domingo, 8 de julho de 2007

INJUSTIÇAS QUE MINAM A PM

Ponha-se no lugar de um policial militar do Estado do Rio de Janeiro: enquanto ele está na linha de tiro, em ação ou em casa, por menos de R$ 1.000,00 de salário mensal, seus colegas da Força Nacional de Segurança acabam de ganhar um aumento de 100% nas diárias, conforme o decreto 6145/07, assinado pelo presidente Lula e publicado no Diário Oficial de quarta-feira.
Agora, além dos salários que recebem em suas corporações de origem, quase todos melhores do que os da PM fluminense (um dos mais baixos do país) os visitantes ganharão uma diária de R$ 230,00, casa, comida e roupa lavada.
Não pode haver maior inabilidade no trato com os policiais militares do Rio de Janeiro. Eu já demonstrei com números oficiais que há uma sobrecarga dos policiais lotados na capital – apenas 6 mil dos 35 mil, segundo o coronel José Vicente, ex-secretário nacional de Segurança.
Agora, um grupo de nove coronéis está dirigindo manifesto ao governador Sérgio Cabral, no qual pede uma mudança séria na gestão da corporação, começando pelo fim dos desvios de função.
O manifesto pretende "resgatar a cidadania, a dignidade pessoal e profissional de todos nós, permitindo que possamos cumprir as nossas missões constitucionais, servindo e protegendo cada cidadão desse Estado, mesmo com o sacrifício de nossas vidas. Ressalte-se que as necessidades em questão não tiveram origem neste governo, pois trata-se de conseqüência de décadas de descaso; de falta de comprometimento de governantes e de Irresponsabilidade de inúmeras administrações”.
Assinam o documento os coronéis Hildebrando Esteves (diretor de Finanças), Paulo Ricardo Paul (corregedor), Gilson Pitta Lopes (chefe da P-2 do Estado Maior), Dario Cony dos Santos (comandante da Escola Superior de Polícia Militar), Rodolpho Oscar Lyrio Filho (comandante da Academia Dom João VI), Leonardo Passos Moreira (chefe do Centro de Comunicações e Informática), Francisco Viva (diretor de Apoio Logístico), Ronaldo Menezes (comandante do BPRV) e Renato Fialho Esteves (comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças).
Estamos, pois, diante de um quadro grave de descontentamento na área de segurança e isso tende a se refletir no ânimo de todos, com repercussão sobre a sociedade civil (6.7.07).

Nenhum comentário: