quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O ATAQUE AO TREM NO JACAREZINHO (I)

O lamentável ataque a trem de autoridades quando passava pela comunidade do Jacarezinho ainda levará tempo para ser devidamente esclarecido. A única coisa que parece clara é que quem mais saiu perdendo foram os moradores, que, como pode testemunhar a concessionária Supervia, mantêm uma relação civilizada com seu pessoal.
Há várias versões, das quais a mais lógica foi a apresentada ontem na matéria de Gisele Santana, aqui, no POVO. No caso, um repórter teria fotografado de dentro do trem um traficante armado e este teria reagido, junto com outros, como tem acontecido em várias operações policiais ali.
Pelo que conheço de favelas e, em especial do Jacarezinho, também acredito que esse tipo de disparos gratuitos, a pretexto de mostrar força ou até mesmo com o objetivo de fazer vítimas, não é nada comum. Antes. Pelo contrário.
A Supervia, concessionária dos trens urbanos do Rio de Janeiro, mantém uma relação direta com a Associação de Moradores, empregando algumas pessoas da própria comunidade no controle da passagem de nível, junto à estação de Vieira Fazenda.
Essa relação, ao contrário do que tenta explorar um certo setor da mídia, tem tido resultados positivos, sobretudo em relação ao acesso à estação e á proteção de vidas. O trem passa pela principal via de acesso, chamada de Prainha, por onde transitam milhares de moradores, inclusive crianças e idosos, bem como veículos que vão e vêm da Avenida Dom Helder Câmara.
A necessidade de reduzir a velocidade ali salta à vista, independente de qualquer pressão. Esse acesso, que vai dar na rua Comandante Gracindo de Sá, e ao centro comercial da Amaro Rangel, é usado com muita freqüência por veículos em dois sentidos. Não raro, há engarrafamentos que às vezes mantém carros sobre os trilhos.
A ferrovia, há muitos anos, mantém um sistema de alarme avisando com antecedência a aproximação de uma composição. Mas às vezes ela demora tanto que muitos atravessam mesmo com o alarme ligado.
É por isso que você pode ver na passagem de nível pessoas usando colete da empresa e orientando transeuntes e veículos. Essas pessoas são da própria comunidade e prestam serviços à empresa com o apoio da Associação de Moradores.
Não interessa a ninguém do Jacarezinho, absolutamente a ninguém, romper esse clima de cooperação, que garante uma estação de trem praticamente dentro da comunidade. Voltarei ao assunto.

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