sábado, 19 de maio de 2007

LEMBRANDO A POLÍTICA SOCIAL DE GETÚLIO VARGAS

Não sendo economista, mas com um bom caminho andado, posso, do alto dos meus 64 anos, afirmar que é falso o dilema de que falei na coluna de ontem: não há conflito entre a contenção da inflação e o desenvolvimento que gera mais empregos, ,melhores salários, mais riqueza e mais atividade econômica.
Poderia citar em defesa dessa afirmativa exemplos de outros países, que conseguem aumentos significativos em seu crescimento, ampliam as oportunidades de trabalho, e mantêm a inflação sob controle.
Mas prefiro ficar por aqui mesmo com o exemplo do segundo governo do presidente Getúlio Vargas. Tendo assumido em 1951, Getúlio viu que a inflação apresentava uma alta de 12 para 20% ao ano, mesmo com o salário mínimo congelado durante todo o governo do seu antecessor, o general Dutra.
Em 1952, após estudos do Ministério do Trabalho, optou por dar um aumento que repôs as perdas de 8 anos. Foi uma festa para os assalariados, porque, naquela época, todos os salários eram calculados com base no mínimo.
O reajuste despertou a reação dos setores mais conservadores, mas nem de longe provocou a explosão inflacionária do que falavam. Ao contrário, reanimou a economia e abriu caminho para a consolidação da era industrial, com o surgimento de milhares de empresas.
Colocando-se do lado dos mais fracos, Getúlio sofreu muitas pressões, que levaram à demissão do ministro do Trabalho, João Goulart, depois de um ameaçador manifesto assinado por um grande número de coronéis.
No entanto, mesmo demitindo aquele que seria seu herdeiro político, o presidente Vargas concedeu novo aumento do mínimo de 100% em 4 de julho de 1954, 50 dias antes de ser levado ao dramático suicídio.
Quando ele morreu, o valor médio do salário mínimo era de R$ 590,57, comparando-se aos preços de hoje. Era tempo em que todo mundo tinha emprego.
O desemprego decorre também da modernização da indústria e dos serviços. Porque quem vive o desafio de manter empresas com altas taxas de juros e impostos que representam quase 40% do seu faturamento não vê outro caminho senão trabalhar com o menor número possível de empregados. É disso que falarei amanhã.

coluna@pedroporfirio.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu