segunda-feira, 3 de setembro de 2007

A VERDADE SOBRE AS DROGAS

“O morro paga o preço, pois lá mora gente pobre. Tem muita gente grã-fina viciada, que são os grandes traficantes e que são os grandes consumidores. É preciso que a gente não pense que isso (drogas) é coisa de pobre”.
Palavras oportunas do presidente Lula. Não disse nada que a gente já não saiba, mas me deixou com a pulga atrás da orelha: se o presidente, o comandante de todas as forças policiais e militares, sabe aonde se escondem os maiores donos e consumidores das drogas, por que eles não estão presos? Por que será que a policia continua apenas invadindo favelas, no morro ou no asfalto, em busca de uma rapaziada que funciona apenas como uma espécie de camelôs do pó? É preciso combater também os intermediários (a turma que vende), mas não adiantará enquanto não forem riscados do mapa os maiores distribuidores. Que todos parecem saber direitinho onde estão.
Ora, se o tráfico de drogas movimenta tanto dinheiro é evidente que os maiores comerciantes não precisariam continuar morando em favelas ou usando-as apenas como esconderijo para uma atividade que acaba “marcando” todos os pobres e trabalhadores e moradores de comunidades carentes. Todo mundo sabe também que quem vai atrás busca das drogas não é um pé rapado qualquer: Drogas custam caro e por isso mesmo é comum ver carros de luxo próximos às favelas. Não exatamente para fazer visitas sociais.
Se o presidente sabe, assim como quase todos nós, que é preciso fechar a porta para evitar que o bicho pegue, não tem justificativa deixar abertos os portões de luxo pelos quais as drogas entram e saem tranqüila e. Até porque a porta, assim como a corda, sempre arrebenta do lado mais fraco.
Quem traz a droga do exterior são os “empresários” que podem bancar as clandestinas viagens internacionais, inclusive com uma boa frota de aviões particulares. Parece que isso vai continuar. O próprio Lula reconhece que “impossível controlar os 8 mil quilômetros de costa marítima e as 17 mil fronteiras brasileiras e reconhece que “a gente não tem 100% de controle e que “enquanto você tiver ser humano que consome, um contrabandista vai passar por algum lugar".
Não adianta apenas saber e dizer que sabe. É preciso agir. Fechar também as portas de luxo sempre escancaradas para o tráfico, para o caminho da morte. O que não dá é para massacrar favelados em nome do combate ao tráfico de drogas.

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