Vamos nos entrincheirar para que os projetos do Senador Paulo Paim na caiam na vala da procrastinação
MINHA COLUNA NO JORNAL POVO DE 14 DE ABRIL DE 2008
A atuação coerente e desassombrada do senador Paulo Paim resultou em duas grandes vitórias para os aposentados, pelo menos no Senado Federal: seus colegas aprovaram o fim do chamado fator previdenciário nos cálculos das aposentadorias e, em outro projeto, decidiram pela equiparação do reajuste das aposentadorias ao aumento do salário mínimo.
Embora os que querem ver os aposentados e pensionistas a pão e água já estejam trabalhando por baixo dos panos para derrubar essas mudanças na Câmara Federal, é certo que, se os mais velhos tiverem o mínimo de sangue nas veias, os deputados não terão peito para embarreirar aquilo que apenas restaura direitos básicos, surrupiados para encobrir a má gestão e a roubalheira na Previdência Pública.
(Da minha parte, vou carregar minha cartucheira aqui e espero que você me ajude mostrar para os deputados que se vacilarem nessa, vamos partir para o cara a cara. E pegar os vacilões pelo pé onde aparecerem).
O chamado fator previdenciário foi a aritmética perversa que a turma da pesada do Fernando Henrique – que ainda hoje dá as cartas no governo Lula – bolou para reduzir o valor das aposentadorias, transformando-as, em muitos casos, numa piada de mau gosto.
Desde a ditadura, passando pelo peralta Fernando Collor, os vários governos têm criado sucessivos redutores do benefício. Primeiro, nos velhos tempos, limitaram a aposentadoria a dez salários mínimos. Depois, com o fator previdenciário, fazem umas contas em que você pode ter contribuído para ganhar, digamos, 4 salários mínimos, mas, em função do seu tempo de contribuição, pode vir a receber a metade disso.
No outro projeto, o senador Paim pôs o dedo na maior ferida da Previdência. Enquanto concede reajustes no piso acima dos índices de inflação, faz o contrário com os demais aposentados e pensionistas. Prose seguindo nessa toada, dentro de muito pouco tempo, as aposentadorias de todos serão limitadas a um salário mínimo.
Todo mundo sabe que até o governo Lula – aí há que se fazer justiça – o salário mínimo estava no mesmo balaio de todos os reajustes, de civis e militares. Isto é,não acompanhava o aumento das despesas, independente desses índices contraditórios e manipulados.
A ser coerente, o governo não podia corrigir apenas as perdas dos que ganhavam menos. Como esse prejuízo atingiu a todos, o certo seria estabelecer os mesmos reajustes para todos.
Os que jogam na desfiguração da previdência pública - para que corramos para a aposentadoria complementar como nos casos dos planos de saúde - alegam que a previdência não tem caixa para suportar seus compromissos. Será?
Se fosse isso verdade como é que esses mesmos sujeitos queriam reduzir a contribuição patronal para a Previdência de 20 para 14%? Convenhamos, mas é muita hipocrisia para o meu gosto.
coluna@pedroporfirio.com
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