Inventor do avião, Alberto Santos Dumont nasceu em Minas Gerais, num dia 20 de julho, há 104 anos. Em 1932, aos 59 anos, suicidou-se em Guarujá, depois de declarar sua amargura por ver seu invento usado como arma mortífera na primeira guerra mundial (1914-1918).
Uma vez, ele disse: “No começo deste século, nós, os fundadores da Aeronáutica, havíamos sonhado com um futuro pacífico e grandioso para ela. Mas a guerra veio, apoderou-se de nossos trabalhos e, com todos os seus horrores, aterrorizou a humanidade. Criei um aparelho para unir a humanidade, não para destruí-la”.
Quando morreu, Santos Dumont não podia imaginar a importância que o avião representaria como meio de transporte para toda a humanidade.
Não podia esperar também que os homens não tivessem capacidade de dominar aviões cada vez maiores e mais velozes, capazes de provocar tragédias como a de terça-feira, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Hoje, na data do seu aniversário de nascimento, os brasileiros não podem fazer festa nenhuma. Ainda estão perplexos com o que aconteceu com um avião moderno, dotado de todos os controles eletrônicos imagináveis, num aeroporto da cidade mais importante do Brasil.
Não faz muito, em 29 de setembro do ano passado, um avião executivo derrubou um Boeing da Gol. Seguiu-se então uma crise que paralisou os aeroportos do país, em meio a atitudes chocantes de algumas autoridades, como a ministra Marta Suplicy, que aconselhou cada passageiro revoltado a “relaxar e gozar”.
Nesses dias tumultuados, o presidente da Infraero, a estatal responsável pelos nossos aeroportos, declarou em entrevista à Band-newes: "Com relação à segurança de vôo, eu não me preocupo. Até porque os aviões estão retidos no solo e todo mundo sabe que a melhor proteção para um avião não cair é ele não decolar".
Numa hora dessas, espera-se do presidente Lula mais do que o emprego da Polícia Federal na investigação sobre a obra da pista onde aconteceu o acidente. Se estiver no pleno exercício de suas responsabilidades, ele promoverá uma devassa e fará rolar cabeças nesses órgãos, em todos os escalões, porque, como todo mundo sabe, ali o predomínio de práticas imorais passou dos limites, se é que essas práticas são admissíveis em algum limite.
Fora de uma atitude drástica, o país permanecerá exposto a autoridades despreparadas para suas funções.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
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