segunda-feira, 24 de setembro de 2007

UM OLHAR MAIS HUMANO SOBRE O CAMELÔ

“Os camelôs estão prestando um papel cultural muito grande ao cinema”. Faz sentido a polêmica declaração do escritor e roteirista José Louzeiro. Calma, não se trata de nesse nosso espaço defender a pirataria: a venda de produtos piratas é crime, mas bem menor do que aquele cometido por quem produz em larga em escala todo o tipo de produtos piratas.
Mas é inegável que foi a venda ilegal que acabou dando ao filme “Tropa de Elite” uma atenção que não teria se fosse exibido apenas nas salas de cinema: ir ao cinema ainda é uma diversão cultural longe do alcance da maioria da população que não pode pagar o preço do ingresso. Além do mais os filmes nacionais lutam – e não é de hoje – para conquistar espaço de exibição, espaços geralmente dominados por filmes estrangeiros, principalmente americanos. Mas esse já é outro assu
Sou contra a pirataria e a venda de produtos contrabandeados, repito, Mas é preciso legalizar os ambulantes para ter direito de fiscalizá-los e puni-los. Eles têm muito o que vender, dentro da lei.
Não é de hoje que os camelôs são tratados como marginais, embora estejam apenas tentando trabalhar. O elevado número de camelôs nas ruas do Rio (o Rio ocupa uma área de 43.696,054 quilômetros quadrados, ou seja, tem espaço pra todo mundo) e em todo o país é reflexo dos crescimento alarmante do desemprego.
Embora trabalhe muito, enfrentando sacrifícios, desconforto, chuva e sol, o ambulante não está empregado: exerce um subemprego na busca de ganhar o pão de cada dia. Uma das reclamações mais comuns é a de que os camelôs ocupam calçadas impedindo a circulação de pedestres. Ora, não teria sentido montar bancas de venda onde não passa ninguém.
É preciso deixar claro que nem todos os ambulantes vendem produtos falsificados, pirateados. Mesmo assim todos sofrem constantes perseguições. Os ambulantes garantem que “quem cria a confusão nas ruas é o governo do Estado e a prefeitura já que os interesses dos trabalhadores informais é o de todos poderem exercer suas funções com tranqulidade”.
A questão dos camelôs merece mais atenção e mais estudos em busca de uma solução que atenda aos que buscam trabalhar e a população que gosta de comprar com a facilidade que os camelôs proporcionam.

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