Nada contra tomar um choppinho no final da tarde para “jogar conversa fora” nos botequins da vida. Essa é uma característica brasileira, muito mais carioca, que se manifesta não é de hoje. Uma “loura gelada” quase sempre cai bem (o Brasil é o quinto maior produtor e de cerveja do mundo). O problema é saber parar para não cometer exageros. Beber moderadamente é uma questão de sabedoria e de respeito pela vida. A sua e a dos outros.
É exatamente para evitar os perigos do excesso de consumo de bebidas alcoólicas, considerado um problema de saúde pública, que alguns necessários alertas têm sido feitos. Quer um exemplo? Estatísticas revelam que metade das mortes no trânsito envolve motoristas embriagados. Tenho filhos rapazes que, felizmente, como eu, também não bebem irresponsavelmente.
Fica mais alarmante tomar conhecimento de reveladoras pesquisas mostrando que o consumo de álcool tem aumentado de forma significativa entre os jovens, o que é ainda mais preocupante: o alcoolismo é uma tragédia em qualquer idade: destrói o indivíduo, desequilibra a família e traz um custo imenso para a sociedade.
Trabalho realizado pelo Instituto Nacional Anti-Drogas concluiu que os jovens participam de forma cada vez mais expressiva da estatística de alcoolismo no País e já correspondem a 10% da parcela de brasileiros que bebem muito. A juventude soma hoje o surpreendente total de 3,5 milhões de alcoólatras. Em cinco anos a ingestão de bebidas alcoólicas entre os jovens aumentou 30% entre os de 12 a 17 anos e 25% entre os de 18 a 24 anos.
Os números justificam e fazem importante o alerta do Ministério da Saúde. Ninguém está pedindo para que se abra mão (o que, aliás, também seria uma boa) do tradicional choppinho de fim de tarde. Importante é beber com moderação e nunca perde de vista: se beber não dirija. Mais do que isso é colocar vidas em risco. Sem essa de usar a velha desculpa de que a bebida é companheira ideal para um bom papo. Nada disso: uma boa conversa,assim como uma boa amizade, não precisa ser necessariamente movida a álcool. Especialmente entre os jovens que ainda tem muito a aprender. Principalmente a beber numa boa.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
QUANDO O PRÊMIO NÃO COMPENSA
Estudar é exercitar um direito ou fazer um favor à sociedade? Essa pergunta me veio à cabeça ao tomar conhecimento de um decreto do prefeito César Maia, estabelecendo prêmios para alunos que se destacarem no terceiro ciclo do ensino fundamental.
Defensor da Lei Darcy Ribeiro, base da proposta que acaba com a pedagogia da repetência, excludente e principal causa da evasão escolar, confesso que fiquei surpreso com a adoção desse tipo de incentivo, que restabelece a competição primária e entra em choque com a própria tentativa de introdução do sistema de progressão continuada, adotada sob fogo cruzado pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Não é por aí, digo com pureza d`alma. É como se um pai garantisse vantagens aos filhos pelas notas escolares. Se tiver boa nota, ganha um bom presente. Não tendo, fica a ver navios.
Todo o incentivo no âmbito da educação deve ser de natureza coletiva e não vinculado ao desempenho. Antes, deve preceder ao resultado escolar. Quero dizer: melhorem as condições de uma escola pública, a qualidade dos equipamentos disponíveis, inclusive bibliotecas; os padrões dos professores, técnicos e salariais, aí sim, estaremos empregando corretamente o dinheiro público.
É isso mesmo. Quando o prefeito decide solitariamente o emprego do dinheiro que do cidadão contribuinte, ele corre o risco de pagar sozinho pela medida, que teria de produzir efeitos realmente compensadores.
Pelo caminho do decreto, o prefeito está exposto a uma ação popular de interpretação que venha a lhe acarretar problemas.
O ensino público de base no Brasil, com exceções de praxe, está caindo aos pedaços. Precisa efetivamente de uma grande sacudida a fim de que possa se aproximar do ensino público superior, por sinal reservado a quem teve um bom segundo grau, geralmente em escolas particulares. Aí está o resultado da prova da OAB. Só três faculdades (todas públicas) tiveram mais de 50% de aprovação para receber a carteirinha de advogado: UERJ, de longe a melhor, UNI-Rio e UFF.
E seus alunos não ganharam prêmios por isso. Antes, como no caso da UERJ, tiveram condições reais de aprendizado, graças à capacidade de gestão autônoma de seus diretores.
Como o prefeito César Maia já demonstrou lucidez na hora de reavaliar seus atos, exemplo de um recente decreto sobre ISS, espero que ouça mais a sociedade, antes de pôr sua proposta de presentear os melhores em vigor.
Defensor da Lei Darcy Ribeiro, base da proposta que acaba com a pedagogia da repetência, excludente e principal causa da evasão escolar, confesso que fiquei surpreso com a adoção desse tipo de incentivo, que restabelece a competição primária e entra em choque com a própria tentativa de introdução do sistema de progressão continuada, adotada sob fogo cruzado pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Não é por aí, digo com pureza d`alma. É como se um pai garantisse vantagens aos filhos pelas notas escolares. Se tiver boa nota, ganha um bom presente. Não tendo, fica a ver navios.
Todo o incentivo no âmbito da educação deve ser de natureza coletiva e não vinculado ao desempenho. Antes, deve preceder ao resultado escolar. Quero dizer: melhorem as condições de uma escola pública, a qualidade dos equipamentos disponíveis, inclusive bibliotecas; os padrões dos professores, técnicos e salariais, aí sim, estaremos empregando corretamente o dinheiro público.
É isso mesmo. Quando o prefeito decide solitariamente o emprego do dinheiro que do cidadão contribuinte, ele corre o risco de pagar sozinho pela medida, que teria de produzir efeitos realmente compensadores.
Pelo caminho do decreto, o prefeito está exposto a uma ação popular de interpretação que venha a lhe acarretar problemas.
O ensino público de base no Brasil, com exceções de praxe, está caindo aos pedaços. Precisa efetivamente de uma grande sacudida a fim de que possa se aproximar do ensino público superior, por sinal reservado a quem teve um bom segundo grau, geralmente em escolas particulares. Aí está o resultado da prova da OAB. Só três faculdades (todas públicas) tiveram mais de 50% de aprovação para receber a carteirinha de advogado: UERJ, de longe a melhor, UNI-Rio e UFF.
E seus alunos não ganharam prêmios por isso. Antes, como no caso da UERJ, tiveram condições reais de aprendizado, graças à capacidade de gestão autônoma de seus diretores.
Como o prefeito César Maia já demonstrou lucidez na hora de reavaliar seus atos, exemplo de um recente decreto sobre ISS, espero que ouça mais a sociedade, antes de pôr sua proposta de presentear os melhores em vigor.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
UM OLHAR MAIS HUMANO SOBRE O CAMELÔ
“Os camelôs estão prestando um papel cultural muito grande ao cinema”. Faz sentido a polêmica declaração do escritor e roteirista José Louzeiro. Calma, não se trata de nesse nosso espaço defender a pirataria: a venda de produtos piratas é crime, mas bem menor do que aquele cometido por quem produz em larga em escala todo o tipo de produtos piratas.
Mas é inegável que foi a venda ilegal que acabou dando ao filme “Tropa de Elite” uma atenção que não teria se fosse exibido apenas nas salas de cinema: ir ao cinema ainda é uma diversão cultural longe do alcance da maioria da população que não pode pagar o preço do ingresso. Além do mais os filmes nacionais lutam – e não é de hoje – para conquistar espaço de exibição, espaços geralmente dominados por filmes estrangeiros, principalmente americanos. Mas esse já é outro assu
Sou contra a pirataria e a venda de produtos contrabandeados, repito, Mas é preciso legalizar os ambulantes para ter direito de fiscalizá-los e puni-los. Eles têm muito o que vender, dentro da lei.
Não é de hoje que os camelôs são tratados como marginais, embora estejam apenas tentando trabalhar. O elevado número de camelôs nas ruas do Rio (o Rio ocupa uma área de 43.696,054 quilômetros quadrados, ou seja, tem espaço pra todo mundo) e em todo o país é reflexo dos crescimento alarmante do desemprego.
Embora trabalhe muito, enfrentando sacrifícios, desconforto, chuva e sol, o ambulante não está empregado: exerce um subemprego na busca de ganhar o pão de cada dia. Uma das reclamações mais comuns é a de que os camelôs ocupam calçadas impedindo a circulação de pedestres. Ora, não teria sentido montar bancas de venda onde não passa ninguém.
É preciso deixar claro que nem todos os ambulantes vendem produtos falsificados, pirateados. Mesmo assim todos sofrem constantes perseguições. Os ambulantes garantem que “quem cria a confusão nas ruas é o governo do Estado e a prefeitura já que os interesses dos trabalhadores informais é o de todos poderem exercer suas funções com tranqulidade”.
A questão dos camelôs merece mais atenção e mais estudos em busca de uma solução que atenda aos que buscam trabalhar e a população que gosta de comprar com a facilidade que os camelôs proporcionam.
Mas é inegável que foi a venda ilegal que acabou dando ao filme “Tropa de Elite” uma atenção que não teria se fosse exibido apenas nas salas de cinema: ir ao cinema ainda é uma diversão cultural longe do alcance da maioria da população que não pode pagar o preço do ingresso. Além do mais os filmes nacionais lutam – e não é de hoje – para conquistar espaço de exibição, espaços geralmente dominados por filmes estrangeiros, principalmente americanos. Mas esse já é outro assu
Sou contra a pirataria e a venda de produtos contrabandeados, repito, Mas é preciso legalizar os ambulantes para ter direito de fiscalizá-los e puni-los. Eles têm muito o que vender, dentro da lei.
Não é de hoje que os camelôs são tratados como marginais, embora estejam apenas tentando trabalhar. O elevado número de camelôs nas ruas do Rio (o Rio ocupa uma área de 43.696,054 quilômetros quadrados, ou seja, tem espaço pra todo mundo) e em todo o país é reflexo dos crescimento alarmante do desemprego.
Embora trabalhe muito, enfrentando sacrifícios, desconforto, chuva e sol, o ambulante não está empregado: exerce um subemprego na busca de ganhar o pão de cada dia. Uma das reclamações mais comuns é a de que os camelôs ocupam calçadas impedindo a circulação de pedestres. Ora, não teria sentido montar bancas de venda onde não passa ninguém.
É preciso deixar claro que nem todos os ambulantes vendem produtos falsificados, pirateados. Mesmo assim todos sofrem constantes perseguições. Os ambulantes garantem que “quem cria a confusão nas ruas é o governo do Estado e a prefeitura já que os interesses dos trabalhadores informais é o de todos poderem exercer suas funções com tranqulidade”.
A questão dos camelôs merece mais atenção e mais estudos em busca de uma solução que atenda aos que buscam trabalhar e a população que gosta de comprar com a facilidade que os camelôs proporcionam.
JOVENS DE CARA COM O DESEMPREGO
Qual a perspectiva de nossa juventude nos dias de hoje? Outro dia, escrevi aqui mesmo sobre a redução das oportunidades de emprego em todos os níveis para os que saem à cata do primeiro emprego. Falava de estatísticas na América Latina.
Hoje, deparo-me com uma tragédia ainda maior, quando os números se referem especificamente ao Brasil. Foi pensando nesse abismo que fui fazer uma palestra para os jovens da Juventude Socialista do PDT, em sua quase totalidade, moradores em comunidades de baixa renda.
Estou realmente boquiaberto com a constatação de que o desemprego mostra sua face mais perversa entre os jovens de 16 a 24 anos, cuja taxa de desocupação é quase duas vezes maior do que para a população em geral.
Incrível! Nos dias de hoje, em que os desafios sociais são cada vez mais gritantes, levantamento do DIEESE – Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos - concluiu que os grandes centros urbanos, 46,4% do total de desempregados é formada por pessoas de 16 a 24 anos. O estudo mostra que a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas para essa faixa etária se aproxima de 34%, enquanto que é de 19% para as pessoas acima de 24 anos.
O baixo crescimento da economia está por trás dos números,
segundo o Dieese. "O baixo crescimento da atividade econômica brasileira nos últimos anos tem efeito importante ao limitar o ritmo de geração de emprego", diz a pesquisa.
No caso dos jovens, há um agravante: a inexperiência e a baixa escolaridade de muitos candidatos ao mercado de trabalho.
"Já há uma escassez do ponto de vista da oferta de trabalho e no caso do jovem, a inexperiência tem um papel fundamental", afirma o supervisor do escritório São Paulo do Dieese, José Silvestre.
Segundo a pesquisa, o desemprego entre os jovens entre 16 a 24 anos chega a ser duas vezes superior ao registrado pelos desempregados em geral em praticamente todas as capitais.
O caso mais grave ocorre em Salvador, onde 42,8% dos jovens entre 16 e 24 anos estão desempregados. Já o desemprego para pessoas acima de 24 anos corresponde a 25,3%.
Em São Paulo, 32,6% dos jovens estão sem emprego enquanto que 18% estão na mesma condição com idade acima de 24 anos.
Enquanto isso, o Ministério do Trabalho esbarra na burocracia, apesar do esforço do seu ministro para tentar implantar programas de qualificação entre os jovens, cada dia mais sem esperança.
Hoje, deparo-me com uma tragédia ainda maior, quando os números se referem especificamente ao Brasil. Foi pensando nesse abismo que fui fazer uma palestra para os jovens da Juventude Socialista do PDT, em sua quase totalidade, moradores em comunidades de baixa renda.
Estou realmente boquiaberto com a constatação de que o desemprego mostra sua face mais perversa entre os jovens de 16 a 24 anos, cuja taxa de desocupação é quase duas vezes maior do que para a população em geral.
Incrível! Nos dias de hoje, em que os desafios sociais são cada vez mais gritantes, levantamento do DIEESE – Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos - concluiu que os grandes centros urbanos, 46,4% do total de desempregados é formada por pessoas de 16 a 24 anos. O estudo mostra que a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas para essa faixa etária se aproxima de 34%, enquanto que é de 19% para as pessoas acima de 24 anos.
O baixo crescimento da economia está por trás dos números,
segundo o Dieese. "O baixo crescimento da atividade econômica brasileira nos últimos anos tem efeito importante ao limitar o ritmo de geração de emprego", diz a pesquisa.
No caso dos jovens, há um agravante: a inexperiência e a baixa escolaridade de muitos candidatos ao mercado de trabalho.
"Já há uma escassez do ponto de vista da oferta de trabalho e no caso do jovem, a inexperiência tem um papel fundamental", afirma o supervisor do escritório São Paulo do Dieese, José Silvestre.
Segundo a pesquisa, o desemprego entre os jovens entre 16 a 24 anos chega a ser duas vezes superior ao registrado pelos desempregados em geral em praticamente todas as capitais.
O caso mais grave ocorre em Salvador, onde 42,8% dos jovens entre 16 e 24 anos estão desempregados. Já o desemprego para pessoas acima de 24 anos corresponde a 25,3%.
Em São Paulo, 32,6% dos jovens estão sem emprego enquanto que 18% estão na mesma condição com idade acima de 24 anos.
Enquanto isso, o Ministério do Trabalho esbarra na burocracia, apesar do esforço do seu ministro para tentar implantar programas de qualificação entre os jovens, cada dia mais sem esperança.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
O JOVEM PAÍS DOS MAIS VELHOS
O Brasil é um país jovem, mas não é mais um país só de jovens: a população de idosos já representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 ou mais anos, o que significa 8,6% da população. O rendimento médio de R$ 657,00 faz com que o idoso ocupe, cada vez mais, um papel de destaque na sociedade brasileira. Recente pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmou que a tendência de envelhecimento populacional no Brasil está persistindo e o Rio de Janeiro é a capital que abriga o maior número de idosos com 12,8% da população.
Portanto, vamos abrir os olhos para a necessidade de olhar mais e melhor para nossos velhos já que nos próximos 20 anos a população idosa no Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas, representando 13% da população. As pesquisas alertam que a proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças. Esse não é um retrato envelhecido apenas do Brasil: segundo a Organização Mundial de Saúde em 2025 haverá, pela primeira vez na história, mais idosos do que crianças no planeta e aqui a 20 anos o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de idosos.
Os dados não significam apenas mais números: refletem a cada vez maior necessidade do país olhar, através de seus governantes, para o desenvolvimento e aceleração de programas especiais de atendimento aos idosos com justiça previdenciária, já que até agora a população idosa vem perdendo direitos e ganhando menos, quando suas despesas aumentam forçosamente. Mais: que permitam aos vovôs continuar contribuindo no sustento de suas famílias que muitas vezes dependem única e exclusivamente das minguadas aposentadorias que sobram para os idosos.
Minha preocupação com os idosos não é de agora: há anos desenvolvo trabalho de incentivo e assistência cultural e de lazer ao Grupo de Terceira Idade no Jacarezinho. É urgente que o governo elabore políticas sociais que preparem a sociedade para conviver e entender a nova realidade populacional do país. A criação do Estatuto do Idoso é pouca coisa: é de fundamental importância que se dê à população de Terceira Idade tenha uma renda digna e acesso à saúde, justiça cultura e.sexualidade. No auditório da Câmara Municipal estaremos recebendo grupos da Terceira Idade para uma tarde de cultura e lazer com palestra e exibição do filme “Chuvas de Verão”, dirigido por Cacá Diegues.
Portanto, vamos abrir os olhos para a necessidade de olhar mais e melhor para nossos velhos já que nos próximos 20 anos a população idosa no Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas, representando 13% da população. As pesquisas alertam que a proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças. Esse não é um retrato envelhecido apenas do Brasil: segundo a Organização Mundial de Saúde em 2025 haverá, pela primeira vez na história, mais idosos do que crianças no planeta e aqui a 20 anos o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de idosos.
Os dados não significam apenas mais números: refletem a cada vez maior necessidade do país olhar, através de seus governantes, para o desenvolvimento e aceleração de programas especiais de atendimento aos idosos com justiça previdenciária, já que até agora a população idosa vem perdendo direitos e ganhando menos, quando suas despesas aumentam forçosamente. Mais: que permitam aos vovôs continuar contribuindo no sustento de suas famílias que muitas vezes dependem única e exclusivamente das minguadas aposentadorias que sobram para os idosos.
Minha preocupação com os idosos não é de agora: há anos desenvolvo trabalho de incentivo e assistência cultural e de lazer ao Grupo de Terceira Idade no Jacarezinho. É urgente que o governo elabore políticas sociais que preparem a sociedade para conviver e entender a nova realidade populacional do país. A criação do Estatuto do Idoso é pouca coisa: é de fundamental importância que se dê à população de Terceira Idade tenha uma renda digna e acesso à saúde, justiça cultura e.sexualidade. No auditório da Câmara Municipal estaremos recebendo grupos da Terceira Idade para uma tarde de cultura e lazer com palestra e exibição do filme “Chuvas de Verão”, dirigido por Cacá Diegues.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
ENFIM, UMA AUTORIDADE NO JACAREZINHO
Enfim, uma autoridade do governo estadual foi ao Jacarezinho ouvir suas lideranças. Falo assim porque já não era sem tempo. Até agora os moradores daquela comunidade, que já foi o celeiro da mão de obra do outrora segundo pólo industrial da cidade, só sabia do governo do Estado pela presença nem sempre feliz das polícias militar e civil.
Coube ao subsecretário de Governo, Rodrigo Bethlem, tal façanha. À convite da Associação de Moradores e do Movimento pela paz, Bethlem ouviu as reivindicações apresentadas e se comprometeu a agilizar as respostas.
O Jacarezinho precisava mesmo de uma presença pacífica do governo estadual. Embora seja a segunda maior favela do Rio de Janeiro (não falo dos complexos), com mais de 70 anos de existência e uma população esclarecida, toda vez que algum governante fala em um programa social, seus moradores são inexplicavelmente esquecidos.
Há planos mirabolantes para a Rocinha, Complexo do Alemão e Manguinhos. No Complexo da Maré, inauguraram a Unidade de Atendimento Pré-Hospitalar. Por que não se fala no Jacarezinho, onde há promessas e serviços feitos pela metade?
É isso mesmo. Desde de fevereiro está pronto o castelo d`água, de 250 mil litros, construído pela Prefeitura dentro do programa Favela-Bairro, que levei para o Jacarezinho em 1995.
Para que essa obra fosse feita, tivemos muito trabalho, uma vez que foi preciso demolir várias casas no alto do morro, na parte chamada poeticamente de “Azul”.
A obra também levou muito tempo, mas, enfim, no início deste ano, era dada por concluída. O que falta agora? Simplesmente que a CEDAE assuma as ligações, puxando a água e sistematizando sua distribuição. No entanto, não sei porque cargas d`água, até hoje nada foi feito pelo Governo do Estado.
Há mais de cinco anos que venho incluindo no orçamento municipal dotações para a construção da vila olímpica, em terreno que a GE está disposta a liberar. Se você não sabe, Romário, um dos maiores craques de nosso futebol, nasceu no Jacarezinho e lá foi batizado pelo padre Nelson.
Sai ano, entra ano e nada. Os moradores de lá ficam sabendo pela imprensa de construções em outras comunidades menores e com menor tradição esportiva. Lá, eles próprios fizeram alguns campos de futebol e hoje só resta o do Abóbora.
Há também a reivindicação, com terreno já disponibilizado, para a inadiável implantação do Posto de Saúde 24 horas. De frente para a Avenida “Suburbana”, esse equipamento serviria também para todo o entorno.
Enfim, só espero que Bethlem tenha condições de levar para o Jacarezinho algo diferente do “caveirão”.
Coube ao subsecretário de Governo, Rodrigo Bethlem, tal façanha. À convite da Associação de Moradores e do Movimento pela paz, Bethlem ouviu as reivindicações apresentadas e se comprometeu a agilizar as respostas.
O Jacarezinho precisava mesmo de uma presença pacífica do governo estadual. Embora seja a segunda maior favela do Rio de Janeiro (não falo dos complexos), com mais de 70 anos de existência e uma população esclarecida, toda vez que algum governante fala em um programa social, seus moradores são inexplicavelmente esquecidos.
Há planos mirabolantes para a Rocinha, Complexo do Alemão e Manguinhos. No Complexo da Maré, inauguraram a Unidade de Atendimento Pré-Hospitalar. Por que não se fala no Jacarezinho, onde há promessas e serviços feitos pela metade?
É isso mesmo. Desde de fevereiro está pronto o castelo d`água, de 250 mil litros, construído pela Prefeitura dentro do programa Favela-Bairro, que levei para o Jacarezinho em 1995.
Para que essa obra fosse feita, tivemos muito trabalho, uma vez que foi preciso demolir várias casas no alto do morro, na parte chamada poeticamente de “Azul”.
A obra também levou muito tempo, mas, enfim, no início deste ano, era dada por concluída. O que falta agora? Simplesmente que a CEDAE assuma as ligações, puxando a água e sistematizando sua distribuição. No entanto, não sei porque cargas d`água, até hoje nada foi feito pelo Governo do Estado.
Há mais de cinco anos que venho incluindo no orçamento municipal dotações para a construção da vila olímpica, em terreno que a GE está disposta a liberar. Se você não sabe, Romário, um dos maiores craques de nosso futebol, nasceu no Jacarezinho e lá foi batizado pelo padre Nelson.
Sai ano, entra ano e nada. Os moradores de lá ficam sabendo pela imprensa de construções em outras comunidades menores e com menor tradição esportiva. Lá, eles próprios fizeram alguns campos de futebol e hoje só resta o do Abóbora.
Há também a reivindicação, com terreno já disponibilizado, para a inadiável implantação do Posto de Saúde 24 horas. De frente para a Avenida “Suburbana”, esse equipamento serviria também para todo o entorno.
Enfim, só espero que Bethlem tenha condições de levar para o Jacarezinho algo diferente do “caveirão”.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
A GENTE TEM FOME DE LER
É costume dizer, até com certo tom de deboche, que o povão só gosta de futebol e carnaval. Gosta, sim: são as duas únicas e maravilhosas manifestações culturais capazes de reunir e entusiasmar a massa. Mas não é só: quando que lhe é dada oportunidade, a população de todas as classes sociais nos surpreende com seu quase sempre esquecido interesse. Como surpreendeu agora durante a 11ª Bienal do Livro, no Riocentro. Exatas 560 mil pessoas passearam entre os estandes que ofereciam a possibilidade de ”viajar” pela obras de diversos autores.
Como afirmou Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livro, “um grande espetáculo” com um aumento de 70% também na venda de livros. Entre o mais de meio milhão de visitantes lá estavam 200 mil estudantes, 35 mil professores e 30 mil pessoas acima de 60 anos, entre muitas outras. Editores e escritores estão otimistas e não é para menos: 77% das pessoas que compareceram à Bienal compraram livros, o que representa um aumento de 11% em relação ao ano passado, mostrando que a população também tem fome de cultura.
Os números são significativos. Mais do que o sucesso de um evento mostra a necessidade de oferecer ao povo maiores oportunidades de leitura. Recente pesquisa revelou que as livrarias estão saindo do mercado e muitas pequenas cidades possuem apenas uma (ou nenhuma) biblioteca. Sou autor de sete livros (os mais recentes podem ser adquiridos através do site www.palanquelivre.com) e sei não só do prazer e da importância de escrever e ler. Ler muito e cada vez mais.
Há ainda os que defendem a absurda tese de que “o Brasil é um país de analfabetos” e por isso que a literatura não faz tanto sucesso. Faz, sim, e a Bienal mostrou isso e sinalizou que é hora de ampliar o número de bibliotecas e dar ao povão acesso aos livros, inclusive os escolares. Não seria inviável organizar uma biblioteca (pequena que seja) em cada comunidade carente. Essa é uma maneira de orientar os jovens, alegrar os idosos e oferecer a possibilidade de aprender para depois, quem sabe, ensinar.
O povo quer ler o que ficou claro também no exemplo de um pedreiro que foi reunindo velhos livros em sua modesta moradia, transformada rapidamente em uma “casa de consultas frequentada por jovens estudantes que buscam, com apetite, nos livros ensinamentos de vida, sonhos e possibilidade de viajar no tempo e na imaginação. A Bienal mostrou uma tendência de crescimento no mercado literário. Portanto, nunca é tarde de matar a fome de leitura do povo. Essa é uma maneira de ajudar a matar todos os tipos de fome. Com urgência.
Como afirmou Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livro, “um grande espetáculo” com um aumento de 70% também na venda de livros. Entre o mais de meio milhão de visitantes lá estavam 200 mil estudantes, 35 mil professores e 30 mil pessoas acima de 60 anos, entre muitas outras. Editores e escritores estão otimistas e não é para menos: 77% das pessoas que compareceram à Bienal compraram livros, o que representa um aumento de 11% em relação ao ano passado, mostrando que a população também tem fome de cultura.
Os números são significativos. Mais do que o sucesso de um evento mostra a necessidade de oferecer ao povo maiores oportunidades de leitura. Recente pesquisa revelou que as livrarias estão saindo do mercado e muitas pequenas cidades possuem apenas uma (ou nenhuma) biblioteca. Sou autor de sete livros (os mais recentes podem ser adquiridos através do site www.palanquelivre.com) e sei não só do prazer e da importância de escrever e ler. Ler muito e cada vez mais.
Há ainda os que defendem a absurda tese de que “o Brasil é um país de analfabetos” e por isso que a literatura não faz tanto sucesso. Faz, sim, e a Bienal mostrou isso e sinalizou que é hora de ampliar o número de bibliotecas e dar ao povão acesso aos livros, inclusive os escolares. Não seria inviável organizar uma biblioteca (pequena que seja) em cada comunidade carente. Essa é uma maneira de orientar os jovens, alegrar os idosos e oferecer a possibilidade de aprender para depois, quem sabe, ensinar.
O povo quer ler o que ficou claro também no exemplo de um pedreiro que foi reunindo velhos livros em sua modesta moradia, transformada rapidamente em uma “casa de consultas frequentada por jovens estudantes que buscam, com apetite, nos livros ensinamentos de vida, sonhos e possibilidade de viajar no tempo e na imaginação. A Bienal mostrou uma tendência de crescimento no mercado literário. Portanto, nunca é tarde de matar a fome de leitura do povo. Essa é uma maneira de ajudar a matar todos os tipos de fome. Com urgência.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
A PM ENTRE BONS E MAUS POLICIAIS
“O senhor está preso por tentativa de suborno” – a ordem de prisão dada por um policial militar foi parte de recente cena da novela Paraíso Tropical quando o empresário Antenor Cavalcante (Tony Ramos) tentou resolver um problema. O empresário da novela comportou-se da forma que parece ser a usual quando os bem sucedidos tentam impor o poder do dinheiro.
O policial honesto que a novela retratou não é apenas um personagem de ficção. A vida real está repleta de policiais que dignificam a farda. O recado transmitido pela novela pode ter perdido sua força com a notícia dois dias após a exibição da cena da prisão de 52 policiais militares, a maioria do 15º Batalhão de Duque de Caxias, acusados de envolvimento com o tráfico de drogas. No mesmo momento em que os policiais criminosos eram detidos, estavam sendo presos também sete traficantes da mesma Duque de Caxias em operação policial que nos mostra, enfim, que cadeia é para qualquer tipo de marginal. Até os que usam farda.
A prisão de policiais poderia afetar a credibilidade de todos os 38 mil policiais militares que prestam serviços nos 39 batalhões instalados no Estado do Rio, mas isso não acontecerá simplesmente porque não se pode generalizar. A Polícia Militar não é composta só de maus servidores. Pelo contrário: a maioria da corporação é de homens que sabem prestar à população segurança e tranqüilidade sem enveredar pelo chamado mu caminho.
Não tenho dúvidas de que essa maioria aplaude com entusiasmo, como faz toda a população, a prisão e o possível afastamento não só dos 52 policiais agora presos, mas também de todo aquele que não souber realizar sua função com honestidade. A operação que levou a essas prisões (e certamente levará a outras) pode ser vista, como lembrou o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, como uma homenagem aos bons policiais – aqueles que, como toda a população, querem uma polícia limpa e, portanto, com credibilidade. Afastar os maus policiais é abrir caminho para outras conquistas ao reconhecimento dos bons. A Polícia Militar, criada em 13 de maio de 1809 pelo Príncipe Regente D.João VI como Divisão da GUARDA Real de Polícia da Corte com apenas 248 guardas marchou altiva e heróica pela história. A Polícia Militar foi a única presente durante a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1898.
Afastar os maus policiais dessa histórica corporação é abrir fileiras tiras para que possam desfilar sob o aplauso do povo, os fardados homens de bem.
O policial honesto que a novela retratou não é apenas um personagem de ficção. A vida real está repleta de policiais que dignificam a farda. O recado transmitido pela novela pode ter perdido sua força com a notícia dois dias após a exibição da cena da prisão de 52 policiais militares, a maioria do 15º Batalhão de Duque de Caxias, acusados de envolvimento com o tráfico de drogas. No mesmo momento em que os policiais criminosos eram detidos, estavam sendo presos também sete traficantes da mesma Duque de Caxias em operação policial que nos mostra, enfim, que cadeia é para qualquer tipo de marginal. Até os que usam farda.
A prisão de policiais poderia afetar a credibilidade de todos os 38 mil policiais militares que prestam serviços nos 39 batalhões instalados no Estado do Rio, mas isso não acontecerá simplesmente porque não se pode generalizar. A Polícia Militar não é composta só de maus servidores. Pelo contrário: a maioria da corporação é de homens que sabem prestar à população segurança e tranqüilidade sem enveredar pelo chamado mu caminho.
Não tenho dúvidas de que essa maioria aplaude com entusiasmo, como faz toda a população, a prisão e o possível afastamento não só dos 52 policiais agora presos, mas também de todo aquele que não souber realizar sua função com honestidade. A operação que levou a essas prisões (e certamente levará a outras) pode ser vista, como lembrou o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, como uma homenagem aos bons policiais – aqueles que, como toda a população, querem uma polícia limpa e, portanto, com credibilidade. Afastar os maus policiais é abrir caminho para outras conquistas ao reconhecimento dos bons. A Polícia Militar, criada em 13 de maio de 1809 pelo Príncipe Regente D.João VI como Divisão da GUARDA Real de Polícia da Corte com apenas 248 guardas marchou altiva e heróica pela história. A Polícia Militar foi a única presente durante a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1898.
Afastar os maus policiais dessa histórica corporação é abrir fileiras tiras para que possam desfilar sob o aplauso do povo, os fardados homens de bem.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
JACAREZINHO À ESPERA DO MINISTRO
Na sexta-feira, dia 14, os moradores do Jacarezinho esperavam a visita do ministro das Cidades, Márcio Fortes, uma das autoridades que estavam no trem atacado quando passava pela comunidade.
Ele havia sido convidado pelo presidente da Associação de Moradores, Edvaldo Silva Oliveira, que queria demonstrar a verdadeira natureza daqueles milhares de cidadãos excluídos, aproveitando para formular algumas reivindicações junto a uma autoridade federal.
O ministro agendara a visita para as 9 horas daquele dia. No entanto, à noite, mandara avisar da impossibilidade de realizá-la, conforme o combinado, devido a problemas na agenda. Ele não pôde ir ao Jacarezinho, mas, duas horas depois, estava no Palácio Guanabara, em reunião com o governador Sérgio Cabral.
Isso, porém, não desanimou os líderes da comunidade. Vado, como é tratado carinhosamente o presidente da associação, foi até o Palácio e obteve a promessa de uma nova agenda.
O que parece ter dificultado a visita foi a garantia de que o ministro não precisaria de segurança policial para visitar a comunidade. Ele, que é carioca, optou por essa visita sem aparato policial de cobertura, mas provavelmente as autoridades da área insistiram em apontar riscos.
De qualquer forma, a simples intenção do ministro Márcio Fortes já mudou um pouco o discurso oficial em relação ao Jacarezinho. Eu mesmo posso garantir, pelos 25 anos de convivência com a comunidade de quase 70 mil moradores, que ninguém será molestado no exercício de uma obrigação: conhecer de perto problemas que se acumulam e que só são vistos em anos eleitorais.
Aliás, neste sábado, estive pessoalmente no Jacarezinho e no conjunto onde foram reassentadas pela Prefeitura 96 famílias retiradas da beira da linha fé
Fiquei sabendo que até hoje a CEDAE ainda não agiu para pôr em funcionamento a caixa dágua com capacidade de 250 mil litros, construída pela Prefeitura dentro do projeto favela-bairro, pelo qual tanto briguei. O verão está chegando e já hoje está faltando água até na Praça da Concórdia, onde nunca isso ocorreu antes.
Da mesma forma, a Casa da Paz, um projeto que tinha dado certo, ainda não foi reativada. Ela recebia mais de 500 pessoas por dia e incluía cursos de qualificação de jovens. Agora, a expectativa dos moradores é um café da manhã na Igreja católica, com a presença do subsecretário de Governo do Estado, Rodrigo Bethlem. Está mesmo na hora do poder público apresentar novos protagonistas àquela comunidade proletária.
Ele havia sido convidado pelo presidente da Associação de Moradores, Edvaldo Silva Oliveira, que queria demonstrar a verdadeira natureza daqueles milhares de cidadãos excluídos, aproveitando para formular algumas reivindicações junto a uma autoridade federal.
O ministro agendara a visita para as 9 horas daquele dia. No entanto, à noite, mandara avisar da impossibilidade de realizá-la, conforme o combinado, devido a problemas na agenda. Ele não pôde ir ao Jacarezinho, mas, duas horas depois, estava no Palácio Guanabara, em reunião com o governador Sérgio Cabral.
Isso, porém, não desanimou os líderes da comunidade. Vado, como é tratado carinhosamente o presidente da associação, foi até o Palácio e obteve a promessa de uma nova agenda.
O que parece ter dificultado a visita foi a garantia de que o ministro não precisaria de segurança policial para visitar a comunidade. Ele, que é carioca, optou por essa visita sem aparato policial de cobertura, mas provavelmente as autoridades da área insistiram em apontar riscos.
De qualquer forma, a simples intenção do ministro Márcio Fortes já mudou um pouco o discurso oficial em relação ao Jacarezinho. Eu mesmo posso garantir, pelos 25 anos de convivência com a comunidade de quase 70 mil moradores, que ninguém será molestado no exercício de uma obrigação: conhecer de perto problemas que se acumulam e que só são vistos em anos eleitorais.
Aliás, neste sábado, estive pessoalmente no Jacarezinho e no conjunto onde foram reassentadas pela Prefeitura 96 famílias retiradas da beira da linha fé
Fiquei sabendo que até hoje a CEDAE ainda não agiu para pôr em funcionamento a caixa dágua com capacidade de 250 mil litros, construída pela Prefeitura dentro do projeto favela-bairro, pelo qual tanto briguei. O verão está chegando e já hoje está faltando água até na Praça da Concórdia, onde nunca isso ocorreu antes.
Da mesma forma, a Casa da Paz, um projeto que tinha dado certo, ainda não foi reativada. Ela recebia mais de 500 pessoas por dia e incluía cursos de qualificação de jovens. Agora, a expectativa dos moradores é um café da manhã na Igreja católica, com a presença do subsecretário de Governo do Estado, Rodrigo Bethlem. Está mesmo na hora do poder público apresentar novos protagonistas àquela comunidade proletária.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
UM VÔO PARA SER RECORDADO
Agora em outubro serão completados 50 anos do Spunik, o primeiro artefato feito pelo homem e lançado ao espaço pelos russos. Pode parecer estranho que nesse cantinho no qual mantemos uma conversa diária sobre assuntos ligados a política nacional e aos acontecimentos que mobilizam a cidade, o Sputnik seja o tema de hoje. Não é não: a importância do pioneiro lançamento do Sputnik está ligado a todas as conquistas e estudos que permitiram maior conhecimento sobre o espaço com a abertura do cosmos para o homem.
Há 50 anos parecia filme de ficção imaginar que pudéssemos chegar tão longe: o Sputnik abriu uma nova estrada para a humanidade possibilitando que outros satélites fossem buscar mais informações que permitiram outros lançamentos espaciais e estudos.
O Sputnik foi o resultado do trabalho do professor russo Konstantin Eduardovitch Tsiolkovsky que em 1934 apresentou estudos completos sobre os princípios matemáticos do vôo espacial à Academia de Ciências Soviéticas, mas somente no dia 4 de outubro de 1957, às 8 horas da manhã, um imenso foguete de 3 estágios que carregava no seu topo uma esfera de 58 cm e 83 kg com 2 pares de antenas flexíveis de 2,4 m e 2,9m se fez realidade iniciando uma importante corrida espacial. Daí em diante foram lançados 10 Sputniks: O Sputnik I transmitiu um sinal de rádio (o beep) que podia ser sintonizado por qualquer rádio-amador, mas foi no Sputnik II, lançado em 3 de novembro de 1957, que o primeiro ser vivo chegou ao espaço. Vai me dizer que você não lembra da cadela da raça laika, chamada Kudriavka, que teve dados biológicos monitorados durante uma semana.
É a importância do caminho de conhecimento aberto pelo Sputnik que precisa ser sinalizado para se conheça mais sobre a importância do Sputnik. Por isso no dia 4 de outubro estou realizando no Salão Nobre da Câmara Municipal evento com palestra do físico Marcomede Rangel, que também ensinará a construir um modelo em escala para ser exposto. Nossos estudantes precisam conhecer mais o que já foi conquistado e o que ainda será. Aqui e no espaço.
Há 50 anos parecia filme de ficção imaginar que pudéssemos chegar tão longe: o Sputnik abriu uma nova estrada para a humanidade possibilitando que outros satélites fossem buscar mais informações que permitiram outros lançamentos espaciais e estudos.
O Sputnik foi o resultado do trabalho do professor russo Konstantin Eduardovitch Tsiolkovsky que em 1934 apresentou estudos completos sobre os princípios matemáticos do vôo espacial à Academia de Ciências Soviéticas, mas somente no dia 4 de outubro de 1957, às 8 horas da manhã, um imenso foguete de 3 estágios que carregava no seu topo uma esfera de 58 cm e 83 kg com 2 pares de antenas flexíveis de 2,4 m e 2,9m se fez realidade iniciando uma importante corrida espacial. Daí em diante foram lançados 10 Sputniks: O Sputnik I transmitiu um sinal de rádio (o beep) que podia ser sintonizado por qualquer rádio-amador, mas foi no Sputnik II, lançado em 3 de novembro de 1957, que o primeiro ser vivo chegou ao espaço. Vai me dizer que você não lembra da cadela da raça laika, chamada Kudriavka, que teve dados biológicos monitorados durante uma semana.
É a importância do caminho de conhecimento aberto pelo Sputnik que precisa ser sinalizado para se conheça mais sobre a importância do Sputnik. Por isso no dia 4 de outubro estou realizando no Salão Nobre da Câmara Municipal evento com palestra do físico Marcomede Rangel, que também ensinará a construir um modelo em escala para ser exposto. Nossos estudantes precisam conhecer mais o que já foi conquistado e o que ainda será. Aqui e no espaço.
OS JOVENS E A GRAVIDEZ INDESEJADA
Sem essa de bairrismo: os bons exemplos devem ser um incentivo para todos, venham de onde vierem. É de São Paulo que chega uma animadora informação: a da redução de 32% nos índices de gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência nunca é demais lembrar é apontada como um grave problema social. Estudos da Organização Panamericana de Saúde atribuem o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos ao fato de que “o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais rapidamente entre os adolescentes, que o conhecimento sobre os efeitos biológicos e psicológicos adversos na gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o filho”.
Pesquisas mostram que no Brasil é na classe social mais pobre que se encontram os maiores índices de fecundidade na população adolescente (26%c das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos, enquanto nas classes de renda mais elevada o índice foi somente de 2,3). Estima-se que no Brasil de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes: há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres. Fica clara a necessidade de incentivar programas (muitos existem, mas será que saíram do papel?) de educação e prevenção, além de um adequado atendimento médico às jovens e desorientadas pacientes. Estudos revelam ainda que a gravidez na adolescência é normalmente indesejada e acaba influenciando diretamente na vida das meninas que por causa da gravidez, acabam deixando a escola”. Pesquisas confirmam também que as complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente as de faixa etária mais baixa. São problemas de saúde que como anemia, ganho de peso insuficiente, hipertensão, infecção urinária e muitas outras causadas pela absoluta falta atendimento pré-natal adequado. Portanto, cuidar, com programas de esclarecimento e prevenção se faz urgente, especialmente quando se sabe que na maioria das vezes as meninas engravidam sem querer. A gravidez na adolescência é um problema de vida. De duas vidas.
Pesquisas mostram que no Brasil é na classe social mais pobre que se encontram os maiores índices de fecundidade na população adolescente (26%c das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos, enquanto nas classes de renda mais elevada o índice foi somente de 2,3). Estima-se que no Brasil de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes: há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres. Fica clara a necessidade de incentivar programas (muitos existem, mas será que saíram do papel?) de educação e prevenção, além de um adequado atendimento médico às jovens e desorientadas pacientes. Estudos revelam ainda que a gravidez na adolescência é normalmente indesejada e acaba influenciando diretamente na vida das meninas que por causa da gravidez, acabam deixando a escola”. Pesquisas confirmam também que as complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente as de faixa etária mais baixa. São problemas de saúde que como anemia, ganho de peso insuficiente, hipertensão, infecção urinária e muitas outras causadas pela absoluta falta atendimento pré-natal adequado. Portanto, cuidar, com programas de esclarecimento e prevenção se faz urgente, especialmente quando se sabe que na maioria das vezes as meninas engravidam sem querer. A gravidez na adolescência é um problema de vida. De duas vidas.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
O ATAQUE AO TREM NO JACAREZINHO (II)
Como eu disse ontem, esses desatinados disparos contra o trem em frente ao Jacarezinho é um desses absurdos que não tem lógica e pode ter sido obra, inclusive, de quem não mora ali.
Essa é a opinião da Associação de Moradores e de outras 11 entidades que travam a difícil batalha de reconhecimento da cidadania de sua gente. Tanto que o presidente da associação, Edvaldo Silva Oliveira, fez questão de se dirigir aos ministros que estavam no trem, convidando-os para uma visita, em que serão recebidos com o respeito devido a toda autoridade.
Neste sentido, uma nota assinada por várias entidades deixa claro: “A Associação de Moradores vem a público esclarecer que a comunidade do Jacarezinho acredita que este ato pode ter partido de pessoas de fora da comunidade, que tenham a intenção de desarticular os projetos sociais que há muito a comunidade vem buscando.
Pois a comunidade em seu cotidiano tem a presença constante de autoridades como vereadores Paulo Cerry, Pedro Porfírio, Nelson Ferreira, deputados federais Jorge Bittar e Edson Santos.
Gostaríamos de pedir desculpas aos ministros das Cidades e dos Portos, e a todos os envolvidos no incidente, e convidar a todos a uma visita na comunidade. “Este momento poderia ser de uma grande ação social dos governos e de todas as esferas para esta comunidade tão excluída”.
O documento é assinado pela Associação de Moradores do Jacarezinho, ONG Novo Horizonte, Centro Cultural Herança Negra, ONG Viva Jacarezinho, Escola de Samba Unidos do Jacarezinho, Associação dos Moradores da Comunidade do Tancredo Neves. Igrejas Evangélicas, ONG Educação, Cultura e Cidadania, Igreja Católica Nossa Senhora Auxiliadora, ONG Saúde e Cidadania, Rádio Comunitária 99,3 FM, jornal comunitário “Porta-Voz”, comerciantes e moradores.
Faço questão de transcrever esse documento porque ninguém melhor do que essas entidades para falar do sentimento de uma gente trabalhadora, que vive ali há quase 70 anos e ali se instalou ao redor do então segundo maior parque metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Espero que esse incidente seja devidamente investigado e não objeto de ações de represálias contra quem não tem nada ver com ele. Eu próprio tenho minhas razões para acreditar que havia interesse em abafar o assassinato cruel de um líder comunitário de Brás de Pina, que denunciou a extorsão de que foi vítima, nas mãos de alguns maus policiais das chamadas “milícias”.
Essa é a opinião da Associação de Moradores e de outras 11 entidades que travam a difícil batalha de reconhecimento da cidadania de sua gente. Tanto que o presidente da associação, Edvaldo Silva Oliveira, fez questão de se dirigir aos ministros que estavam no trem, convidando-os para uma visita, em que serão recebidos com o respeito devido a toda autoridade.
Neste sentido, uma nota assinada por várias entidades deixa claro: “A Associação de Moradores vem a público esclarecer que a comunidade do Jacarezinho acredita que este ato pode ter partido de pessoas de fora da comunidade, que tenham a intenção de desarticular os projetos sociais que há muito a comunidade vem buscando.
Pois a comunidade em seu cotidiano tem a presença constante de autoridades como vereadores Paulo Cerry, Pedro Porfírio, Nelson Ferreira, deputados federais Jorge Bittar e Edson Santos.
Gostaríamos de pedir desculpas aos ministros das Cidades e dos Portos, e a todos os envolvidos no incidente, e convidar a todos a uma visita na comunidade. “Este momento poderia ser de uma grande ação social dos governos e de todas as esferas para esta comunidade tão excluída”.
O documento é assinado pela Associação de Moradores do Jacarezinho, ONG Novo Horizonte, Centro Cultural Herança Negra, ONG Viva Jacarezinho, Escola de Samba Unidos do Jacarezinho, Associação dos Moradores da Comunidade do Tancredo Neves. Igrejas Evangélicas, ONG Educação, Cultura e Cidadania, Igreja Católica Nossa Senhora Auxiliadora, ONG Saúde e Cidadania, Rádio Comunitária 99,3 FM, jornal comunitário “Porta-Voz”, comerciantes e moradores.
Faço questão de transcrever esse documento porque ninguém melhor do que essas entidades para falar do sentimento de uma gente trabalhadora, que vive ali há quase 70 anos e ali se instalou ao redor do então segundo maior parque metalúrgico da cidade do Rio de Janeiro.
Espero que esse incidente seja devidamente investigado e não objeto de ações de represálias contra quem não tem nada ver com ele. Eu próprio tenho minhas razões para acreditar que havia interesse em abafar o assassinato cruel de um líder comunitário de Brás de Pina, que denunciou a extorsão de que foi vítima, nas mãos de alguns maus policiais das chamadas “milícias”.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
O ATAQUE AO TREM NO JACAREZINHO (I)
O lamentável ataque a trem de autoridades quando passava pela comunidade do Jacarezinho ainda levará tempo para ser devidamente esclarecido. A única coisa que parece clara é que quem mais saiu perdendo foram os moradores, que, como pode testemunhar a concessionária Supervia, mantêm uma relação civilizada com seu pessoal.
Há várias versões, das quais a mais lógica foi a apresentada ontem na matéria de Gisele Santana, aqui, no POVO. No caso, um repórter teria fotografado de dentro do trem um traficante armado e este teria reagido, junto com outros, como tem acontecido em várias operações policiais ali.
Pelo que conheço de favelas e, em especial do Jacarezinho, também acredito que esse tipo de disparos gratuitos, a pretexto de mostrar força ou até mesmo com o objetivo de fazer vítimas, não é nada comum. Antes. Pelo contrário.
A Supervia, concessionária dos trens urbanos do Rio de Janeiro, mantém uma relação direta com a Associação de Moradores, empregando algumas pessoas da própria comunidade no controle da passagem de nível, junto à estação de Vieira Fazenda.
Essa relação, ao contrário do que tenta explorar um certo setor da mídia, tem tido resultados positivos, sobretudo em relação ao acesso à estação e á proteção de vidas. O trem passa pela principal via de acesso, chamada de Prainha, por onde transitam milhares de moradores, inclusive crianças e idosos, bem como veículos que vão e vêm da Avenida Dom Helder Câmara.
A necessidade de reduzir a velocidade ali salta à vista, independente de qualquer pressão. Esse acesso, que vai dar na rua Comandante Gracindo de Sá, e ao centro comercial da Amaro Rangel, é usado com muita freqüência por veículos em dois sentidos. Não raro, há engarrafamentos que às vezes mantém carros sobre os trilhos.
A ferrovia, há muitos anos, mantém um sistema de alarme avisando com antecedência a aproximação de uma composição. Mas às vezes ela demora tanto que muitos atravessam mesmo com o alarme ligado.
É por isso que você pode ver na passagem de nível pessoas usando colete da empresa e orientando transeuntes e veículos. Essas pessoas são da própria comunidade e prestam serviços à empresa com o apoio da Associação de Moradores.
Não interessa a ninguém do Jacarezinho, absolutamente a ninguém, romper esse clima de cooperação, que garante uma estação de trem praticamente dentro da comunidade. Voltarei ao assunto.
Há várias versões, das quais a mais lógica foi a apresentada ontem na matéria de Gisele Santana, aqui, no POVO. No caso, um repórter teria fotografado de dentro do trem um traficante armado e este teria reagido, junto com outros, como tem acontecido em várias operações policiais ali.
Pelo que conheço de favelas e, em especial do Jacarezinho, também acredito que esse tipo de disparos gratuitos, a pretexto de mostrar força ou até mesmo com o objetivo de fazer vítimas, não é nada comum. Antes. Pelo contrário.
A Supervia, concessionária dos trens urbanos do Rio de Janeiro, mantém uma relação direta com a Associação de Moradores, empregando algumas pessoas da própria comunidade no controle da passagem de nível, junto à estação de Vieira Fazenda.
Essa relação, ao contrário do que tenta explorar um certo setor da mídia, tem tido resultados positivos, sobretudo em relação ao acesso à estação e á proteção de vidas. O trem passa pela principal via de acesso, chamada de Prainha, por onde transitam milhares de moradores, inclusive crianças e idosos, bem como veículos que vão e vêm da Avenida Dom Helder Câmara.
A necessidade de reduzir a velocidade ali salta à vista, independente de qualquer pressão. Esse acesso, que vai dar na rua Comandante Gracindo de Sá, e ao centro comercial da Amaro Rangel, é usado com muita freqüência por veículos em dois sentidos. Não raro, há engarrafamentos que às vezes mantém carros sobre os trilhos.
A ferrovia, há muitos anos, mantém um sistema de alarme avisando com antecedência a aproximação de uma composição. Mas às vezes ela demora tanto que muitos atravessam mesmo com o alarme ligado.
É por isso que você pode ver na passagem de nível pessoas usando colete da empresa e orientando transeuntes e veículos. Essas pessoas são da própria comunidade e prestam serviços à empresa com o apoio da Associação de Moradores.
Não interessa a ninguém do Jacarezinho, absolutamente a ninguém, romper esse clima de cooperação, que garante uma estação de trem praticamente dentro da comunidade. Voltarei ao assunto.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
A SOBREVIDA A QUALQUER PREÇO
Como hoje as atenções do país se voltam para a Brasília, onde o Senado decidirá se mantém o mandato de seu presidente, acusado por todos os lados, faço questão de repetir o que escrevi há exatamente um mês. Veja o que há quarenta dias eu já dizia:
Nós bem que merecíamos mais respeito. Essa novela que envolve o sr. Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, só não chega ao fim com a cassação do seu mandato porque aquela turma de Brasília não está nem aí para o que pensa o povo.
E, como se todos nós fôssemos dotados de um nível de tolerância sem limites, como se nenhum de nós déssemos qualquer importância aos destinos do país, vão empurrando cada crise com a barriga, à espera de que uma outra que ponha as demais debaixo do tapete.
Onde eles querem chegar, todo mundo sabe. O senador alagoano já mostrou que não pretende cair sozinho. Por mais de uma vez, deixou claro que não é o único pecador. E que, ao contrário de outros, vai usar do que sabe para manter-se no cargo e no mandato, sem os quais acha que ficará mais exposto, pois perderá a blindagem dessa absurda imunidade parlamentar.
Enquanto ele paralisa o Senado com a encenação de sua novela, a política vai descendo ladeira abaixo. A cada semana, aparece mais uma denúncia contra ele, cada uma mais braba do que a outra.
E o pior: não sei porque cargas dágua, o pessoal do governo ainda não se convenceu que comete uma perigosa imprudência, ao se colocar do seu lado, procurando um jeito qualquer de livrar sua cara.
É preciso ser muito míope para tentar garantir ainda alguma sobrevida a ele. Renan já é investigado Conselho de Ética do Senado por suspeitas de pagar pensão à ex-amante Mônica Veloso, com quem tem uma filha, com dinheiro de uma empreiteira; e por suposto uso do cargo para beneficiar a cervejaria Schincariol em relação ao fisco. A empresa, em troca, teria concordado com m preço superfaturado na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros em Alagoas. Outra denúncia pode chegar ao conselho, se a Mesa Diretora acatar o pedido de investigação protocolado pelo DEM. Segundo Veja, Renan teria usado laranjas para comprar duas rádios em seu Estado, com dinheiro não declarado à Receita.
Não será novidade se aparecerem mais acusações. Talvez seja por saber disso, que exagerou na dose no uso e abuso de suas credenciais para tirar proveito, que ele prefere desafiar o país e pagar para ver, não importa o preço para a própria instituição legislativa. Com que moeda, esse é o problema.
Nós bem que merecíamos mais respeito. Essa novela que envolve o sr. Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, só não chega ao fim com a cassação do seu mandato porque aquela turma de Brasília não está nem aí para o que pensa o povo.
E, como se todos nós fôssemos dotados de um nível de tolerância sem limites, como se nenhum de nós déssemos qualquer importância aos destinos do país, vão empurrando cada crise com a barriga, à espera de que uma outra que ponha as demais debaixo do tapete.
Onde eles querem chegar, todo mundo sabe. O senador alagoano já mostrou que não pretende cair sozinho. Por mais de uma vez, deixou claro que não é o único pecador. E que, ao contrário de outros, vai usar do que sabe para manter-se no cargo e no mandato, sem os quais acha que ficará mais exposto, pois perderá a blindagem dessa absurda imunidade parlamentar.
Enquanto ele paralisa o Senado com a encenação de sua novela, a política vai descendo ladeira abaixo. A cada semana, aparece mais uma denúncia contra ele, cada uma mais braba do que a outra.
E o pior: não sei porque cargas dágua, o pessoal do governo ainda não se convenceu que comete uma perigosa imprudência, ao se colocar do seu lado, procurando um jeito qualquer de livrar sua cara.
É preciso ser muito míope para tentar garantir ainda alguma sobrevida a ele. Renan já é investigado Conselho de Ética do Senado por suspeitas de pagar pensão à ex-amante Mônica Veloso, com quem tem uma filha, com dinheiro de uma empreiteira; e por suposto uso do cargo para beneficiar a cervejaria Schincariol em relação ao fisco. A empresa, em troca, teria concordado com m preço superfaturado na compra de uma fábrica de refrigerantes da família Calheiros em Alagoas. Outra denúncia pode chegar ao conselho, se a Mesa Diretora acatar o pedido de investigação protocolado pelo DEM. Segundo Veja, Renan teria usado laranjas para comprar duas rádios em seu Estado, com dinheiro não declarado à Receita.
Não será novidade se aparecerem mais acusações. Talvez seja por saber disso, que exagerou na dose no uso e abuso de suas credenciais para tirar proveito, que ele prefere desafiar o país e pagar para ver, não importa o preço para a própria instituição legislativa. Com que moeda, esse é o problema.
A BANALIZAÇÃO DA MORTE
Desculpe, mas este 11 de setembro me leva a uma reflexão sobre um dos faltos mais preocupantes de nossos dias – a banalização da morte entre nós.
Refiro-me ao 11 de setembro por conta de dois acontecimentos trágicos que causaram muitas mortes e tiveram grandes repercussões no mundo.
Em 1973, liderados pelo general Pinochet, militares golpistas derrubaram o governo constitucional do presidente Salvador Allende, provocando uma grande matança, que incluiu o bombardeio do palácio presidencial, onde o chefe do governo foi morto com vários de seus colaboradores.
Em 2001, dois grandes aviões comerciais seqüestrados por suicidas do grupo de Bin Laden derrubaram as chamadas torres gêmeas dos Estados Unidos, provocando um total de 3234 mortos, no mais audacioso ataque já realizado em território norte-americano, desde 1812.
Aqui, não há notícias de morticínios com tantas vítimas. No entanto, a crônica de todos os dias é pautada pela sucessão de assassinatos, numa espécie de sinfonia macabra cada vez mais aterrorizante.
Um carro que entra por engano numa favela é metralhado por bandidos; um líder comunitário é morto de forma perversa depois de denunciar PMs de uma “milícia”; jovens, traficantes ou não, são mortos em grupos pela polícia, em operações violentas. E você, cada vez que sai de casa, vive o medo da bala perdida, de um assalto seguido de morte.
Esses acontecimentos trágicos não são privilégios da cidade do Rio de Janeiro. É certo que os bandidos, cada vez mais jovens, cometem crimes revoltantes. Mas a polícia não fica atrás. Um relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos revela que as polícias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais mataram quase cinco vezes mais civis do que todas as polícias de todos os estados norte-americanos juntas.
Os números são deprimentes: O Brasil possui um dos indicadores mais altos de violência letal do mundo, com 50 mil homicídios por ano e uma taxa de 28,5 homicídios por cada 100 mil habitantes. Para dar uma noção comparativa basta lembrar que países da Europa Ocidental têm taxas inferiores a 3 mortes intencionais por 100 mil habitantes e os Estados Unidos encontram-se na faixa de 5 a 6 mortes intencionais por 100 mil habitantes. O Brasil passou de 11,7 homicídios por 100 mil habitantes, em 1980, para 28,5 pelos mesmos 100 mil, em 2002, mais do que triplicando a taxa de violência letal e somando quase 700 mil pessoas mortas nesses 23 anos.
Voltarei ao assunto.
Refiro-me ao 11 de setembro por conta de dois acontecimentos trágicos que causaram muitas mortes e tiveram grandes repercussões no mundo.
Em 1973, liderados pelo general Pinochet, militares golpistas derrubaram o governo constitucional do presidente Salvador Allende, provocando uma grande matança, que incluiu o bombardeio do palácio presidencial, onde o chefe do governo foi morto com vários de seus colaboradores.
Em 2001, dois grandes aviões comerciais seqüestrados por suicidas do grupo de Bin Laden derrubaram as chamadas torres gêmeas dos Estados Unidos, provocando um total de 3234 mortos, no mais audacioso ataque já realizado em território norte-americano, desde 1812.
Aqui, não há notícias de morticínios com tantas vítimas. No entanto, a crônica de todos os dias é pautada pela sucessão de assassinatos, numa espécie de sinfonia macabra cada vez mais aterrorizante.
Um carro que entra por engano numa favela é metralhado por bandidos; um líder comunitário é morto de forma perversa depois de denunciar PMs de uma “milícia”; jovens, traficantes ou não, são mortos em grupos pela polícia, em operações violentas. E você, cada vez que sai de casa, vive o medo da bala perdida, de um assalto seguido de morte.
Esses acontecimentos trágicos não são privilégios da cidade do Rio de Janeiro. É certo que os bandidos, cada vez mais jovens, cometem crimes revoltantes. Mas a polícia não fica atrás. Um relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos revela que as polícias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais mataram quase cinco vezes mais civis do que todas as polícias de todos os estados norte-americanos juntas.
Os números são deprimentes: O Brasil possui um dos indicadores mais altos de violência letal do mundo, com 50 mil homicídios por ano e uma taxa de 28,5 homicídios por cada 100 mil habitantes. Para dar uma noção comparativa basta lembrar que países da Europa Ocidental têm taxas inferiores a 3 mortes intencionais por 100 mil habitantes e os Estados Unidos encontram-se na faixa de 5 a 6 mortes intencionais por 100 mil habitantes. O Brasil passou de 11,7 homicídios por 100 mil habitantes, em 1980, para 28,5 pelos mesmos 100 mil, em 2002, mais do que triplicando a taxa de violência letal e somando quase 700 mil pessoas mortas nesses 23 anos.
Voltarei ao assunto.
O PROBLEMA DA GM NÃO É DENTÁRIO
A Prefeitura não aceita entre os candidatos ao concurso para a Guarda Municipal inscrições daqueles que tenham menos de 20 dentes na boca. Se fosse esse o problema... Não é de hoje que a Prefeitura do Rio nega aos guardas municipais o principal: ainda os mantém como celetistas e não servidores públicos, como deveriam ser. Há anos estou empenhado na luta para que se corrija essa distorção.
Só para relembrar: a Guarda Municipal do Rio tem como pessoa jurídica a Empresa Municipal de Vigilância. Nossa Guarda é formada por profissionais concursados, muitos com nível superior, que podem desempenhar um papel muito mais proveitoso para a cidade se forem tratados como é da lógica constitucional, com deveres, responsabilidades, a segurança e os direitos de um servidor público estatutário.
O que tem sido dado é um tratamento discriminatório que perdura até hoje como resultado uma postura intransigente: a nossa é a única Guarda Municipal do país gerida por uma empresa. Para acabar com esse tratamento apresentei, em 2003, o Projeto de Emenda No 17/2003 à Lei Orgânica. A emenda transforma os guardas municipais em servidores públicos. No entanto, não se respeitou o ato legislativo que transformou os guardas em servidores estatutários, transferindo sua gestão para a administração direta, embora minha emenda tenha sido aprovada por 38 a 0. A prefeitura argüiu inconstitucionalidade e seu recurso foi julgado no Tribunal de Justiça em 2005 quando eu estava afastado da Câmara Municipal.
Mesmo sem oferecer e reconhecer o que a Guarda Municipal tem direito a Prefeitura apresenta essa novidade, numa exigência estranha, como diz Eduardo Moiolo, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas: ”A medida adotada no edital de contratação dos futuros guardas é um absurdo e um ato de exclusão social”. Em relação à quantidade de dentes a serem exibidos, é preciso levar em conta que, segundo as estatísticas, 16% de brasileiros (27,9 milhões de pessoas) nunca foram ao dentista, 20% da população já perdeu todos os dentes e 45% do povo não têm acesso regular a escova de dente. Assim, foge-se do principal: o concurso é para guardas (servidores públicos) ou para vigilantes (celetistas da EMV)?
Só para relembrar: a Guarda Municipal do Rio tem como pessoa jurídica a Empresa Municipal de Vigilância. Nossa Guarda é formada por profissionais concursados, muitos com nível superior, que podem desempenhar um papel muito mais proveitoso para a cidade se forem tratados como é da lógica constitucional, com deveres, responsabilidades, a segurança e os direitos de um servidor público estatutário.
O que tem sido dado é um tratamento discriminatório que perdura até hoje como resultado uma postura intransigente: a nossa é a única Guarda Municipal do país gerida por uma empresa. Para acabar com esse tratamento apresentei, em 2003, o Projeto de Emenda No 17/2003 à Lei Orgânica. A emenda transforma os guardas municipais em servidores públicos. No entanto, não se respeitou o ato legislativo que transformou os guardas em servidores estatutários, transferindo sua gestão para a administração direta, embora minha emenda tenha sido aprovada por 38 a 0. A prefeitura argüiu inconstitucionalidade e seu recurso foi julgado no Tribunal de Justiça em 2005 quando eu estava afastado da Câmara Municipal.
Mesmo sem oferecer e reconhecer o que a Guarda Municipal tem direito a Prefeitura apresenta essa novidade, numa exigência estranha, como diz Eduardo Moiolo, presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas: ”A medida adotada no edital de contratação dos futuros guardas é um absurdo e um ato de exclusão social”. Em relação à quantidade de dentes a serem exibidos, é preciso levar em conta que, segundo as estatísticas, 16% de brasileiros (27,9 milhões de pessoas) nunca foram ao dentista, 20% da população já perdeu todos os dentes e 45% do povo não têm acesso regular a escova de dente. Assim, foge-se do principal: o concurso é para guardas (servidores públicos) ou para vigilantes (celetistas da EMV)?
INDEPENDÊNCIA DE VERDADE
As comemorações do 7 de Setembro mostraram que o povo parece hoje mais preocupado com a verdadeira independência, com uma mudança de verdade que nos tire dessa situação de país atrelado a uma grande potência, com sua vida econômica condicionada pelos humores dos poderosos, especialmente dos especuladores das bolsas e os grandes bancos.
As manifestações do “Grito dos Excluídos” ecoaram em todas as grandes cidades do Brasil, especialmente em Aparecida do Norte, onde 100 mil pessoas se uniram para pedir uma revisão de tudo o que se fez até agora, principalmente essas privatizações, que foram verdadeiras doações de lucrativas empresas do Estado, como a Vale do Rio Doce, criada por Getúlio Vargas.
Desde o primeiro dia do mês, mais de sessenta organizações realizam um plebiscito sobre a escandalosa privatização dessa companhia, responsável pela exploração do nosso minério, que foi a leilão em 1967 por 3 bilhões e meio de reais, quando seu patrimônio era avaliado por baixo em 98 bilhões.
Os organizadores desse plebiscito vão entregar seu resultado em outubro às autoridades federais. É importante lembrar que o próprio Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula, também quer oficialmente a revisão desse “negócio da China”, que só trouxe prejuízos para os cofres públicos. O dinheiro perdido com essa “doação” é muitas vezes maior do que tudo o que foi usado para ganhar apoio dos políticos, como esse caso do “mensalão”.
Dentro dessa disposição de luta do povo, acho oportuno fazer uma pergunta a você: podemos dizer que o nosso país é realmente independente?
É independente uma nação cujas riquezas estratégicas foram ou ainda estão saindo do controle efetivo do Estado, em proveito de grupos econômicos que só visam o lucro imediato, fácil e a qualquer preço?
Ou você acha um bom negócio essa farra com nossos minérios, a sub-reptícia internacionalização da Amazônia, o leilão de nossas bacias petrolíferas, a privatização de serviços essenciais, como a energia elétrica e as comunicações e, como corolário de tudo isso, a sujeição de nossa economia ao capital especulativo multinacional?
A proclamação da Independência, que já foi um ato oportunista do próprio herdeiro da coroa portuguesa, engendrou na nação nascente o DNA do pecado original. O Brasil paga o preço dessa falsa independência até hoje. Daí o sentimento que começa a ganhar corpo entre os cidadãos brasileiros.
As manifestações do “Grito dos Excluídos” ecoaram em todas as grandes cidades do Brasil, especialmente em Aparecida do Norte, onde 100 mil pessoas se uniram para pedir uma revisão de tudo o que se fez até agora, principalmente essas privatizações, que foram verdadeiras doações de lucrativas empresas do Estado, como a Vale do Rio Doce, criada por Getúlio Vargas.
Desde o primeiro dia do mês, mais de sessenta organizações realizam um plebiscito sobre a escandalosa privatização dessa companhia, responsável pela exploração do nosso minério, que foi a leilão em 1967 por 3 bilhões e meio de reais, quando seu patrimônio era avaliado por baixo em 98 bilhões.
Os organizadores desse plebiscito vão entregar seu resultado em outubro às autoridades federais. É importante lembrar que o próprio Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula, também quer oficialmente a revisão desse “negócio da China”, que só trouxe prejuízos para os cofres públicos. O dinheiro perdido com essa “doação” é muitas vezes maior do que tudo o que foi usado para ganhar apoio dos políticos, como esse caso do “mensalão”.
Dentro dessa disposição de luta do povo, acho oportuno fazer uma pergunta a você: podemos dizer que o nosso país é realmente independente?
É independente uma nação cujas riquezas estratégicas foram ou ainda estão saindo do controle efetivo do Estado, em proveito de grupos econômicos que só visam o lucro imediato, fácil e a qualquer preço?
Ou você acha um bom negócio essa farra com nossos minérios, a sub-reptícia internacionalização da Amazônia, o leilão de nossas bacias petrolíferas, a privatização de serviços essenciais, como a energia elétrica e as comunicações e, como corolário de tudo isso, a sujeição de nossa economia ao capital especulativo multinacional?
A proclamação da Independência, que já foi um ato oportunista do próprio herdeiro da coroa portuguesa, engendrou na nação nascente o DNA do pecado original. O Brasil paga o preço dessa falsa independência até hoje. Daí o sentimento que começa a ganhar corpo entre os cidadãos brasileiros.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
JOVENS SEM EMPREGO E SEM FUTURO
É comum ouvir dizer que “a garotada de hoje não quer nada com o trabalho”. Não é bem assim: a juventude quer, sim, trabalhar, mas falta-lhe oportunidade, emprego decente. Recente pesquisa da Organização Internacional do trabalho revela números preocupantes e assustadores: um em cada cinco jovens da América Latina e Caribe não trabalha porque não há emprego. Isso equivale a 22 milhões de pessoas que estão começando a vida sem direito a uma oportunidade.
O resultado é que os jovens desempregados acabam obrigados a exercerem atividades não recomendáveis ou atividades informais que não oferecem muito financeiramente e menos ainda em perspectivas de avanço profissional e social. Além de criar uma situação indesejável essa falta de trabalho nos mostra uma vez mais que é preciso criar e incentivar programas não só para capacitar a juventude, mas também e principalmente para lhes dar a chance de exercer funções para as quais, geralmente com sacrifício, se prepararam. Se até o jovem com bom estudo enfrenta a crueldade do mercado de trabalho, os que não estão, por falta de um mais adequado programa de educação, aptos ficar condenados a viver à margem da sociedade, como se fossem os restos uma nação. Um país como o Brasil não pode abrir mão da força de trabalho e do talento de sua juventude. Precisa não só preparar melhor a garotada, mas também estar consciente de que é fundamental que se criem oportunidades de trabalho. P\reparar os jovens para depois empurra-los de um lado para o outro, é jogar fora todo um esforço de educação, ainda que a nossa não seja a ideal.
Outra situação comum que também é a que oferece emprego exigindo ”experiência profissional” para a conquista da tão disputada vaga. É incoerência e falta de bom senso: como ter experiência se não há ofertas de trabalho? Jovens entre 15 e 24 anos estão abandonados sem programas que lhes possibilitem mostrar sua força de trabalho. Não basta uma esmola oficial para fingir que o problema está resolvido. Assim só se agrava.
É necessário com urgência buscar alternativas de trabalho decente para a juventude. O Brasil não pode continuar sendo o país do futuro. Tem que ser o país do presente. Já
O resultado é que os jovens desempregados acabam obrigados a exercerem atividades não recomendáveis ou atividades informais que não oferecem muito financeiramente e menos ainda em perspectivas de avanço profissional e social. Além de criar uma situação indesejável essa falta de trabalho nos mostra uma vez mais que é preciso criar e incentivar programas não só para capacitar a juventude, mas também e principalmente para lhes dar a chance de exercer funções para as quais, geralmente com sacrifício, se prepararam. Se até o jovem com bom estudo enfrenta a crueldade do mercado de trabalho, os que não estão, por falta de um mais adequado programa de educação, aptos ficar condenados a viver à margem da sociedade, como se fossem os restos uma nação. Um país como o Brasil não pode abrir mão da força de trabalho e do talento de sua juventude. Precisa não só preparar melhor a garotada, mas também estar consciente de que é fundamental que se criem oportunidades de trabalho. P\reparar os jovens para depois empurra-los de um lado para o outro, é jogar fora todo um esforço de educação, ainda que a nossa não seja a ideal.
Outra situação comum que também é a que oferece emprego exigindo ”experiência profissional” para a conquista da tão disputada vaga. É incoerência e falta de bom senso: como ter experiência se não há ofertas de trabalho? Jovens entre 15 e 24 anos estão abandonados sem programas que lhes possibilitem mostrar sua força de trabalho. Não basta uma esmola oficial para fingir que o problema está resolvido. Assim só se agrava.
É necessário com urgência buscar alternativas de trabalho decente para a juventude. O Brasil não pode continuar sendo o país do futuro. Tem que ser o país do presente. Já
UM ATENTADO ESCLARECEDOR
As primeiras declarações do delegado Alexandre Netto sobre o atentado de que foi vítima em Copacabana apontam para o que todo mundo já supunha: os mandantes do crime podem ser colegas graúdos e isso vai abrir uma nova discussão sobre as várias “bandas” do aparelho policial.
Ele apontou nominalmente como suspeitos três dos seus desafetos, os deputados Álvaro Lins, Marina Magessi e o ex-diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti. E não ficou só nisso. Disse ainda que o atual chefe de Polícia, Gilberto Ribeiro, queria puni-lo em função do documento que encaminhou à Secretaria de Segurança, questionando o desvio de função do ex-diretor do Instituto Médico Legal (IML) Roger Ancillotti.
“Por trás disso existem pessoas poderosas, com interesses políticos. Tenho pena porque eles serão cobrados por terem feito um serviço malfeito. Nem voltaram para o ‘confere’ (ver se a vítima estava morta). Se não forem cobrados por quem patrocinou, serão pela Justiça” – fez questão de enfatizar.
O delegado confirmou que esteve na Polícia Federal para ratificar informações contra o grupo de policiais, ligados a Álvaro Lins, que teriam envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. Ele contou ainda que, mês passado, discutiu asperamente com o ex-chefe na Alerj.
Independente de conflitos de ordem pessoal, o que o delegado da DAS tem a dizer é muito grave. É vasta a coleção de acusações contra certos policiais que estiveram à frente da instituição, principalmente partindo da Policia Federal. Alguns dos auxiliares íntimos do chefe de polícia, agora deputado, foram presos, pilhados em gravações comprometedoras.
Toda vez que se chega perto da verdade, que a opinião pública imagina a possibilidade de uma depuração moralizadora no aparelho policial aparece sempre uma turma de bombeiros e nada avança.
Isso se reflete com toda certeza na própria sociedade, que vai perdendo a confiança na sua polícia e tende a recorrer cada vez mais a seguranças privadas. Hoje, para cada policial militar há pelo menos 3 seguranças particulares.
O delegado Alexandre Netto não era o único visado por grupos da pesada. Ele, pelo que se diz, tem a maior coleção de desafetos. Mas alguns policiais que pretendem agir profissionalmente se consideram na mira dos maus colegas. E isso é uma ameaça que atinge a todos, policiais ou não.
Ele apontou nominalmente como suspeitos três dos seus desafetos, os deputados Álvaro Lins, Marina Magessi e o ex-diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti. E não ficou só nisso. Disse ainda que o atual chefe de Polícia, Gilberto Ribeiro, queria puni-lo em função do documento que encaminhou à Secretaria de Segurança, questionando o desvio de função do ex-diretor do Instituto Médico Legal (IML) Roger Ancillotti.
“Por trás disso existem pessoas poderosas, com interesses políticos. Tenho pena porque eles serão cobrados por terem feito um serviço malfeito. Nem voltaram para o ‘confere’ (ver se a vítima estava morta). Se não forem cobrados por quem patrocinou, serão pela Justiça” – fez questão de enfatizar.
O delegado confirmou que esteve na Polícia Federal para ratificar informações contra o grupo de policiais, ligados a Álvaro Lins, que teriam envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. Ele contou ainda que, mês passado, discutiu asperamente com o ex-chefe na Alerj.
Independente de conflitos de ordem pessoal, o que o delegado da DAS tem a dizer é muito grave. É vasta a coleção de acusações contra certos policiais que estiveram à frente da instituição, principalmente partindo da Policia Federal. Alguns dos auxiliares íntimos do chefe de polícia, agora deputado, foram presos, pilhados em gravações comprometedoras.
Toda vez que se chega perto da verdade, que a opinião pública imagina a possibilidade de uma depuração moralizadora no aparelho policial aparece sempre uma turma de bombeiros e nada avança.
Isso se reflete com toda certeza na própria sociedade, que vai perdendo a confiança na sua polícia e tende a recorrer cada vez mais a seguranças privadas. Hoje, para cada policial militar há pelo menos 3 seguranças particulares.
O delegado Alexandre Netto não era o único visado por grupos da pesada. Ele, pelo que se diz, tem a maior coleção de desafetos. Mas alguns policiais que pretendem agir profissionalmente se consideram na mira dos maus colegas. E isso é uma ameaça que atinge a todos, policiais ou não.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
É ISSO QUE O FAVELADO PRECISA?
Ainda no antigo Distrito Federal, o então secretário de Turismo, Mário Saladini, teve uma idéia no mínimo extravagante: pintar os barracos dos morros para que, mudando sua aparência externa, esconder a miséria e a pobreza dos seus moradores. Á época, gravaram uma marchinha que foi muito cantada – a favela colorida, ironia da vida.
Hoje, parece que o espírito daquela época reencarnou sobre algumas autoridades. Enquanto o Jacarezinho espera há anos pela conclusão do novo sistema de abastecimento de água – o castelo com capacidade para 200 mil litros já está pronto – os jornais estampam os mais irônicos projetos, que custarão os olhos da cara, para embelezar nossos morros.
Anunciam com estardalhaço tais novidades sem perguntar aos moradores se é isso que eles querem. No projeto para o Morro do Alemão, proclamam como a grande novidade um tipo de casa que impede a “puxadinha”, isto é, a construção de cômodos para cima, onde, em geral, vão morar os filhos que se casam. No de Manguinhos, uma avenida arborizada, de fazer inveja à Barra da Tijuca. Na Rocinha, um parque e uma travessia decorativas, da lavra do maior arquiteto do mundo, Oscar Niemeyer. Isso, sem falar nos teleféricos que copiariam soluções adotadas em Medelin, na Colômbia.
Eu não acho que isso é luxo mais da conta para os moradores de nossas chamadas áreas carentes. Na minha visão, todos têm direito à beleza e aos avanços do progresso. Mas, como pau-de-arara que chegou muito cedo ao Rio de Janeiro, ex-secretário de Desenvolvimento Social, afirmo com todas as letras: se tivesse mesmo propósito de melhorar a qualidade de vida de nossas comunidades, as autoridades fariam o mesmo que adotamos quando implantamos na década de oitenta o “Projeto Mutirão”: cada obra era discutida em assembléia com os moradores interessados e, como aconteceu no Jacarezinho, nada se fazia PARA e sim COM os moradores.
Hoje, os moradores do Jacarezinho reclamam com justiça a conclusão do Favela-Bairro, que deveria incluir a Vila Olímpica no campo da GE e uma revisão completa da rede de esgotos. No entanto, nem o início do novo sistema de água está acontecendo, embora sua inauguração estivesse prevista desde fevereiro.
Enquanto isso, a única presença do poder público visível são as desastradas incursões da polícia, com seus “caveirões” , em horários que quase sempre fazem vítimas inteiramente inocentes.
Hoje, parece que o espírito daquela época reencarnou sobre algumas autoridades. Enquanto o Jacarezinho espera há anos pela conclusão do novo sistema de abastecimento de água – o castelo com capacidade para 200 mil litros já está pronto – os jornais estampam os mais irônicos projetos, que custarão os olhos da cara, para embelezar nossos morros.
Anunciam com estardalhaço tais novidades sem perguntar aos moradores se é isso que eles querem. No projeto para o Morro do Alemão, proclamam como a grande novidade um tipo de casa que impede a “puxadinha”, isto é, a construção de cômodos para cima, onde, em geral, vão morar os filhos que se casam. No de Manguinhos, uma avenida arborizada, de fazer inveja à Barra da Tijuca. Na Rocinha, um parque e uma travessia decorativas, da lavra do maior arquiteto do mundo, Oscar Niemeyer. Isso, sem falar nos teleféricos que copiariam soluções adotadas em Medelin, na Colômbia.
Eu não acho que isso é luxo mais da conta para os moradores de nossas chamadas áreas carentes. Na minha visão, todos têm direito à beleza e aos avanços do progresso. Mas, como pau-de-arara que chegou muito cedo ao Rio de Janeiro, ex-secretário de Desenvolvimento Social, afirmo com todas as letras: se tivesse mesmo propósito de melhorar a qualidade de vida de nossas comunidades, as autoridades fariam o mesmo que adotamos quando implantamos na década de oitenta o “Projeto Mutirão”: cada obra era discutida em assembléia com os moradores interessados e, como aconteceu no Jacarezinho, nada se fazia PARA e sim COM os moradores.
Hoje, os moradores do Jacarezinho reclamam com justiça a conclusão do Favela-Bairro, que deveria incluir a Vila Olímpica no campo da GE e uma revisão completa da rede de esgotos. No entanto, nem o início do novo sistema de água está acontecendo, embora sua inauguração estivesse prevista desde fevereiro.
Enquanto isso, a única presença do poder público visível são as desastradas incursões da polícia, com seus “caveirões” , em horários que quase sempre fazem vítimas inteiramente inocentes.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
A PUNIÇÃO DO PROMOTOR
A população está convencida de que por aqui quase tudo costuma funcionar com dois pesos e duas medidas. Trocando em miúdos: os bacanas recebem sempre um tratamento diferente do que é dado aos pobres e marginalizados. Mas parece – e já não sem hora – que as coisas estão realmente começando a mudar. Primeiro foi o Supremo Tribunal Federal que foi implacável ao aceitar denúncias contra os deputados, ministros e outros mais envolvidos no escândalo do mensalão.
Agora é o Conselho Nacional do Ministério Público que também se manifesta e demonstra que sabe enxergar com isenção e à margem de qualquer influência corporativista. O Conselho, que exerce o “controle externo” do 14 mil promotores em atividade no país, revogou decisão que garantia a um réu confesso (o procurador Thales Ferri Schoedl, que matou a tiros um jovem de 23 anos) o retorno ao seu cargo, tal como havia decidido o Órgão Especial no Estado.
Seria mesmo um absurdo permitir que alguém que responde por um crime tivesse, por mais competente que possa ser, o direito de acusar ou simplesmente continuar acusando ou acompanhando o julgamento de quem quer que seja. O único julgamento que o promotor em questão está apto a acompanhar é seu próprio. E só como réu, situação a que estão expostos todos os brasileiros, independente de sua carteirinha.
Mais uma vez pesou a indignação popular: a população da cidade de Jales, em São Paulo, para onde o procurador estava sendo transferido protestou, movimentou-se, fez abaixo assinado, chamou atenção para as desastrosas conseqüências de tê-lo ali, em nome da Lei. Se o réu fosse um trabalhador qualquer certamente estaria rifado e sem qualquer possibilidade de trabalhar, de receber salário sem fazer nada como ainda está recebendo o procurador. Não há mais ambiente no Brasil para privilégios de espécie alguma. Ao contrário, quanto maior for o nível de formação e informação de que praticar um crime, um desvio de conduta, maior será a exigência da sociedade para a sua punição.
As autoridades da Justiça e do Ministério Público sabem disso. Daí a importância dos Conselhos Nacionais criados em boa hora, com a missão de coibir todo e qualquer abuso ou desvio de conduta de quem responde pela mais sagrada das missões, o exercício da Justiça, sem olhar aquém.
Agora é o Conselho Nacional do Ministério Público que também se manifesta e demonstra que sabe enxergar com isenção e à margem de qualquer influência corporativista. O Conselho, que exerce o “controle externo” do 14 mil promotores em atividade no país, revogou decisão que garantia a um réu confesso (o procurador Thales Ferri Schoedl, que matou a tiros um jovem de 23 anos) o retorno ao seu cargo, tal como havia decidido o Órgão Especial no Estado.
Seria mesmo um absurdo permitir que alguém que responde por um crime tivesse, por mais competente que possa ser, o direito de acusar ou simplesmente continuar acusando ou acompanhando o julgamento de quem quer que seja. O único julgamento que o promotor em questão está apto a acompanhar é seu próprio. E só como réu, situação a que estão expostos todos os brasileiros, independente de sua carteirinha.
Mais uma vez pesou a indignação popular: a população da cidade de Jales, em São Paulo, para onde o procurador estava sendo transferido protestou, movimentou-se, fez abaixo assinado, chamou atenção para as desastrosas conseqüências de tê-lo ali, em nome da Lei. Se o réu fosse um trabalhador qualquer certamente estaria rifado e sem qualquer possibilidade de trabalhar, de receber salário sem fazer nada como ainda está recebendo o procurador. Não há mais ambiente no Brasil para privilégios de espécie alguma. Ao contrário, quanto maior for o nível de formação e informação de que praticar um crime, um desvio de conduta, maior será a exigência da sociedade para a sua punição.
As autoridades da Justiça e do Ministério Público sabem disso. Daí a importância dos Conselhos Nacionais criados em boa hora, com a missão de coibir todo e qualquer abuso ou desvio de conduta de quem responde pela mais sagrada das missões, o exercício da Justiça, sem olhar aquém.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
O RISCO NOS TRILHOS É REAL
Ainda nem engolimos os acidentes com os aviões da Gol e da TAM e somos amargamente surpreendidos com a colisão de trens em Nova Iguaçu com 8 vítima fatais e 101 feridos. O drama de pessoas procurando notícias e parentes em meio aos escombros parece coisa de cinema, mas infelizmente é uma realidade que se tem repetido com freqüência. Tudo bem que como a palavra define acidentes acontecem, mas podem ser evitados. Sempre que um desastre de grandes proporções ocupa as primeiras páginas dos jornais e espaço nobre na televisão, se coloca com clareza a necessidade de exigirmos melhor manutenção nos veículos, sejam terrestres, aéreos, marítimos ou ferroviários, que não podem ser só um bom, comércio: estão nos caminhos da vida (não da morte) para atender (atender bem) diariamente a milhões de usuários. A impressão que se tem é a de que os concessionários de transportes ferroviários estão mais preocupados em encher os bolsos com o dinheiro das passagens, que, aliás, custa mais caro do que atender com eficiência aos usuários. Quando a questão é a saúde a prevenção é o melhor remédio. Quando a utilização de transportes coletivos se impõe a solução está sem dúvida na manutenção dos veículos que carregam esse povo para cima e para baixo. O acidente em Nova Iguaçu não é o primeiro. A história dos acidentes ferroviários no Brasil registra várias colisões, uma delas em 1952, no bairro de Anchieta, aqui no Rio, com 90 mortos e 200 feridos. A recente colisão certamente poderia ter sido evitada se tivessem levados a sério sido levados a sério os alertas do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil para a necessidade de cuidar, ou seja, fazer investimentos, justamente no trecho em que ocorreu a colisão. Como se tratava de gastar (e não de ganhar) dinheiro Os trens circulam há mais de 200 anos. Quer dizer: já deu tempo de aprender que é preciso manter as ferrovias com segurança. Manutenção é fundamental. Inclusive e principalmente para manter a vida dos usuários. Custe o que custar.
A VERDADE SOBRE AS DROGAS
“O morro paga o preço, pois lá mora gente pobre. Tem muita gente grã-fina viciada, que são os grandes traficantes e que são os grandes consumidores. É preciso que a gente não pense que isso (drogas) é coisa de pobre”.
Palavras oportunas do presidente Lula. Não disse nada que a gente já não saiba, mas me deixou com a pulga atrás da orelha: se o presidente, o comandante de todas as forças policiais e militares, sabe aonde se escondem os maiores donos e consumidores das drogas, por que eles não estão presos? Por que será que a policia continua apenas invadindo favelas, no morro ou no asfalto, em busca de uma rapaziada que funciona apenas como uma espécie de camelôs do pó? É preciso combater também os intermediários (a turma que vende), mas não adiantará enquanto não forem riscados do mapa os maiores distribuidores. Que todos parecem saber direitinho onde estão.
Ora, se o tráfico de drogas movimenta tanto dinheiro é evidente que os maiores comerciantes não precisariam continuar morando em favelas ou usando-as apenas como esconderijo para uma atividade que acaba “marcando” todos os pobres e trabalhadores e moradores de comunidades carentes. Todo mundo sabe também que quem vai atrás busca das drogas não é um pé rapado qualquer: Drogas custam caro e por isso mesmo é comum ver carros de luxo próximos às favelas. Não exatamente para fazer visitas sociais.
Se o presidente sabe, assim como quase todos nós, que é preciso fechar a porta para evitar que o bicho pegue, não tem justificativa deixar abertos os portões de luxo pelos quais as drogas entram e saem tranqüila e. Até porque a porta, assim como a corda, sempre arrebenta do lado mais fraco.
Quem traz a droga do exterior são os “empresários” que podem bancar as clandestinas viagens internacionais, inclusive com uma boa frota de aviões particulares. Parece que isso vai continuar. O próprio Lula reconhece que “impossível controlar os 8 mil quilômetros de costa marítima e as 17 mil fronteiras brasileiras e reconhece que “a gente não tem 100% de controle e que “enquanto você tiver ser humano que consome, um contrabandista vai passar por algum lugar".
Não adianta apenas saber e dizer que sabe. É preciso agir. Fechar também as portas de luxo sempre escancaradas para o tráfico, para o caminho da morte. O que não dá é para massacrar favelados em nome do combate ao tráfico de drogas.
Palavras oportunas do presidente Lula. Não disse nada que a gente já não saiba, mas me deixou com a pulga atrás da orelha: se o presidente, o comandante de todas as forças policiais e militares, sabe aonde se escondem os maiores donos e consumidores das drogas, por que eles não estão presos? Por que será que a policia continua apenas invadindo favelas, no morro ou no asfalto, em busca de uma rapaziada que funciona apenas como uma espécie de camelôs do pó? É preciso combater também os intermediários (a turma que vende), mas não adiantará enquanto não forem riscados do mapa os maiores distribuidores. Que todos parecem saber direitinho onde estão.
Ora, se o tráfico de drogas movimenta tanto dinheiro é evidente que os maiores comerciantes não precisariam continuar morando em favelas ou usando-as apenas como esconderijo para uma atividade que acaba “marcando” todos os pobres e trabalhadores e moradores de comunidades carentes. Todo mundo sabe também que quem vai atrás busca das drogas não é um pé rapado qualquer: Drogas custam caro e por isso mesmo é comum ver carros de luxo próximos às favelas. Não exatamente para fazer visitas sociais.
Se o presidente sabe, assim como quase todos nós, que é preciso fechar a porta para evitar que o bicho pegue, não tem justificativa deixar abertos os portões de luxo pelos quais as drogas entram e saem tranqüila e. Até porque a porta, assim como a corda, sempre arrebenta do lado mais fraco.
Quem traz a droga do exterior são os “empresários” que podem bancar as clandestinas viagens internacionais, inclusive com uma boa frota de aviões particulares. Parece que isso vai continuar. O próprio Lula reconhece que “impossível controlar os 8 mil quilômetros de costa marítima e as 17 mil fronteiras brasileiras e reconhece que “a gente não tem 100% de controle e que “enquanto você tiver ser humano que consome, um contrabandista vai passar por algum lugar".
Não adianta apenas saber e dizer que sabe. É preciso agir. Fechar também as portas de luxo sempre escancaradas para o tráfico, para o caminho da morte. O que não dá é para massacrar favelados em nome do combate ao tráfico de drogas.
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