Desculpe, mas a confissão do vice-presidente técnico da TAM, Ruy Amaro, só serviu para embaralhar mais nossas cabeças. Ele admitiu algo como se o seu Airbus tivesse voando sabidamente com as pastilhas do freio desgastadas.
Meu Deus! Você pode não usar avião, tudo bem. Mas não é por isso que vai concordar que exponham vidas humanas com o uso de “gatilhos” ou ponham aeronaves em atividade com problemas técnicos, ainda mais para pousar num aeroporto inseguro e com a pista empoçada.
No momento em que escrevo esta coluna, há uma expectativa sobre o pronunciamento do presidente Lula em cadeia nacional de rádio e tv. Os brasileiros esperavam mais do que “sinceros pêsames para as famílias enlutadas”.
E havia indicação de que ele tomaria atitudes drásticas, cortando algumas cabeças duras e pondo as coisas no lugar. Quando você estiver me lendo, já estará sabendo do que o presidente da República deste país continental terá providenciado para restabelecer o mínimo de segurança no transporte aéreo.
Mas, enquanto o presidente não der um tranco nessa irresponsabilidade generalizada, os passageiros estarão fazendo o sinal da cruz antes de pegar qualquer avião. Se estiverem em Congonhas, vão fazer outras tantas orações e contar com a sorte, porque para muitos, não há como adiar certas viagens.
Foi o que aconteceu comigo na quinta-feira, dia 19. Tanto na ida a Brasília, como na volta, os aparelhos estavam lotados. E, embora muitos passageiros fossem habituados a esse vai-e-vem da capital federal, alguns não escondiam semblantes de preocupação.
Um observou que há um mau hábito de levar bagagens de mão com peso superior ao razoável. Lembrei que no Aeroporto de Caracas, no final do ano passado, fui obrigado a embarcar uma maleta pequena, muito menor das que eram transportadas ali.
Fiquei sabendo também que as companhias que se aproveitaram da miniaturização da Varig não têm aeronaves suficientes para atender a demanda. E nesses tempos de apagão, podem estar jogando avião na pista de qualquer jeito. Quando a TAM mandou seis para revisão, tumultuou a vida dos aeroportos. Se precisar tirar um de operação hoje, vai deixar muito passageiro a pé. É mole isso?
Enfim, está declarado o caos. Nessas horas, só um presidente da República determinado pode reverter essa situação deprimente.
coluna@pedroporfirio.com
sábado, 21 de julho de 2007
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