É comum ouvir dizer que “a garotada de hoje não quer nada com o trabalho”. Não é bem assim: a juventude quer, sim, trabalhar, mas falta-lhe oportunidade, emprego decente. Recente pesquisa da Organização Internacional do trabalho revela números preocupantes e assustadores: um em cada cinco jovens da América Latina e Caribe não trabalha porque não há emprego. Isso equivale a 22 milhões de pessoas que estão começando a vida sem direito a uma oportunidade.
O resultado é que os jovens desempregados acabam obrigados a exercerem atividades não recomendáveis ou atividades informais que não oferecem muito financeiramente e menos ainda em perspectivas de avanço profissional e social. Além de criar uma situação indesejável essa falta de trabalho nos mostra uma vez mais que é preciso criar e incentivar programas não só para capacitar a juventude, mas também e principalmente para lhes dar a chance de exercer funções para as quais, geralmente com sacrifício, se prepararam. Se até o jovem com bom estudo enfrenta a crueldade do mercado de trabalho, os que não estão, por falta de um mais adequado programa de educação, aptos ficar condenados a viver à margem da sociedade, como se fossem os restos uma nação. Um país como o Brasil não pode abrir mão da força de trabalho e do talento de sua juventude. Precisa não só preparar melhor a garotada, mas também estar consciente de que é fundamental que se criem oportunidades de trabalho. P\reparar os jovens para depois empurra-los de um lado para o outro, é jogar fora todo um esforço de educação, ainda que a nossa não seja a ideal.
Outra situação comum que também é a que oferece emprego exigindo ”experiência profissional” para a conquista da tão disputada vaga. É incoerência e falta de bom senso: como ter experiência se não há ofertas de trabalho? Jovens entre 15 e 24 anos estão abandonados sem programas que lhes possibilitem mostrar sua força de trabalho. Não basta uma esmola oficial para fingir que o problema está resolvido. Assim só se agrava.
É necessário com urgência buscar alternativas de trabalho decente para a juventude. O Brasil não pode continuar sendo o país do futuro. Tem que ser o país do presente. Já
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
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