Enfim, uma autoridade do governo estadual foi ao Jacarezinho ouvir suas lideranças. Falo assim porque já não era sem tempo. Até agora os moradores daquela comunidade, que já foi o celeiro da mão de obra do outrora segundo pólo industrial da cidade, só sabia do governo do Estado pela presença nem sempre feliz das polícias militar e civil.
Coube ao subsecretário de Governo, Rodrigo Bethlem, tal façanha. À convite da Associação de Moradores e do Movimento pela paz, Bethlem ouviu as reivindicações apresentadas e se comprometeu a agilizar as respostas.
O Jacarezinho precisava mesmo de uma presença pacífica do governo estadual. Embora seja a segunda maior favela do Rio de Janeiro (não falo dos complexos), com mais de 70 anos de existência e uma população esclarecida, toda vez que algum governante fala em um programa social, seus moradores são inexplicavelmente esquecidos.
Há planos mirabolantes para a Rocinha, Complexo do Alemão e Manguinhos. No Complexo da Maré, inauguraram a Unidade de Atendimento Pré-Hospitalar. Por que não se fala no Jacarezinho, onde há promessas e serviços feitos pela metade?
É isso mesmo. Desde de fevereiro está pronto o castelo d`água, de 250 mil litros, construído pela Prefeitura dentro do programa Favela-Bairro, que levei para o Jacarezinho em 1995.
Para que essa obra fosse feita, tivemos muito trabalho, uma vez que foi preciso demolir várias casas no alto do morro, na parte chamada poeticamente de “Azul”.
A obra também levou muito tempo, mas, enfim, no início deste ano, era dada por concluída. O que falta agora? Simplesmente que a CEDAE assuma as ligações, puxando a água e sistematizando sua distribuição. No entanto, não sei porque cargas d`água, até hoje nada foi feito pelo Governo do Estado.
Há mais de cinco anos que venho incluindo no orçamento municipal dotações para a construção da vila olímpica, em terreno que a GE está disposta a liberar. Se você não sabe, Romário, um dos maiores craques de nosso futebol, nasceu no Jacarezinho e lá foi batizado pelo padre Nelson.
Sai ano, entra ano e nada. Os moradores de lá ficam sabendo pela imprensa de construções em outras comunidades menores e com menor tradição esportiva. Lá, eles próprios fizeram alguns campos de futebol e hoje só resta o do Abóbora.
Há também a reivindicação, com terreno já disponibilizado, para a inadiável implantação do Posto de Saúde 24 horas. De frente para a Avenida “Suburbana”, esse equipamento serviria também para todo o entorno.
Enfim, só espero que Bethlem tenha condições de levar para o Jacarezinho algo diferente do “caveirão”.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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