O país talvez não tenha acordado ainda para uma realidade do maior alcance social: sua população vive cada vez mais – hoje já são quase 13 milhões os brasileiros com mais de 60 anos. E, no entanto, não existem políticas públicas para responder a esse fato, que é altamente positivo, mas traz impõe uma reformulação das ações governamentais.
Não dá mais para entender que tratar da chamada terceira idade é fazer bailes ou simplesmente discursos de homenagem aos velhinhos.
Falo isso a propósito do crescimento do Movimento dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do PDT, que nesta quarta-feira empossou Maria José Latgé como sua presidente. E ela já disse a que veio: vai colocar toda a estrutura de que dispõe para abraçar a causa dos aposentados da Varig e de todos quantos foram atingidos por medidas e crises neste país.
Porque os últimos anos têm sido particularmente amargos para os aposentados e pensionistas, condenados a um futuro em que vão acabar reduzidos a um salário mínimo, embora em 60% das famílias brasileiras a renda dos mais velhos pesa quase que como primeira fonte.
A eleição de Maria José Latgé para a presidência do Movimento dos Aposentados do PDT é um dos acontecimentos mais importantes na vida desse partido fundado por Leonel Brizola, provavelmente o único a ter em sua estrutura um segmento organizado de aposentados, pensionistas e idosos.
O exemplo dos brizolistas poderia se aplicar a todos os demais partidos, na medida em que seriam estes, num regime verdadeiramente democrático, as grandes trincheiras dos segmentos sociais.
Os mais velhos são verdadeiros arquivos do pensamento em condições de repassarem seus conhecimentos e de prestarem serviços em muitas áreas. N o entanto, o comum é uma pessoa que perder o emprego a partir dos 40 anos ser desprezada para uma outra oportunidade, como se fosse peso morto.
Há políticas de incentivos ao primeiro emprego – que infelizmente ainda não vingaram – mas, infelizmente, as autoridades ainda não entenderam que as atitudes das empresas em relação aos mais velhos não passam de grandes equívocos, implementados por uma visão míope da mão de obra.
Precisamos agir em todos os níveis, sejamos da terceira idade ou não, para levar os governos e pensarem com mais responsabilidade sobre esse grande contingente humano.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
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