Enquanto os diretores da Agência Nacional de Aviação Civil, que têm mandatos, põem as mangas de fora e, ao gosto das companhias aéreas monopolistas, se colocam contra a decisão do presidente Lula de dar um chega pra lá no excesso de operações de Congonhas, o Aeroporto do Medo, uma nova informação mostra que, como sempre, a corda arrebenta sempre do lado mais fraco.
O problema maior é das famílias das vítimas que estavam em terra e foram atingidas pelo avião da TAM. Para receber indenização a que têm direito, vão ter que ralar e olhe lá.
É isso mesmo. Parentes de frentista do posto de gasolina ou de quem estava no prédio invadido pelo Airbus terão que reunir evidências para comprovar que a vítima estava perto ou no local do acidente. Para obter a declaração de morte quando o corpo não é encontrado, é necessário um processo judicial.
Nesses casos para obter a declaração judicial de morte leva pelo menos seis meses. E essa declaração é apenas o primeiro passo para abrir o processo contra a companhia.
É um procedimento delicado e o trâmite é esgotar todas as evidências de que a pessoa esteja viva. Enquanto não forem identificados todos os corpos, os familiares - tanto de passageiros quanto de desaparecidos - terão problemas práticos.
Sem a identificação dos corpos e o atestado de óbito, os familiares não podem movimentar contas, vender ou dispor de bens, iniciar o inventário, receber seguros ou indenizações.
As famílias, mesmo antes da identificação dos corpos ou de obter a declaração judicial de morte, podem entrar na Justiça com pedido de liminares para movimentar contas correntes, dispor de bens, obter seguros e indenizações, ainda que sejam fixados valores provisórios. Mas a decisão vai depender do entendimento do juiz.
O Código Aeronáutico de 1987 limitou os valores das indenizações e, para você ter uma idéia, ainda há muitos parentes de vítimas do Fokker, que caiu em 1996 também em Congonhas, à espera de um reparo da empresa.
Que está programando anúncios de condolências na grande imprensa, mas já desperta a desconfiança dos familiares dos passageiros. Quanto mais dos parentes dos que, como pode acontecer com muitos leitores, nem pensavam em viajar de avião.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
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