sexta-feira, 18 de maio de 2007

A VIOLÊNCIA CEGA CONTRA OS HOMOSSEXUAIS

A cada três dias um homossexual é assassinado no País por sua orientação sexual. A cada três minutos um GLBT é vitima de violência. 100% das travestis já sofreram discriminação e exclusão nas escolas, levando muitas adolescentes para a prostituição e marginalidade social. 35% de gays, lésbicas e travestis já foram expulsos de casa. 30% dos estudantes acreditam que homossexualidade é doença. 95% dos padres, bispos e pastores no Brasil usam o rádio, a televisão e o jornal, diariamente para pregar o ódio e a discriminação aos homossexuais,
Esses dados, levantados pelas jornalistas Bianca Carillo e Juliana Ramos mostram uma outra face de uma cultura de violência que se manifesta de forma perversa, porque enrustida e sob proteção de um ambiente alimentado pela intolerância e a incompreensão.
Quando os homossexuais vão às ruas em manifestações cada vez mais numerosas – em nome do orgulho gay – eles expressam uma explosão acumulada há séculos em todas as civilizações e em todas as religiões.
É como se saíssem dos esconderijos e dos guetos existenciais para dizer: nós também somos gente, são profissionais, somos empresários, queremos ser respeitados segundo os direitos da cidadania.
E não sou poucos os que assumem essa condição aqui entre nós, mesmo ocupando cargos públicos, como o prefeito de Parati e o secretário municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro.
Números também colhidos pelas duas jornalistas são incisivos: de acordo com dados do movimento, existem 18 milhões de homossexuais assumidos no Brasil. No ano passado, 6 milhões de pessoas participaram das paradas, 3 milhões se declararam GLBTs.
Na medida em que essa realidade se torna cada vez mais pública, aumenta a violência daqueles que, como Freud explicaria, investem furiosamente contra os gays, como que tentando espantar o gay que existe neles.
No entanto, felizmente, as vozes da lucidez e do humanismo falam mais alto. Hoje lembramos a decisão tomada no dia 17 de maio de 1990 pela a Organização Mundial de Saúde, que retirou o “homossexualismo” do código internacional das doenças.


coluna@pedroporfirio.com

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