quarta-feira, 25 de junho de 2008

Varig de novo na praça: vencer é possível

MINHA COLUNA NO JORNAL POVO DO RIO DE 25 DE JUNHO DE 2008
O pesoal da VARIG trava a mãe de todas as batalhas trabalhistas. Se o Supremo lavar as mãos e se os mais de 11 mil ROUBADOS NA MÃO GRANDE ficarem em casa à espera de um milagre, estarão desmoronando para todo o sempre TODOS OS DIREITOS SOCIAIS dos trabalhadores brasileiros e iniciado o processo de total descrédito de TODOS OS FUNDOS DE APOSENTADORIA COMPLEMENTAR.
Os funcionários demitidos (e não indenizados) e aposentados da Varig marcaram uma nova manifestação de rua para o próximo domingo, quando se encontrarão na praça Nossa Senhora da Paz e seguirão por algumas ruas da orla.
Com essa nova caminhada, os organizadores esperam ganhar uma adesão ainda maior em relação à última do dia 15, tendo em vista a sucessão de acontecimentos que dizem respeito diretamente a todos, inclusive, de forma mais preocupante, o desdobramento do processo de “recuperação da empresa”, cujo prazo está por terminar.
Mas não isso só. Os advogados do TGV – Trabalhadores do Grupo Varig – conseguiram uma importante vitória, com a decisão do Supremo Tribunal Federal de admitir se manifestar no conflito de competência sobre as reclamações trabalhistas dos empregados que não receberam um único centavo ao serem demitidos.
Enquanto a Justiça do Trabalho reconhecia seus direitos elementares, os sucessores da Varig recorriam ao STJ, que optava invariavelmente pelo desconhecimento desses direitos, ao entender que todas as pendências relativas à Varig eram da jurisdição do juiz da Vara Empresarial.
Há ainda outros fatos, apesar do recuo dos senadores oposicionistas em relação à instalação de uma CPI:
1. O CADE – Conselho de Defesa Econômica – voltará a apreciar a compra da “nova Varig” pela Gol, enquanto esta entrou numa corte internacional pedindo de volta metade do que pagou por ter descoberto que caiu no conto da superaviação.
2. A ANAC está adotando medidas em relação ao controle acionário da Variglog, desmascarado com a briga entre os “laranjas” brasileiros e o fundo abutre dos EUA. O que acontecer numa empresa, vai repercutir na outra.
3. O processo sobre defasagem tarifária, de onde poderá sair a grana para reativar a empresa e, sobretudo, pagar ao fundo de pensão Aerus, está andando, ainda que a passos lentos, produzidos pelas manobras protelatórios do governo.
4. O desconforto do presidente Luiz Inácio aumenta com as sucessivas revelações sobre o envolvimento do seu compadre Roberto Teixeira em manobras direcionadas para favorecer o fundo estrangeiro, sabendo-se que desde que ele foi contratado por 5 milhões de dólares esteve seis vezes com Lula – e não foi para falar do Corinthians.
Diante disso, é hora de todos mostrarem suas caras, escreveram às seções de cartas dos leitores, mandarem e-mails para todo mundo, enfim, não existe uma oportunidade mais preciosa do que essa para se obter o resgate de tudo o que foi surrupiado nesses anos.
A manifestação de domingo terá de ser muito maior do que a anterior. Mesmo quem nunca quis participar, mas continua no prejuízo, tem que estar lá na praça Nossa Senhora da Paz. Esse novo protesto poderá ser estratégico dentro de uma luta que só pode acabar com a vitória dos variguianos ativos e inativos.
coluna@pedroporfirio.com

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