MINHA COLUNA NO JORNAL OVO DO RIO DE 21 DE MAIO DE 2008
Em 2000, o Rio foi sacudido por um movimento sem precedentes em sua história e de todo o país. Os taxistas auxiliares, que pagavam para trabalhar nos carros de verdadeiros exploradores (um deles tem 800 táxis), mobilizaram-se num movimento que denominaram "Diárias Nunca Mais" e ocuparam as ruas da cidade.
A situação desses profissionais era insustentável. Sem nenhuma garantia trabalhista, pagavam em média R$ 120 por dia, além do combustível e outras despesas. Ao final da jornada de até 15 horas, nem sempre conseguiam essa féria.
Um grupo resolveu mobilizar os colegas. Aí alguns taxistas bateram na porta da Câmara Municipal. Procuraram primeiro o ex-vereador Edson Santos, do PT.
O atual ministro da Igualdade Racial recusou-se a pegar a causa, alegando que era "polêmica" e não teria possibilidade de vingar, até porque o sindicato pelego (que vive do imposto sindical forçado de 33 mil profissionais) era controlado por empresas e pelos especuladores.
Frustrados, os taxistas recorreram ao então vereador Agnaldo Thimóteo. Este também recusou, alegando que essa "não era sua praia". Foi então que decidiram me procurar.
Como faço em qualquer situação, analisei criteriosamente o quadro e fiquei indignado: estava diante de verdadeiros escravos urbanos. Juntei-me de corpo e alma ao movimento e preparei um projeto de Lei, transformando os auxiliares em titulares de suas autonomias.
Na mesma proposta, extinguia o regime escravo das "diárias" e proibia a compra e venda das autonomias. O movimento ganhou corpo, enquanto travávamos o debate no plenário da Câmara. A máfia que explorava a praça de táxis montou um esquema para impedir a aprovação do meu projeto.
E ainda mandou emissários me procurarem com propostas de suborno milionárias, substituídas depois por ameaças de morte. Depois de usar de toda a minha garra e contando com a mobilização de milhares de profissionais explorados, aprovamos a Lei 3123, sancionada em 17 de novembro de 2000 pelo prefeito Luiz Paulo Conde.
Apesar da resistência do prefeito Cesar Maia, fomos ganhando em todas as instâncias até o Supremo, em 2004. Dessa vitória surgiu a cooperativa Libertaxi, formada por parte dos beneficiários da Lei.
Ontem, tive a oportunidade de ver a Libertaxi, a mais criativa cooperativa de táxis do Rio, introduzir o moderno sistema de GPS, pelo qual, entre outras novidades, o sistema calcula previamente o preço da corrida que,aliás, custa 20% a menos nos táxis dos ex-escravos (Todos com menos de três anos de uso), o que enseja um cadastro de mais de 200 mil passageiros. Com mais esse passo dado que não afeta a política de descontos, por iniciativa da diretoria presidida pelo ex-contador Carlos Alberto Fernandes, a frota da Libertaxi passa a ser mais completa do que os próprios "taxis especiais", que cobram quase o dobro das tarifas e têm monopólios de pontos como os aeroportos da cidade. Com ações desse alcance, esses profissionais do volante, que antes se matavam para pagar diárias extorsivas, mostram o que seria do Brasil se houvesse mais respeito aos seus trabalhadores.
A situação desses profissionais era insustentável. Sem nenhuma garantia trabalhista, pagavam em média R$ 120 por dia, além do combustível e outras despesas. Ao final da jornada de até 15 horas, nem sempre conseguiam essa féria.
Um grupo resolveu mobilizar os colegas. Aí alguns taxistas bateram na porta da Câmara Municipal. Procuraram primeiro o ex-vereador Edson Santos, do PT.
O atual ministro da Igualdade Racial recusou-se a pegar a causa, alegando que era "polêmica" e não teria possibilidade de vingar, até porque o sindicato pelego (que vive do imposto sindical forçado de 33 mil profissionais) era controlado por empresas e pelos especuladores.
Frustrados, os taxistas recorreram ao então vereador Agnaldo Thimóteo. Este também recusou, alegando que essa "não era sua praia". Foi então que decidiram me procurar.
Como faço em qualquer situação, analisei criteriosamente o quadro e fiquei indignado: estava diante de verdadeiros escravos urbanos. Juntei-me de corpo e alma ao movimento e preparei um projeto de Lei, transformando os auxiliares em titulares de suas autonomias.
Na mesma proposta, extinguia o regime escravo das "diárias" e proibia a compra e venda das autonomias. O movimento ganhou corpo, enquanto travávamos o debate no plenário da Câmara. A máfia que explorava a praça de táxis montou um esquema para impedir a aprovação do meu projeto.
E ainda mandou emissários me procurarem com propostas de suborno milionárias, substituídas depois por ameaças de morte. Depois de usar de toda a minha garra e contando com a mobilização de milhares de profissionais explorados, aprovamos a Lei 3123, sancionada em 17 de novembro de 2000 pelo prefeito Luiz Paulo Conde.
Apesar da resistência do prefeito Cesar Maia, fomos ganhando em todas as instâncias até o Supremo, em 2004. Dessa vitória surgiu a cooperativa Libertaxi, formada por parte dos beneficiários da Lei.
Ontem, tive a oportunidade de ver a Libertaxi, a mais criativa cooperativa de táxis do Rio, introduzir o moderno sistema de GPS, pelo qual, entre outras novidades, o sistema calcula previamente o preço da corrida que,aliás, custa 20% a menos nos táxis dos ex-escravos (Todos com menos de três anos de uso), o que enseja um cadastro de mais de 200 mil passageiros. Com mais esse passo dado que não afeta a política de descontos, por iniciativa da diretoria presidida pelo ex-contador Carlos Alberto Fernandes, a frota da Libertaxi passa a ser mais completa do que os próprios "taxis especiais", que cobram quase o dobro das tarifas e têm monopólios de pontos como os aeroportos da cidade. Com ações desse alcance, esses profissionais do volante, que antes se matavam para pagar diárias extorsivas, mostram o que seria do Brasil se houvesse mais respeito aos seus trabalhadores.
LEIA REPORTAGEM DO JORNAL POVO DO RIO
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