domingo, 8 de julho de 2007

O ABSURDO CUSTO DA VIOLÊNCIA

Especialistas calculam em 32 bilhões de reais o custo anual da violência no Rio de Janeiro. A ser verdadeiro esse número, estaremos diante de uma despesa exorbitante, que representa três vezes mais do que a Prefeitura gasta com tudo, desde o pessoal, manutenção de hospitais e mais de mil escolas.
Segundo matéria do jornalista Todd Benson, da Agência Reuters (16/04/2007), citada em estudo do coronel José Vicente, ex-secretário Nacional de Segurança, o comércio, principalmente
ligado ao turismo, gastou 1,3 bilhão de dólares para reforçar suas condições de segurança,prejudicando investimentos e contratações.
Muitas empresas deixam de investir ou reduzem sua presença por questões associadas à violência. O inevitável noticiário
internacional sobre a violência no Rio acaba acarretando substancial perda de arrecadação com a limitação da exploração de seu enorme potencial turístico.
O coronel José Vicente enfatiza: “Após dois governos sucessivos com muitas promessas de controlar a violência, exibição de inovações inúteis, criação desnecessária de unidades especializadas, afastamento de grande número de efetivos das atividades policiais, o que se viu foi o enfraquecimento do policiamento do estado e o crescimento da ousadia dos grupos organizados e o aparecimento das milícias, submetendo a população mais pobre a confrontos cada vez mais freqüentes e violentos”.
O desempenho da Polícia Civil tem sido pífio, como se observa em estudo da antropóloga Ana Paula Mendes de Miranda, presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP). Segundo esse estudo, sobre uma amostra de 385 casos de homicídios, apenas em 10 houve prisão em flagrante, raramente os policiais civis compareceram ao local do crime.
Levantamento feito pelo Ministério Público sobre inquéritos de homicídios concluiu que o índice de esclarecimentos fora dos casos de prisão em flagrante (em torno de 2%), foi de 1%, no crime que é o de mais fácil apuração.
Por aí se vê que segurança é ficção em nosso Estado. Quem quiser discutir a questão de segurança não pode se limitar a atitudes primárias, que dão mídia e mantêm acuadas as populações das comunidades pobres. Encontrará o caminho das pedras quem for fundo no desafio (8.7.07).

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