quarta-feira, 26 de setembro de 2007

JOVENS À BEIRA DE UM ATAQUE ETÍLICO

Nada contra tomar um choppinho no final da tarde para “jogar conversa fora” nos botequins da vida. Essa é uma característica brasileira, muito mais carioca, que se manifesta não é de hoje. Uma “loura gelada” quase sempre cai bem (o Brasil é o quinto maior produtor e de cerveja do mundo). O problema é saber parar para não cometer exageros. Beber moderadamente é uma questão de sabedoria e de respeito pela vida. A sua e a dos outros.
É exatamente para evitar os perigos do excesso de consumo de bebidas alcoólicas, considerado um problema de saúde pública, que alguns necessários alertas têm sido feitos. Quer um exemplo? Estatísticas revelam que metade das mortes no trânsito envolve motoristas embriagados. Tenho filhos rapazes que, felizmente, como eu, também não bebem irresponsavelmente.
Fica mais alarmante tomar conhecimento de reveladoras pesquisas mostrando que o consumo de álcool tem aumentado de forma significativa entre os jovens, o que é ainda mais preocupante: o alcoolismo é uma tragédia em qualquer idade: destrói o indivíduo, desequilibra a família e traz um custo imenso para a sociedade.
Trabalho realizado pelo Instituto Nacional Anti-Drogas concluiu que os jovens participam de forma cada vez mais expressiva da estatística de alcoolismo no País e já correspondem a 10% da parcela de brasileiros que bebem muito. A juventude soma hoje o surpreendente total de 3,5 milhões de alcoólatras. Em cinco anos a ingestão de bebidas alcoólicas entre os jovens aumentou 30% entre os de 12 a 17 anos e 25% entre os de 18 a 24 anos.
Os números justificam e fazem importante o alerta do Ministério da Saúde. Ninguém está pedindo para que se abra mão (o que, aliás, também seria uma boa) do tradicional choppinho de fim de tarde. Importante é beber com moderação e nunca perde de vista: se beber não dirija. Mais do que isso é colocar vidas em risco. Sem essa de usar a velha desculpa de que a bebida é companheira ideal para um bom papo. Nada disso: uma boa conversa,assim como uma boa amizade, não precisa ser necessariamente movida a álcool. Especialmente entre os jovens que ainda tem muito a aprender. Principalmente a beber numa boa.

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