terça-feira, 1 de abril de 2008

Uma "bomba" no Cardoso Fontes

O ministro Temporão não tem idéia do que está acontecendo no Hospital Cardoso Fontes, o principal hospital de jacarepaguá, que tem 410 mil habitantes e 33% dos casos de dengue no Rio de Janeiro
MINHA COLUNA NO POVO DO RIO DE 2 DEE ABRIL DE 2008
O ministro José Gomes Temporão, que já tem problemas de sobra em sua carteira, não pode imaginar o a bomba que está por explodir no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, por conta da imposição de um novo diretor, vindo de Nilópolis por indicação política, em prejuízo de um bairro que hoje soma 33% dos casos de dengue na cidade do Rio de Janeiro.
Numa hora com essa, o novo diretor, Raymond Jacoub, não está tendo a menor sensibilidade diante da gravidade de uma demanda dramática e, em razão de ter sido recebido como um intruso pela comunidade hospitalar, quer impor sua autoridade sem medir as conseqüências.
Em meio a uma situação desconfortável, em que os profissionais chegaram a realizar um processo eleitoral paralelo para a escolha de um novo diretor saído de seu corpo clínico, ele imobilizou o Comitê de Ações contra a Dengue do Hospital, atingindo diretamente profissionais que são responsáveis por sua gestão desde 2006.
No caso, não teve o menor constrangimento em afastar as duas médicas que tocavam o comitê – Sarah D'ávila e Naiza Cruz - em represália às posições que elas assumiram no movimento pela sustentação da autonomia do hospital.As duas são do município do Rio de Janeiro e estava à disposição do Cardoso Fontes, hospital que conhecem há muito. A dra. Sarah prestou serviço ali por mais de vinte anos como funcionária federal.
Concursada na Prefeitura, voltou à unidade que conhece na palma da mão.Fica muito estranho que o secretário de Saúde do Estado e o próprio representante do Ministério falem em contratar pediatras em outros estados. Nada mais sensacionalista e sem base nos fatos.
No ato do dr. Jacoub, ele abre mão de uma das pediatras mais respeitadas do Cardoso Fontes, a dra. Naiza. Dá para ver numa hora em que se desfaz de médicos por motivos que não têm nada a ver com suas condutas profissionais?
Já antes, como primeira medida, esse mesmo diretor cuidou livrar-se da antiga diretora, dra. Zenilde Fernandes, que integra os quadros do Cardoso Fontes há 30 anos, em suas equipes de cirurgias.
O resultado disso é o caso e a revolta da população. Há uma demanda excepcional, até porque todo mundo corre para o hospital à primeira manifestação que pareça dengue. Com os médicos trabalhando sob pressão do diretor, que só parece preocupado em se afirmar num hospital tradicional, que ele conheceu no dia de tomar posse, os 410 mil moradores de Jacarepaguá, entre os quais me incluo, é que vão pagar a conta
.Só espero que o ministro, tomando conhecimento desse meu relato, aja antes que uma situação mais traumática no Cardoso Fontes sobre para ele

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