domingo, 27 de maio de 2007

ACABOU SOBRANDO PARA A PF

Coluna POVO DO RIO 26.05.07
Pronto. Foi só a Polícia Federal mexer nas relações perigosas entre empreiteiras e políticos para o céu cair sobre a cabeça do seu pessoal.
Se deixar, vão acabar aprovando uma Lei no Congresso limitando sua atuação como nos velhos tempos: colarinho branco volta a ter imunidade e o povo que pague o pato.
Francamente, é possível que tenha havido algum tipo de excesso, como em qualquer outra operação policial. Mas por que só agora estão chiando?
A bem da verdade, a Polícia Federal ainda precisa de mais equipamentos e maiores recursos tecnológicos. Parte do seu pessoal bem que poderia fazer treinamentos mais sofisticados. Pelo que a gente vê, há sinais de um esforço sobre-humano nas suas investigações.
Há também muito constrangimento. Embora observem rigorosamente os processos legais e operem em todos os casos sob a direção do Ministério Público, mediante autorizações judiciais, seus investigadores sabem que ainda pisam em ovos, principalmente quando alcançam detentores de mandatos e titulares de poderes.
No caso, já nem é sobre a navalhada conhecida que estão reclamando. O medo é do que não foi divulgado e do que ainda pode ser apurado, no desdobramento inevitável dessa investigação que devia ter o apoio amplo, geral e irrestrito de todos, doa a quem doer, como disse o presidente Lula.
É que, como não poderia deixar de ser, nesse ambiente de promiscuidade, em que se paga muito mal ao funcionalismo público, desde o próprio cargo de Ministro, isso ia bater mesmo nas portas de alguns figurões.
A revista VEJA desta semana está publicando uma reportagem bomba sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Segundo a matéria, o s dono da Gautama, Zuleido Veras, foi quem bancou a campanha do senador quando disputou a eleição de governador, em 1990. Daí, nasceu uma íntima amizade, sobre a qual um dia o próprio senador ACM se referiu, para mandar Calheiros ficar caladinho.
A revista apontou outra construtora, a gigante Mendes Junior, que pagaria uma pensão de 12 mil reais e mais o aluguel de 4 mil e 500 reais para a jornalista Mônica Veloso, que tem uma filha de três anos com o presidente do Senado.
Isso, que provocou o maior qüiproquó ontem em Brasília, é obra da revista. Mas, com certeza, vai sobrar para cima da PF.

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