domingo, 8 de julho de 2007

ONDE ESTÃO NOSSOS POLICIAIS?

Considero da maior leviandade essa de dizer que os policiais da Força Nacional de Segurança, “ao contrário dos PMs do Rio” estão ganhando as simpatias das comunidades porque as tratam com maior respeito.
Isso é mais uma maneira de desmerecer o policial do nosso Estado e, ao mesmo tempo, tentar justificar os desnecessários altos gastos com os que vêm de fora com uma diária extra de R$ 120,00 e mais casa, comida e roupa lavada.
A grande maioria dos nossos policiais militares – grande maioria, mesmo – vem de comunidades de baixa renda e, na medida do possível, permanece psicologicamente fiel às suas origens.
O clima que se estabeleceu, por conta de toda uma circunstância incidental, é que está gerando acontecimentos abomináveis, muitas vezes com o sacrifício bestial de um cidadão pelo simples fato de portar uma carteira de PM.
Daí a tensão e o nervosismo, agravados pelas ordens de cima. Há hoje, infelizmente – para a insegurança de todos, inclusive de inocentes – um clima de guerra urbana. O soldado em si não escolhe as armas nem as regras do jogo. É jogado na frente do fuzil e ai de quem demonstrar insatisfação com a tarefa, por mais insensata que seja.
No entanto, é preciso que você saiba que não seria necessário gastar essa grana toda com a Força Nacional de Segurança se houvesse o mínimo de competência na gestão do pessoal da Polícia Militar fluminense.
O que eu vou dizer, você não vai acreditar, mas quem relatou por escrito foi um ex-secretário nacional, o coronel José Vicente da Silva Filho: o Rio de Janeiro, como “capital, com 37% da população do estado tem 16% do efetivo da PM. São apenas seis mil para o conjunto de 38 mil policiais militares do estado, evidenciando sérios problemas na distribuição dos efetivos que devem ser reparados. A capital concentra 50,8% do total anual dos registros policiais, 42% dos homicídios do estado e 64% dos furtos e roubos de veículos, bem como 64% dos assaltos a pedestres. Um dos fundamentos básicos de qualquer administração - e principalmente na estrutura policial - é a proporcionalidade de efetivos em relação à população e à incidência criminal, dois fatores que recomendam dotação maior que a média do estado para a cidade do Rio de Janeiro”.
Isso ninguém conta porque ninguém quer passar recibo de incompetente (5.7.07).

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