domingo, 8 de julho de 2007

O “PAN” E OS PROBLEMAS DA PM

Numa hora em que a euforia dos jogos pan-americanos gera um clima de “internalização” do Rio de Janeiro por proveitosos 15 dias, as forças negativas parecem dispostas a trabalhar contra, causando prejuízos incalculáveis para a cidade.
De um lado, a inabilidade da cúpula da Segurança Pública e do próprio governador, que prometem novas cenas de guerra urbana para as próximas horas.
De outro, interesses corporativos que perdem a legitimidade quando aproveitam a expectativa para ameaçar tumultuar o ambiente do “Pan” a menos que sejam satisfeitos em suas pretensões, até cabíveis, mas em outro momento.
A inabilidade de que falo passa por tudo, como se estivéssemos entregues a um grupo de amadores e diletantes. A mais grave, como já disse, é essa opção precipitada pela “federalização” da segurança e o ostensivo desprestígio das tropas locais.
Aliás, há quem veja na importação de policiais de outros Estados, pagos a peso de ouro se comparados aos nossos, uma demonstração de desconfiança das autoridades máximas.
É como se nossos policiais militares estivessem irremediavelmente dominados por uma banda podre, que ninguém desconhece, e ameaçassem nos expor a vexames irreversíveis. Ou já fossem aliados incorrigíveis de tudo o que é ruim, de tal forma que já não podem ir sozinhos para as ações em que são escalados.
Estou muito à vontade para falar a respeito, porque nunca calei cada vez que determinado policial cometeu excessos e abusou da farda. Há um pessoal da pesada, sim, dentro dos quartéis. Tanto que só este ano 150 policiais já foram expulsos e é comum ver alguns deles envolvidos em delitos e cumplicidade.
Mas, com toda certeza, a grande maioria é formada por pessoas que incorporam com a melhor das intenções e prestam serviços aos cidadãos, independente do clima nervoso em que são as primeiras vítimas e dos vencimentos miseráveis, que os obrigam a correr atrás de bicos e complementações. Para você ter uma idéia, um PM fluminense ganham três vezes menos do que seu colega de Brasília.
Essa maioria quer agir na forma da Lei e cumprir honestamente suas obrigações. O problema está em cima, nesse clima beligerante e na imagem desgastada da instituição centenária. Eles pagam também pela falta de políticas coerentes de proteção ao cidadão, que não tem nada a ver com essa paranóia espetaculosa de confrontos e execuções(7.7.07).

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