responsabilidade. É hora de tirar o pé do acelerador e pisar no freio dos carros. E da consciência.
NA PIRATARIA, O CAMELÔ ESTÁ NA PONTA
Pra início de conversa quero deixar bem claro que sou contra a pirataria de qualquer produto. Exatamente por isso não posso fechar os olhos diante da realidade: a venda de produtos falsos, principalmente CDs e DVDs, que aumenta todo dia. Levantamento da Federação do Comércio do Rio de Janeiro concluiu que “a pirataria vem sendo cada vez mais incorporada ao cotidiano do cidadão”. 81% compram CDs piratas e a venda de DVDs pirateados aumentou 51%) . O estudo revela ainda que 42% dos brasileiros assumem ter comprado produtos pirateados.
Novamente tentam culpar consumidores e camelôs que, convenhamos, são os menores responsáveis porque se limitam a vender produtos que lhes chegam às mãos produzidos por, esses sim, “fabricantes” ilegais de fundo de quintal. Noventa e sete por cento dos consumidores justificam a aquisição porque “tem um preço mais em conta”. Portanto, o combate à pirataria passa por aí e nem mesmo as apreensões (foram R$263 milhões em 2006 (80% no Rio e Espírito Santo). Estima-se que até o final do ano a Receita Federal terá apreendido, através da Polícia Civil, mais de 1,5 milhões de produtos falsificados ( CDs, DVDs, óculos, roupas e brinquedos eletrônicos,principalmente). O brasileiro reconhece os males da pirataria, mas mal remunerado vê frustrada a intenção de adquirir produtos no mercado formal.
Não é tomando no peito e na raça produtos que estão nas ruas que se colocará fim à pirataria. Não adianta perseguir que vende. É preciso combater quem “fabrica”, mas a corda não arrebenta do lado mais forte e sim, como sempre, do lado mais fraco.
Pirataria de qualquer tipo é um crime que destrói empregos, fortalece o crime organizado, suja a imagem dos produtores e diminui a arrecadação. Ou seja: lesa a todos nós. Pirataria não é novidade: antes mesmo de Gutemberg (1400 -1486), o inventor da prensa, fazer a primeira tiragem original da Bíblia exemplares piratas do livro sagrado circulavam clandestinamente na Europa. Desde aquela época se sabe - se que o combate à pirataria não se dará perseguindo ambulantes. O buraco é mais embaixo e é nesse que se deve entrar a fundo.
Novamente tentam culpar consumidores e camelôs que, convenhamos, são os menores responsáveis porque se limitam a vender produtos que lhes chegam às mãos produzidos por, esses sim, “fabricantes” ilegais de fundo de quintal. Noventa e sete por cento dos consumidores justificam a aquisição porque “tem um preço mais em conta”. Portanto, o combate à pirataria passa por aí e nem mesmo as apreensões (foram R$263 milhões em 2006 (80% no Rio e Espírito Santo). Estima-se que até o final do ano a Receita Federal terá apreendido, através da Polícia Civil, mais de 1,5 milhões de produtos falsificados ( CDs, DVDs, óculos, roupas e brinquedos eletrônicos,principalmente). O brasileiro reconhece os males da pirataria, mas mal remunerado vê frustrada a intenção de adquirir produtos no mercado formal.
Não é tomando no peito e na raça produtos que estão nas ruas que se colocará fim à pirataria. Não adianta perseguir que vende. É preciso combater quem “fabrica”, mas a corda não arrebenta do lado mais forte e sim, como sempre, do lado mais fraco.
Pirataria de qualquer tipo é um crime que destrói empregos, fortalece o crime organizado, suja a imagem dos produtores e diminui a arrecadação. Ou seja: lesa a todos nós. Pirataria não é novidade: antes mesmo de Gutemberg (1400 -1486), o inventor da prensa, fazer a primeira tiragem original da Bíblia exemplares piratas do livro sagrado circulavam clandestinamente na Europa. Desde aquela época se sabe - se que o combate à pirataria não se dará perseguindo ambulantes. O buraco é mais embaixo e é nesse que se deve entrar a fundo.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
DIA DA CRIANÇA, MAS NÃO DE TODAS
Hoje é Dia da Criança. Deveria ser, mas infelizmente não é bem assim: nem todas as crianças ganharão presentes, almoços especiais, uma festinha qualquer. A realidade que perambula pelas ruas nos rostos de meninos e meninas sujos e maltrapilhos mostra diariamente que o abandono infantil se acentua e na maioria das vezes fingimos não ver. Ou ver e não querer enxergar.
Nenhuma criança escolhe fazer da rua, onde deveria apenas brincar, moradia por pirraça ou teimosia. Estudos comprovam que de milhares de crianças abandonadas apenas 5,2% são órfãos. Existem muitos e cruéis motivos que fazem as crianças preferirem a rua. As causas mais freqüentes são: pobreza (24,2%), abandono (19,9%), violência doméstica (11,7%) e pais dependentes de álcool e drogas (11,4%).
São números perversos que nos mostram claramente que não se faz necessário olhar apenas para as crianças, mas também e talvez principalmente para os s pais, que também precisam de atenção e orientação que lhes permita dar aos filhos famílias sólidas, se não financeiramente pelo menos afetivamente. Afinal, ninguém troca o amor de um lar pelo frio e medo de ruas sombrias, esburacadas e sujas. Tão sujas quanto o descaso que faz de crianças que deveriam sorrir apenas vítimas de uma política social injusta e desumana.
Pesquisas mostram que 2% das crianças que perambulam pelas ruas não têm família ou algum parente que as ampare. Cruel: 92% estão na rua paras escapar das agressões físicas cometidas por pais ou responsáveis, melhor dizendo, irresponsáveis. Em 1976, em Brasília, a CPI do menor abandonado concluiu que pelo menos 2 milhões de crianças abandonadas perambulavam pelo Brasil. Nada da se fez.
Criado através de decreto nº.4867 do presidente Artur Bernardes no dia 5 de novembro de em 1924 (a sugestão, em 1920, foi do deputado federal Galdino do Valle Filho) o Dia da Criança ( só passou a ser mundialmente comemorado em 1960) nasceu para ser um dia de festa, mas só terá sentido e estará completa quando houver reais políticas capazes de resolver o problema. É fundamental olhar mais para nossas crianças. Só assim poderemos olhar melhor para o futuro.
Nenhuma criança escolhe fazer da rua, onde deveria apenas brincar, moradia por pirraça ou teimosia. Estudos comprovam que de milhares de crianças abandonadas apenas 5,2% são órfãos. Existem muitos e cruéis motivos que fazem as crianças preferirem a rua. As causas mais freqüentes são: pobreza (24,2%), abandono (19,9%), violência doméstica (11,7%) e pais dependentes de álcool e drogas (11,4%).
São números perversos que nos mostram claramente que não se faz necessário olhar apenas para as crianças, mas também e talvez principalmente para os s pais, que também precisam de atenção e orientação que lhes permita dar aos filhos famílias sólidas, se não financeiramente pelo menos afetivamente. Afinal, ninguém troca o amor de um lar pelo frio e medo de ruas sombrias, esburacadas e sujas. Tão sujas quanto o descaso que faz de crianças que deveriam sorrir apenas vítimas de uma política social injusta e desumana.
Pesquisas mostram que 2% das crianças que perambulam pelas ruas não têm família ou algum parente que as ampare. Cruel: 92% estão na rua paras escapar das agressões físicas cometidas por pais ou responsáveis, melhor dizendo, irresponsáveis. Em 1976, em Brasília, a CPI do menor abandonado concluiu que pelo menos 2 milhões de crianças abandonadas perambulavam pelo Brasil. Nada da se fez.
Criado através de decreto nº.4867 do presidente Artur Bernardes no dia 5 de novembro de em 1924 (a sugestão, em 1920, foi do deputado federal Galdino do Valle Filho) o Dia da Criança ( só passou a ser mundialmente comemorado em 1960) nasceu para ser um dia de festa, mas só terá sentido e estará completa quando houver reais políticas capazes de resolver o problema. É fundamental olhar mais para nossas crianças. Só assim poderemos olhar melhor para o futuro.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
MULHER CADA VEZ MAIS PRESENTE
Lembra: não faz muito tempo era comum dizer até por brincadeira (de mau gosto, por sinal), que lugar de mulher é no tanque. Nada de repetir essa piada. As mulheres conquistaram mercado profissional e com ele a responsabilidade de chefiar famílias.
Não se surpreenda: esse é um dos dados da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 29,9% das entrevistas as mulheres foram apontadas como referências do lar, o que representa aumento de 8% em relação a 1996.
Comodismo dos homens? Não. Segundo a pesquisa mudaram os critérios para que as famílias escolham o responsável pelo lar. O novo critério inclui a escolaridade feminina e a posse dom imóvel pela mulher, confirmando o crescimento do poder feminino. Mas os homens continuam ganhando mais em 47% nas famílias lideradas por mulheres, mas quando o casal trabalha o homem recebe (em 70% dos casos) melhor salário, o que mostra que a desigualdade persiste nas relações de trabalho.
É uma importante radiografia do Brasil, confirmando a cada vez maior importância feminina para a capacidade produtiva de um país que precisa unir forças no enfrentamento das muitas e dificuldades que enfrenta.
Outro dado importante da pesquisa revela que mais da metade dos alunos que freqüentam as universidades públicas é da faixa que compreende os 20% maus ricos da população, conseqüência de um melhor preparo e um alerta para que se dê aos alunos do ensino público médio as mesmas condições de disputa.
Esse, aliás, é o grande problema. A Universidade pública não pode ser seqüestrada pelos que podem pagar uma particular. Mas também não podem ser asseguradas aos que precisam pelo sistema de cotas, que compromete a qualidade dos futuros profissionais. É preciso, sim, ensino de segundo grau e de base que capacite, como os CIEPs criados por Brizola.
Quase sete em cada dez analfabetos são pessoas identificadas como preta ou parda, totalizando 10 milhões de pessoas em todo o país. O analfabetismo entre os indivíduos com 15 ou mais anos de idade é de 6.5% para os brancos e 14% para pretos e pardos.
Importante a comprovação de que lugar de mulher não é no tanque. Afinal, não é de hoje que inventaram a máquina de lavar. Que, aliás, é ela quem, na maioria das vezes compra. E paga.
Não se surpreenda: esse é um dos dados da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 29,9% das entrevistas as mulheres foram apontadas como referências do lar, o que representa aumento de 8% em relação a 1996.
Comodismo dos homens? Não. Segundo a pesquisa mudaram os critérios para que as famílias escolham o responsável pelo lar. O novo critério inclui a escolaridade feminina e a posse dom imóvel pela mulher, confirmando o crescimento do poder feminino. Mas os homens continuam ganhando mais em 47% nas famílias lideradas por mulheres, mas quando o casal trabalha o homem recebe (em 70% dos casos) melhor salário, o que mostra que a desigualdade persiste nas relações de trabalho.
É uma importante radiografia do Brasil, confirmando a cada vez maior importância feminina para a capacidade produtiva de um país que precisa unir forças no enfrentamento das muitas e dificuldades que enfrenta.
Outro dado importante da pesquisa revela que mais da metade dos alunos que freqüentam as universidades públicas é da faixa que compreende os 20% maus ricos da população, conseqüência de um melhor preparo e um alerta para que se dê aos alunos do ensino público médio as mesmas condições de disputa.
Esse, aliás, é o grande problema. A Universidade pública não pode ser seqüestrada pelos que podem pagar uma particular. Mas também não podem ser asseguradas aos que precisam pelo sistema de cotas, que compromete a qualidade dos futuros profissionais. É preciso, sim, ensino de segundo grau e de base que capacite, como os CIEPs criados por Brizola.
Quase sete em cada dez analfabetos são pessoas identificadas como preta ou parda, totalizando 10 milhões de pessoas em todo o país. O analfabetismo entre os indivíduos com 15 ou mais anos de idade é de 6.5% para os brancos e 14% para pretos e pardos.
Importante a comprovação de que lugar de mulher não é no tanque. Afinal, não é de hoje que inventaram a máquina de lavar. Que, aliás, é ela quem, na maioria das vezes compra. E paga.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
OS NÚMEROS MORTAIS DA VIOLÊNCIA
Chama atenção a incoerência dos números de um balanço, relativo ao primeiro semestre do ano, divulgado há dias pelo Instituto de Segurança Pública. O relatório confirma o aumento de número de mortos em confrontos com a polícia e o também aumento de assaltos a pedestres nas ruas de um Rio que está passando violentamente pelas nossas vidas. Foram oficialmente (não há registro de todas as ações porque muitas vítimas não prestam queixa) nos últimos 16 anos ( a maior registrada no período) e que certamente acontecem (e pelo visto continuarão acontecendo) pela absoluta fala de policiamento nas ruas.
Os policiais e seus caveirões que invadem favelas, não porque queiram, mas por falta de um adequado planejamento para um mais eficiente combate ao tráfico, seriam não tenho dúvidas, mais úteis e competentes nas ruas em defesa dos pedestres, já que as violentas ações nas favelas não conseguem resolver e nem diminuir o problema. Pelo contrário: o agravam na medida em que durante as invasões tiros são disparados pra todo lado alvejando (e matando) dezenas de inocentes.
As ineficientes operações policiais nas áreas mais carentes e desprotegidas do estado aumentaram em 33,5% o número de mortos (mais inocentes do que culpados) em confrontos com a polícia. Só em maio, segundo o relatório, em uma única operação policial foram mortas 19 pessoas no Complexo do Alemão. Foram no total e até agora 694 casos (137 mortes em conflito). Não são apenas os cada vez mais freqüentes assaltos e balas perdidas que ameaçam os pedestres: no trânsito houve aumento 4,9% de vítimas. Roubos a carros também preocupam: 93 veículos são “levados” por dia.
Merece profundo estudo o relatório divulgado pelo Instituto de Segurança Pública. O ISP é uma autarquia criada em dezembro de 1999 para planejar e implementar políticas públicas e auxiliar a Secretaria de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Estão esperando o que?
É hora de agir com inteligência e planejamento para tranqüilizar os moradores da cidade. O que não dá é o cidadão continuar caminhando pelas ruas com medo até da própria sombra. Nem tentar resolver o problema da violência urbana com ações de extermínio nas comunidades, onde vivem milhares de trabalhadores e jovens que precisam de um outro tipo de atenção do poder público.
Os policiais e seus caveirões que invadem favelas, não porque queiram, mas por falta de um adequado planejamento para um mais eficiente combate ao tráfico, seriam não tenho dúvidas, mais úteis e competentes nas ruas em defesa dos pedestres, já que as violentas ações nas favelas não conseguem resolver e nem diminuir o problema. Pelo contrário: o agravam na medida em que durante as invasões tiros são disparados pra todo lado alvejando (e matando) dezenas de inocentes.
As ineficientes operações policiais nas áreas mais carentes e desprotegidas do estado aumentaram em 33,5% o número de mortos (mais inocentes do que culpados) em confrontos com a polícia. Só em maio, segundo o relatório, em uma única operação policial foram mortas 19 pessoas no Complexo do Alemão. Foram no total e até agora 694 casos (137 mortes em conflito). Não são apenas os cada vez mais freqüentes assaltos e balas perdidas que ameaçam os pedestres: no trânsito houve aumento 4,9% de vítimas. Roubos a carros também preocupam: 93 veículos são “levados” por dia.
Merece profundo estudo o relatório divulgado pelo Instituto de Segurança Pública. O ISP é uma autarquia criada em dezembro de 1999 para planejar e implementar políticas públicas e auxiliar a Secretaria de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Estão esperando o que?
É hora de agir com inteligência e planejamento para tranqüilizar os moradores da cidade. O que não dá é o cidadão continuar caminhando pelas ruas com medo até da própria sombra. Nem tentar resolver o problema da violência urbana com ações de extermínio nas comunidades, onde vivem milhares de trabalhadores e jovens que precisam de um outro tipo de atenção do poder público.
POR UMA SOLUÇÃO HUMANA PARA OS CAMELÔS
Todo dia abrimos o jornal e tem notícia envolvendo os camelôs em um ponto qualquer da cidade. Os camelôs continuam sendo injustamente perseguidos e não parece haver por parte das autoridades qualquer desejo de negociação (camelôs, convenhamos, sabem negociar) para selar a paz com os ambulantes e para a cidade. Não é tão difícil chegar a uma solução satisfatória.
É o que se supõe diante do encantamento que o prefeito César Maia mostrou recentemente diante da tranqüila (nenhum tipo de perseguição violenta e absurda) ação dos camelôs que se plantam nas ruas de Manhattan, em Nova Iorque. Em seu ex-blog o prefeito lembra que lá, “há camelôs autorizados - em geral nas esquinas - e outros não autorizados” e os “policiais não dão a mínima bola e ficam nas esquinas sem molestar a nenhum deles”.
Esse comportamento não é obra do acaso: algum tipo de acordo deve ter sido feito para encontrar a solução – uma solução que, aliás, pode estar próxima da nossa realidade se houver boa vontade de acertar ponteiros. Camelôs são pessoas que querem apenas exercer o direito de trabalhar, como faz qualquer cidadão decente. O cada vez maior número de ambulantes (ambulantes existem desde 1904 quando eram 5208 registrados na Prefeitura do então Distrito Federal) é consequência do desemprego que levou para a informalidade, como mostram estudos, ex-metalúrgicos, motoristas, professoras, todos desempregados, além de jovens que nunca tiveram acesso ao primeiro emprego. Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho, criada em 1919 para promover a justiça social e que tem escritórios no Brasil desde 1950) mostram que entre 1990 e 2001 de cada 100 pontos de trabalho na América Latina 69 são infirmais. O nosso Ministério do Trabalho estima que cerca de 40 milhões de brasileiros atuem no setor do trabalho informal.
Como o estímulo é mais eficiente em qualquer atividade esse é o momento de criar políticas que não obriguem o camelô a fugir de perseguições diárias como se um bandido fosse. É mais competente encontrar fórmulas para estimular o trabalho autônomo organizado. Sem violência e perseguição.
É o que se supõe diante do encantamento que o prefeito César Maia mostrou recentemente diante da tranqüila (nenhum tipo de perseguição violenta e absurda) ação dos camelôs que se plantam nas ruas de Manhattan, em Nova Iorque. Em seu ex-blog o prefeito lembra que lá, “há camelôs autorizados - em geral nas esquinas - e outros não autorizados” e os “policiais não dão a mínima bola e ficam nas esquinas sem molestar a nenhum deles”.
Esse comportamento não é obra do acaso: algum tipo de acordo deve ter sido feito para encontrar a solução – uma solução que, aliás, pode estar próxima da nossa realidade se houver boa vontade de acertar ponteiros. Camelôs são pessoas que querem apenas exercer o direito de trabalhar, como faz qualquer cidadão decente. O cada vez maior número de ambulantes (ambulantes existem desde 1904 quando eram 5208 registrados na Prefeitura do então Distrito Federal) é consequência do desemprego que levou para a informalidade, como mostram estudos, ex-metalúrgicos, motoristas, professoras, todos desempregados, além de jovens que nunca tiveram acesso ao primeiro emprego. Dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho, criada em 1919 para promover a justiça social e que tem escritórios no Brasil desde 1950) mostram que entre 1990 e 2001 de cada 100 pontos de trabalho na América Latina 69 são infirmais. O nosso Ministério do Trabalho estima que cerca de 40 milhões de brasileiros atuem no setor do trabalho informal.
Como o estímulo é mais eficiente em qualquer atividade esse é o momento de criar políticas que não obriguem o camelô a fugir de perseguições diárias como se um bandido fosse. É mais competente encontrar fórmulas para estimular o trabalho autônomo organizado. Sem violência e perseguição.
NINGUÉM VIVE NA RUA PORQUE QUER
Repare só como a pressa com que andamos pelas ruas não nos deixa perceber muitas coisas. Uma delas é o cada vez maior número de moradores de rua nas esquinas de todos os bairros. Moradores de rua não são preguiçosos que querem “sombra e água fresca”. São vitimas do desemprego, pessoas expulsas do mercado de trabalho que não encontram alternativa a não ser a de transformar qualquer calçada esburacada em cama e moradia.
Não há números precisos, pela própria natureza móvel dessa população, mas estatísticas revelam que existem atualmente cerca de dez mil pessoas vivendo nas ruas do Rio. Durante a realização do Pan os moradores de rua foram recolhidos: era preciso limpar a cidade diante dos olhos do mundo, mas até agora nada foi feito para melhorar a vida dessa infeliz parcela da população, que, em sua maioria, não tem documentos e acesso a serviços públicos básicos. Às vezes nem a um prato de comida. Pior: moradores de rua são vistos pela população como marginais dos quais se deve fugir.
Estudos mostram que moradores de rua são ex-trabalhadores formais, da construção civil ou de serviços domésticos, que não conseguem inclusão no mercado de trabalho. Pessoas que romperam o vínculo com o estado e o país e não têm comunicação com as instituições porque ainda não existem políticas públicas específicas de inclusão social. O tão auto elogiado Bolsa-Família não resolve: grande parte da população de rua não o recebe simplesmente porque não sabe ou não o conhece. Muitas vezes são pessoas que vieram para as ruas, tiveram filhos e seus filhos tiveram precocemente filhos formando três gerações de pessoas nunca registradas e que não têm sobrenome.
Não é suficiente “recolher” só por “recolher” os moradores de rua. É preciso mais, muito mais. Quando fui secretário de Desenvolvimento Social, criei o programa “De volta à terra natal”, para aqueles cujas famílias estavam em outra cidade. Teve grande sucesso na época, porque a Prefeitura custeava seis meses de seu reassentamento. Como diz Aparecida Magali, psicóloga e pesquisadora de saúde pública da Universidade de São Paulo “não se pode violentar os moradores de rua arrancando-os dessa condição”. É necessário orientá-los até que encontrem um motivo para deixar a rua e, desta forma, conseguir superar a situação em que se encontram. Há muita coisa urgente para resolver. Essa é uma. Antes que seja muito tarde.
Não há números precisos, pela própria natureza móvel dessa população, mas estatísticas revelam que existem atualmente cerca de dez mil pessoas vivendo nas ruas do Rio. Durante a realização do Pan os moradores de rua foram recolhidos: era preciso limpar a cidade diante dos olhos do mundo, mas até agora nada foi feito para melhorar a vida dessa infeliz parcela da população, que, em sua maioria, não tem documentos e acesso a serviços públicos básicos. Às vezes nem a um prato de comida. Pior: moradores de rua são vistos pela população como marginais dos quais se deve fugir.
Estudos mostram que moradores de rua são ex-trabalhadores formais, da construção civil ou de serviços domésticos, que não conseguem inclusão no mercado de trabalho. Pessoas que romperam o vínculo com o estado e o país e não têm comunicação com as instituições porque ainda não existem políticas públicas específicas de inclusão social. O tão auto elogiado Bolsa-Família não resolve: grande parte da população de rua não o recebe simplesmente porque não sabe ou não o conhece. Muitas vezes são pessoas que vieram para as ruas, tiveram filhos e seus filhos tiveram precocemente filhos formando três gerações de pessoas nunca registradas e que não têm sobrenome.
Não é suficiente “recolher” só por “recolher” os moradores de rua. É preciso mais, muito mais. Quando fui secretário de Desenvolvimento Social, criei o programa “De volta à terra natal”, para aqueles cujas famílias estavam em outra cidade. Teve grande sucesso na época, porque a Prefeitura custeava seis meses de seu reassentamento. Como diz Aparecida Magali, psicóloga e pesquisadora de saúde pública da Universidade de São Paulo “não se pode violentar os moradores de rua arrancando-os dessa condição”. É necessário orientá-los até que encontrem um motivo para deixar a rua e, desta forma, conseguir superar a situação em que se encontram. Há muita coisa urgente para resolver. Essa é uma. Antes que seja muito tarde.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
MILAGRE É VIVER COM SALÁRIO MÍNIMO
Não é de hoje que eu, você, toda a população ouve falar em um tal “milagre brasileiro”. Existe, sim, mas não é um milagre brasileiro, como o tão prometido, mas nunca cumprido, por todos os governantes. É isso sim o milagre do brasileiro, povo heróico que sobrevive com um salário mínimo que os governos consideram vantajoso, mas que está completamente fora da realidade.
Os R$ 380 pagos hoje (nem todo mundo recebe “isso tudo”) não dão nem para a saída na hora de cobrir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte e previdência (que também não oferece muito). Enfim, o que a Constituição prevê para que um cidadão brasileiro possa ter uma vida menos sacrificada. Eu poderia dizer uma vida mais digna, mas não é o caso: dignidade sobra nesse povo que sobrevive dando verdadeiras cambalhotas para ter o que comer no dia a dia socialmente injusto. Injusto em tudo.
O salário mínimo ideal deveria ser 4,5 vezes maior do que é pago (quando é) atualmente. Os cálculos são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para o Dieese o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 1737,16. Talvez assim o mínimo fosse, em todos os sentidos, o máximo.
Os R$ 380 pagos atualmente mal dão para comprar uma cesta básica. Para o Dieese um trabalhador que ganha um salário mínimo por mês compromete quase a metade (48,41%) da remuneração, descontada a previdência (que, aliás, também não oferece muito) na compra da cesta básica de alimentos que no Rio de Janeiro é de R$187, 95, o que, convenhamos, não é suficiente pra alimentar razoavelmente uma família. Há um ano o percentual do salário mínimo necessário para a compra da cesta básica era de 46,04%. Quer dizer: aumentou 3,37%.
Esses são os números (e os números não mentem) de uma realidade que, pelo visto, não tem qualquer perspectiva de melhora: por mais que os governos até se vangloriem de estabelecer o máximo (aí já é outra discussão) o salário do trabalhador continuará sendo sempre e literalmente o mínimo. O mínimo dos mínimos. E reconhecidamente um dos mais baixos de todo o mundo. Na América Latina: só no Haiti o piso é menor.
Os R$ 380 pagos hoje (nem todo mundo recebe “isso tudo”) não dão nem para a saída na hora de cobrir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte e previdência (que também não oferece muito). Enfim, o que a Constituição prevê para que um cidadão brasileiro possa ter uma vida menos sacrificada. Eu poderia dizer uma vida mais digna, mas não é o caso: dignidade sobra nesse povo que sobrevive dando verdadeiras cambalhotas para ter o que comer no dia a dia socialmente injusto. Injusto em tudo.
O salário mínimo ideal deveria ser 4,5 vezes maior do que é pago (quando é) atualmente. Os cálculos são do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para o Dieese o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 1737,16. Talvez assim o mínimo fosse, em todos os sentidos, o máximo.
Os R$ 380 pagos atualmente mal dão para comprar uma cesta básica. Para o Dieese um trabalhador que ganha um salário mínimo por mês compromete quase a metade (48,41%) da remuneração, descontada a previdência (que, aliás, também não oferece muito) na compra da cesta básica de alimentos que no Rio de Janeiro é de R$187, 95, o que, convenhamos, não é suficiente pra alimentar razoavelmente uma família. Há um ano o percentual do salário mínimo necessário para a compra da cesta básica era de 46,04%. Quer dizer: aumentou 3,37%.
Esses são os números (e os números não mentem) de uma realidade que, pelo visto, não tem qualquer perspectiva de melhora: por mais que os governos até se vangloriem de estabelecer o máximo (aí já é outra discussão) o salário do trabalhador continuará sendo sempre e literalmente o mínimo. O mínimo dos mínimos. E reconhecidamente um dos mais baixos de todo o mundo. Na América Latina: só no Haiti o piso é menor.
O FECHAMENTO DA FÁBRICA DA GE
A notícia do fechamento da Fábrica da General Eletric em Maria da Graça é mais um golpe mortal que atinge diretamente a comunidade do Jacarezinho, sua vizinha.
Desde quando foi se espalhando, a população daquela comunidade gravitou originalmente em torno dessa indústria que chegou a ter 4 mil empregados e mantinha um portão de acesso direto ao Jacarezinho.
A GE estava no Rio de Janeiro desde 1919 e seu parque em Maria da Graça, próximo ao Jacaré, era a grande âncora do bairro nos tempos em que ali existia o segundo centro metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Nos últimos 30 anos, esse parque industrial foi sendo desativado, principalmente porque nunca se modernizou, nunca investiu em novas tecnologias. O resultado é a transformação do entorno no maior núcleo de desempregados da cidade. Trabalhadores com alto índice de experiência e especialização andam por aí, de um lado para outro, procurando sobreviver do trabalho informal. Muitos camelôs são ex-metalúrgicos que precisam manter suas famílias. Ali, a situação chegou a um ponto em que agora são as mulheres (muitas empregadas domésticas) e os aposentados que respondem pelas despesas da casa.
A empresa publicou uma nota, garantindo que cumprirá com todas as obrigações trabalhistas e criará um programa de benefícios que prevê, inclusive, o eventual aproveitamento de alguns dos demitidos em outras unidades do grupo.
Mas o que será de suas instalações, que tem uma grande capacidade produtiva? Há vários casos, inclusive no Rio de Janeiro, em que os próprios trabalhadores tocaram por conta própria indústrias que fecharam de uma hora para outra.
No caso da GE, há mais de dez anos ela se dedicava à produção de lâmpadas, inclusive fluorescentes. Mas as importadas de suas unidades da Ásia chegam muito mais em conta, até porque adotam modernas tecnologias.
O diretor de relações institucionais da GE, Newton Galvão, resumiu os motivos que levaram à desativação.
- É um momento difícil, mas necessário para a empresa. A realidade do negócio é que os custos para se manter uma fábrica são crescentes, enquanto sua rentabilidade tem queda contínua, quando seus produtos já não respondem às demandas do mercado. Queremos continuar a atender o consumidor da melhor forma possível e vamos fazer isso (vendendo lâmpadas importadas).
Desde quando foi se espalhando, a população daquela comunidade gravitou originalmente em torno dessa indústria que chegou a ter 4 mil empregados e mantinha um portão de acesso direto ao Jacarezinho.
A GE estava no Rio de Janeiro desde 1919 e seu parque em Maria da Graça, próximo ao Jacaré, era a grande âncora do bairro nos tempos em que ali existia o segundo centro metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Nos últimos 30 anos, esse parque industrial foi sendo desativado, principalmente porque nunca se modernizou, nunca investiu em novas tecnologias. O resultado é a transformação do entorno no maior núcleo de desempregados da cidade. Trabalhadores com alto índice de experiência e especialização andam por aí, de um lado para outro, procurando sobreviver do trabalho informal. Muitos camelôs são ex-metalúrgicos que precisam manter suas famílias. Ali, a situação chegou a um ponto em que agora são as mulheres (muitas empregadas domésticas) e os aposentados que respondem pelas despesas da casa.
A empresa publicou uma nota, garantindo que cumprirá com todas as obrigações trabalhistas e criará um programa de benefícios que prevê, inclusive, o eventual aproveitamento de alguns dos demitidos em outras unidades do grupo.
Mas o que será de suas instalações, que tem uma grande capacidade produtiva? Há vários casos, inclusive no Rio de Janeiro, em que os próprios trabalhadores tocaram por conta própria indústrias que fecharam de uma hora para outra.
No caso da GE, há mais de dez anos ela se dedicava à produção de lâmpadas, inclusive fluorescentes. Mas as importadas de suas unidades da Ásia chegam muito mais em conta, até porque adotam modernas tecnologias.
O diretor de relações institucionais da GE, Newton Galvão, resumiu os motivos que levaram à desativação.
- É um momento difícil, mas necessário para a empresa. A realidade do negócio é que os custos para se manter uma fábrica são crescentes, enquanto sua rentabilidade tem queda contínua, quando seus produtos já não respondem às demandas do mercado. Queremos continuar a atender o consumidor da melhor forma possível e vamos fazer isso (vendendo lâmpadas importadas).
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
UMA RUA CHAMADA LEONEL BRIZOLA
Você sabe quem é a pessoa que dá nome à rua em que mora, na qual trabalha ou passa, mesmo que seja só de vez em quando? Pergunto isso porque muitas vezes não tempos a menor idéia de quem foi o homenageado com nome de rua, seja pequena ou da maior importância como é, por exemplo, a Avenida Getúlio Vargas. Nunca sabemos direito quais os critérios adotados para homenagear alguém quase sempre de forma de forma definitiva (raramente ruas mudam de nome) com o nome de uma rua. Nomes de ruas, praças e cidades são uma maneira de eternizar pessoas ou personagens que de alguma forma tiveram importância para a história do país, do estado ou simplesmente do bairro.
É essa eterna e justíssima homenagem que enfim será prestada a Leonel de Moura Brizola, mais do que um nome uma legenda escrita em letras maiúsculas na história política do Brasil. Só agora, por iniciativa do deputado Zito, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio, Leonel Brizola dará nome e certamente encherá de orgulho a principal avenida de Duque de Caxias, até agora chamada de Presidente Kennedy. A nova Avenida Governador Leonel de Moura Brizola (o projeto certamente será sancionado pelo governador Sergio Cabral) fará a ligação entre 12 bairros pela Rodovia RJ 101, que é como ele, Brizola, com vários “Brizolões”, as escolas de qualidade que ele implantou, como sonhava, para as crianças.
Não custa relembrar: Brizola começou a escrever um novo capítulo da política brasileira a partir de 1961, quando da mal explicada renúncia de Jânio Quadros. Desde então emergiu a figura lendária em que se transformou Leonel Brizola que aos 36 anos proclamou um rotundo não passarão e impediu que uma junta militar usurpasse o poder,já no Planalto .
Mesmo monstruosamente perseguido Brizola foi o resgate mais cristalino do projeto nacional, o guardião mais determinado das conquistas trabalhistas, o verdadeiro libertador, com uma intuitiva percepção.
Sua luta abriu caminhos como abertos estão para o povo os caminhos da Avenida que levará seu nome. Novamente Brizola e o povo caminham juntos nas ruas. Mas Brizola não será lembrado eternamente apenas como nome de rua. Ele foi, é e continuará sendo uma das mais belas páginas da história políticas e da democrática do País e de um povo que hoje pode manifestar-se porque Brizola existiu. Continuará existindo. Eternamente e em todas as ruas e avenidas.
É essa eterna e justíssima homenagem que enfim será prestada a Leonel de Moura Brizola, mais do que um nome uma legenda escrita em letras maiúsculas na história política do Brasil. Só agora, por iniciativa do deputado Zito, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio, Leonel Brizola dará nome e certamente encherá de orgulho a principal avenida de Duque de Caxias, até agora chamada de Presidente Kennedy. A nova Avenida Governador Leonel de Moura Brizola (o projeto certamente será sancionado pelo governador Sergio Cabral) fará a ligação entre 12 bairros pela Rodovia RJ 101, que é como ele, Brizola, com vários “Brizolões”, as escolas de qualidade que ele implantou, como sonhava, para as crianças.
Não custa relembrar: Brizola começou a escrever um novo capítulo da política brasileira a partir de 1961, quando da mal explicada renúncia de Jânio Quadros. Desde então emergiu a figura lendária em que se transformou Leonel Brizola que aos 36 anos proclamou um rotundo não passarão e impediu que uma junta militar usurpasse o poder,já no Planalto .
Mesmo monstruosamente perseguido Brizola foi o resgate mais cristalino do projeto nacional, o guardião mais determinado das conquistas trabalhistas, o verdadeiro libertador, com uma intuitiva percepção.
Sua luta abriu caminhos como abertos estão para o povo os caminhos da Avenida que levará seu nome. Novamente Brizola e o povo caminham juntos nas ruas. Mas Brizola não será lembrado eternamente apenas como nome de rua. Ele foi, é e continuará sendo uma das mais belas páginas da história políticas e da democrática do País e de um povo que hoje pode manifestar-se porque Brizola existiu. Continuará existindo. Eternamente e em todas as ruas e avenidas.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
IDOSOS, AS MAIORES VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA
Ninguém aceita covardia. Certamente você, leitor, não gosta de ver ou saber que um indefeso idoso está sendo agredido ou maltratado em casa, na rua, na vizinhança. Então de saída anote esses números: 3399-3181, 3399-3182 e 2299-5700. São os números dos telefones da Delegacia de Atendimento e Proteção ao Idoso e do Ligue-Idoso, através dos quais todos nós podemos impedir que aumentem as estatísticas da violência contra os mais velhos.
Os idosos têm sido vítimas de maus tratos em casa e nas ruas, vítimas de familiares e de estranhos. É o que mostra estudo do Instituto de Seguranças Pública: em cinco anos o número de registros de casos de violência contra quem tem mais de 60 anos cresceu 40%. É assustador e desumano: em 2006 foi de 41 mil o número de registros, enquanto em 2002 eram 29 mil as ocorrências, o que significa um triste aumento de 12 mil casos. O estudo revela ainda que ameaça e estelionato são os crimes mais freqüentes. Os roubos aparecem em terceiro lugar.
O relatório revela ainda que 55,9% das ocorrências contra idosos no Rio acontecem na capital. A Zona Norte lidera com 51,35%, seguida da Zona Oeste (20,9%) e Zona Sul com 54 18,4%. No Centro está o menor número de registros (9,4%) de ameaças (7.7%, estelionato(7,3%),roubos de veículos)6,7%), lesão corporal dolosa (5,5%) e lesão corporal culposa (5,%) em trânsito que ocorrem contras idosos entre 60 e69 anos e maus tratos contraidosos entre 70 e 79 anos.
A covarde violência contra os idosos não está só nas ruas: mais da metade dos idosos que registraram queixa convive com o agressor, que pode ser um parente, um amigo e o companheiro ou companheira. As queixas mostram que dentro de casa tem um filho que baste na mãe, no pai, no avô, na avó. Das últimas 22 ligações recebidas pelo Ligue-Idoso 21 estavam relacionadas a denúncias de maus tratos pelas famílias. Idosos podem buscar ajuda no novo posto da Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso na estação de metrô Siqueira Campos, Copacabana.
A pesquisa mostra que são fundamentais novas políticas públicas de segurança e apoio à população de 60 anos, que cresce a cada dia. Violência contra idosos é covardia.
Os idosos têm sido vítimas de maus tratos em casa e nas ruas, vítimas de familiares e de estranhos. É o que mostra estudo do Instituto de Seguranças Pública: em cinco anos o número de registros de casos de violência contra quem tem mais de 60 anos cresceu 40%. É assustador e desumano: em 2006 foi de 41 mil o número de registros, enquanto em 2002 eram 29 mil as ocorrências, o que significa um triste aumento de 12 mil casos. O estudo revela ainda que ameaça e estelionato são os crimes mais freqüentes. Os roubos aparecem em terceiro lugar.
O relatório revela ainda que 55,9% das ocorrências contra idosos no Rio acontecem na capital. A Zona Norte lidera com 51,35%, seguida da Zona Oeste (20,9%) e Zona Sul com 54 18,4%. No Centro está o menor número de registros (9,4%) de ameaças (7.7%, estelionato(7,3%),roubos de veículos)6,7%), lesão corporal dolosa (5,5%) e lesão corporal culposa (5,%) em trânsito que ocorrem contras idosos entre 60 e69 anos e maus tratos contraidosos entre 70 e 79 anos.
A covarde violência contra os idosos não está só nas ruas: mais da metade dos idosos que registraram queixa convive com o agressor, que pode ser um parente, um amigo e o companheiro ou companheira. As queixas mostram que dentro de casa tem um filho que baste na mãe, no pai, no avô, na avó. Das últimas 22 ligações recebidas pelo Ligue-Idoso 21 estavam relacionadas a denúncias de maus tratos pelas famílias. Idosos podem buscar ajuda no novo posto da Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso na estação de metrô Siqueira Campos, Copacabana.
A pesquisa mostra que são fundamentais novas políticas públicas de segurança e apoio à população de 60 anos, que cresce a cada dia. Violência contra idosos é covardia.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
OS NÚMEROS ASSUSTADORES DA VIOLÊNCIA
A manchete do POVO de ontem é de arrepiar: “Rio mata mais que Colômbia”, na matéria da página 3, assinada pela editora Giselle Sant`Anna, baseada em dados oficiais da ONU, ela destaca: “em um mesmo período, 49 mil e 900 pessoas foram mortas na cidade, enquanto 39 mil em território colombiano”, envolvido numa guerra civil há mais de 40 anos.
Curiosamente, o apresentador Luciano Huck, que teve medo de morrer ao ser assaltado no bairro chic dos jardins, em São Paulo, escreveu na FOLHA DE SÃO PAULO porque havia desistido do carro blindado: ““não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro”.
Os dados do relatório que teve um tratamento muito competente de Giselle Sant`Anna, repercutiram em toda a imprensa brasileira e apresentou informações chocantes, entre eles: as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro respondem pela metade dos crimes em todo o país.
O mais grave acontece no Estado de São Paulo, o mais rico do país, que responde pela metade dos impostos recolhidos pelo governo federal. Embora tenha apenas 0,17% da população do planeta, aparece com uma estranha façanha: um em cada 100 crimes no mundo de mais de 6 bilhões de habitantes acontece no Estado brasileiro.
Os números são fartos e respondem também por outra estatística gritante: 70 em cada 100 brasileiros não se sentem seguros ao voltarem para casa.
O estudo foi feito por uma agência da ONU destinada à questão da habitação. Mas acabou entrando pela questão da criminalidade, estabelecendo uma ligação entre os problemas sociais e a violência.
Eu bem que poderia falar mais em números, mas a matéria de ontem do POVO ocupa quase uma página inteira com preciosas informações.
Coloco-me aqui em seu lugar, ao procurar resposta para esse ambiente assustador. Afinal, quais as verdadeiras causas de tanta matança? O que a sociedade e os governos podem fazer para impedir o crescimento ameaçador dessa onda mortal?
Por mais que a gente parta para uma resposta imediata, pelo que aparece à primeira vista, corre-se o risco de chegar a conclusões superficiais, que não levam à redução da violência. Por hoje, deixo no ar as indagações. Você, o que pensa?
Curiosamente, o apresentador Luciano Huck, que teve medo de morrer ao ser assaltado no bairro chic dos jardins, em São Paulo, escreveu na FOLHA DE SÃO PAULO porque havia desistido do carro blindado: ““não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro”.
Os dados do relatório que teve um tratamento muito competente de Giselle Sant`Anna, repercutiram em toda a imprensa brasileira e apresentou informações chocantes, entre eles: as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro respondem pela metade dos crimes em todo o país.
O mais grave acontece no Estado de São Paulo, o mais rico do país, que responde pela metade dos impostos recolhidos pelo governo federal. Embora tenha apenas 0,17% da população do planeta, aparece com uma estranha façanha: um em cada 100 crimes no mundo de mais de 6 bilhões de habitantes acontece no Estado brasileiro.
Os números são fartos e respondem também por outra estatística gritante: 70 em cada 100 brasileiros não se sentem seguros ao voltarem para casa.
O estudo foi feito por uma agência da ONU destinada à questão da habitação. Mas acabou entrando pela questão da criminalidade, estabelecendo uma ligação entre os problemas sociais e a violência.
Eu bem que poderia falar mais em números, mas a matéria de ontem do POVO ocupa quase uma página inteira com preciosas informações.
Coloco-me aqui em seu lugar, ao procurar resposta para esse ambiente assustador. Afinal, quais as verdadeiras causas de tanta matança? O que a sociedade e os governos podem fazer para impedir o crescimento ameaçador dessa onda mortal?
Por mais que a gente parta para uma resposta imediata, pelo que aparece à primeira vista, corre-se o risco de chegar a conclusões superficiais, que não levam à redução da violência. Por hoje, deixo no ar as indagações. Você, o que pensa?
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
A HORA DO JOVEM É HOJE OU NUNCA
Não estranhe se mais uma vez volto a conversar com você, leitor e amigo, sobre os jovens. Os graves problemas, especialmente os causados pelo desemprego e despreparo profissional, da juventude têm me preocupado e mobilizado muito. Estou empenhado em viabilizar projetos e propostas (já, já você tomará conhecimento) através dos quais nós, os mais experientes, possamos ser mais corretos com essa juventude que é a única esperança de um futuro melhor e mais justo. Mais justo do que o presente tem sido com ela.
Veja se não é motivo para uma enorme preocupação: pesquisa do Dieese confirma que o desemprego é mais perverso com os jovens que preenchem uma taxa de desocupação duas vezes maior do que a população em geral. Chega a ser cruel: 46,4% do total de desempregados nos maiores centros urbanos é formada por pessoa de 16 a 24 anos em praticamente todas as capitais do Brasil.
Essa terrível realidade é também consequência do baixo crescimento da economia. O estudo do Dieese ressalta que “o baixo crescimento da atividade econômica nos últimos anos limita a geração de emprego o que no caso dos jovens é agravado pela inexperiência (mas, como ter experiência sem emprego?) e baixa escolaridade de muitos candidatos”, o que reforça a necessidade de ter pelo menos programas de aperfeiçoamento profissional em todas as áreas.
Os jovens são rejeitados e discriminados em outras áreas: vítimas ou responsáveis por grande número de acidentes no trânsito os jovens encontram dificuldades até para fazer seguros automobilísticos: as seguradoras praticam tarifas superiores a veículos dirigidos por jovens.
O mais grave: os jovens são também os grandes alvos da violência urbana, compondo a faixa mais numerosas de vítimas das mortes em ações policiais.
Jovens são como passarinhos: durante muito tempo ficam nos nossos ninhos, mas depois criam asas e querem voar sozinhos, mas para que isso aconteça é preciso prepará-los para vôos seguros. Os jovens só podem voar sozinhos se houver espaço e condições para isso. Abrir e conceder esse espaço depende de todos nós. O futuro do país está no vôo dos jovens. É nosso dever estar cada vez mais atentos a isso.
Veja se não é motivo para uma enorme preocupação: pesquisa do Dieese confirma que o desemprego é mais perverso com os jovens que preenchem uma taxa de desocupação duas vezes maior do que a população em geral. Chega a ser cruel: 46,4% do total de desempregados nos maiores centros urbanos é formada por pessoa de 16 a 24 anos em praticamente todas as capitais do Brasil.
Essa terrível realidade é também consequência do baixo crescimento da economia. O estudo do Dieese ressalta que “o baixo crescimento da atividade econômica nos últimos anos limita a geração de emprego o que no caso dos jovens é agravado pela inexperiência (mas, como ter experiência sem emprego?) e baixa escolaridade de muitos candidatos”, o que reforça a necessidade de ter pelo menos programas de aperfeiçoamento profissional em todas as áreas.
Os jovens são rejeitados e discriminados em outras áreas: vítimas ou responsáveis por grande número de acidentes no trânsito os jovens encontram dificuldades até para fazer seguros automobilísticos: as seguradoras praticam tarifas superiores a veículos dirigidos por jovens.
O mais grave: os jovens são também os grandes alvos da violência urbana, compondo a faixa mais numerosas de vítimas das mortes em ações policiais.
Jovens são como passarinhos: durante muito tempo ficam nos nossos ninhos, mas depois criam asas e querem voar sozinhos, mas para que isso aconteça é preciso prepará-los para vôos seguros. Os jovens só podem voar sozinhos se houver espaço e condições para isso. Abrir e conceder esse espaço depende de todos nós. O futuro do país está no vôo dos jovens. É nosso dever estar cada vez mais atentos a isso.
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