domingo, 29 de julho de 2007

CAÇA AOS CUBANOS

A festa de encerramento do PAN, que consagrou a capacidade esportiva do Rio de Janeiro e mostrou que há um imenso potencial olímpico entre os brasileiros, foi empanada pela ausência dos atletas cubanos.
Numa verdadeira operação de “inteligência”, o governo de Cuba determinou o retorno imediato dos seus atletas, com o que abortou um plano operado em conjunto por alemães e norte-americanos para provocar deserções de alguns campeões que, naquele país que continua sendo a maior potência olímpica da América Latina, são amadores e, portanto, recebem preparação em escolas públicas gratuitas, mas não se tornarem milionários.
Acontece que em algumas modalidades o simples abandono do seu país pode lhes render milhares de dólares. Os Estados Unidos, que nunca aceitaram o sucesso esportivo de Cuba sob o governo socialista e apesar do perverso bloqueio econômico que promovem com o objetivo de asfixiar o país de Fidel Castro, mantêm uma equipe da CIA e outros organismos de espionagem atuando diretamente onde os cubanos se apresentam.
É uma verdadeira operação de CAÇA AOS CUBANOS. No PAN do Rio, a ofensiva para aliciar os atletas amadores de Cuba foi capitaneada pela Arena Box Promotions, , uma empresa alemã responsável pela profissionalização de boxeadores internacionais.
Os lutadores de boxe são os mais cobiçados, porque esse esporte no mundo é tradicionalmente controlado por verdadeiras máfias e rola muito dinheiro. Um campeão mundial pode ganhar até mais do que os milionários pilotos da Fórmula 1.
Dos quatro atletas aliciados durante o nosso PAN, dois deles - Guillermo Ringondeaux o campeão mundial nos 69 quilos, Erislandy Lara - firmaram contrato por cinco anos com essa empresa, ligada ao que há de mais sedutor no misterioso mundo do boxe.
Fidel Castro, que determinou o retorno repentino da delegação escreveu um artigo no sábado, denunciando esse assédio:
- Não só compraram os atletas que teriam ouro assegurado, como também golpearam a excelente moral dos outros atletas que seguem defendendo com entusiasmo suas medalhas de ouro - escreveu Fidel. No seu habitual texto para a imprensa com o nome "Reflexiones del comandante", lamentou:
- Cuba, cujos resultados e esforços no esporte amador não podem ser negados, sofre muito mais que outros países as mordidas das piranhas.
É por aí, infelizmente.

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