quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O ATAQUE AO TREM NO JACAREZINHO (II)

Como eu disse ontem, esses desatinados disparos contra o trem em frente ao Jacarezinho é um desses absurdos que não tem lógica e pode ter sido obra, inclusive, de quem não mora ali.
Essa é a opinião da Associação de Moradores e de outras 11 entidades que travam a difícil batalha de reconhecimento da cidadania de sua gente. Tanto que o presidente da associação, Edvaldo Silva Oliveira, fez questão de se dirigir aos ministros que estavam no trem, convidando-os para uma visita, em que serão recebidos com o respeito devido a toda autoridade.
Neste sentido, uma nota assinada por várias entidades deixa claro: “A Associação de Moradores vem a público esclarecer que a comunidade do Jacarezinho acredita que este ato pode ter partido de pessoas de fora da comunidade, que tenham a intenção de desarticular os projetos sociais que há muito a comunidade vem buscando.
Pois a comunidade em seu cotidiano tem a presença constante de autoridades como vereadores Paulo Cerry, Pedro Porfírio, Nelson Ferreira, deputados federais Jorge Bittar e Edson Santos.
Gostaríamos de pedir desculpas aos ministros das Cidades e dos Portos, e a todos os envolvidos no incidente, e convidar a todos a uma visita na comunidade. “Este momento poderia ser de uma grande ação social dos governos e de todas as esferas para esta comunidade tão excluída”.
O documento é assinado pela Associação de Moradores do Jacarezinho, ONG Novo Horizonte, Centro Cultural Herança Negra, ONG Viva Jacarezinho, Escola de Samba Unidos do Jacarezinho, Associação dos Moradores da Comunidade do Tancredo Neves. Igrejas Evangélicas, ONG Educação, Cultura e Cidadania, Igreja Católica Nossa Senhora Auxiliadora, ONG Saúde e Cidadania, Rádio Comunitária 99,3 FM, jornal comunitário “Porta-Voz”, comerciantes e moradores.
Faço questão de transcrever esse documento porque ninguém melhor do que essas entidades para falar do sentimento de uma gente trabalhadora, que vive ali há quase 70 anos e ali se instalou ao redor do então segundo maior parque metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Espero que esse incidente seja devidamente investigado e não objeto de ações de represálias contra quem não tem nada ver com ele. Eu próprio tenho minhas razões para acreditar que havia interesse em abafar o assassinato cruel de um líder comunitário de Brás de Pina, que denunciou a extorsão de que foi vítima, nas mãos de alguns maus policiais das chamadas “milícias”.

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