As manifestações de rua, com grande apoio da população, têm sido importantíssimas para a reabertura das discussões da situação da Varig e de seus funcionários e aposentados. São as armas mais eficazes na cobrança do respeito aos direitos de cada um.
MINHA COLUNA NO JORNAL POVO DO RIO DE 8 DE JULHO DE 2007
Nesta quarta-feira, todos assaltados no processo da Varig/Aerus têm um encontro ao meio dia para ir bater às portas da Justiça e lembrar que estão vivos. Que querem o respeito a seus direitos, dos quais jamais abrirão mão.
Não me surpreenderá se nesta quarta-feira o azul e branco do mais admirado plantel de nossa aviação comercial vier a colorir todos os acessos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
As associações de profissionais da Varig estão convocando uma manifestação para fazer chegar aos magistrados seu descontentamento, cada dia mais dramático, sobre os rumos do de uma novela que jamais poderia encenado capítulos tão perversos.
O encontro está marcado para o meio dia no prédio das associações de comissários e pilotos, na Avenida Franklin Roosevelt, 84. De lá, os profissionais demitidos e aposentados seguirão até o Fórum, percorrendo cinco quadras em pleno horário de almoço.
O grupo realizou duas comoventes caminhadas em junho pela orla da Zona Sul, ganhando aplausos dos cidadãos por onde passava. Essa repercussão trouxe o caso de volta para a imprensa, agora com maior espaço nos grandes jornais e na própria televisão.
Houve uma lúcida compreensão por parte das vítimas do mais horripilante processo de desrespeito aos direitos trabalhistas e dos aposentados de que ainda há amplas condições para reverter as medidas adotadas conjuntamente pelo governo, sob influência do advogado Roberto Teixeira, insólito compadre do presidente, e pelo juiz Ayub, da 1ª Vara Empresarial, que lidava pela primeira vez com a nova lei de “recuperação das empresas”, um monstro que solapa os direitos dos trabalhadores.
Com a aplicação dessa lei, aconteceu um grande paradoxo: a empresa não teve sua falência decretada, mas, para isso, ganhou o aval da Justiça para abandonar à própria sorte todos os demitidos, que não receberam um centavo de indenização, nem mesmo os meses trabalhados em atraso, com reflexos fatais sobre o fundo de pensão, que, sob intervenção, esgotou suas obrigações, sem que nada se fizesse para garantir o retorno de quem contribuiu ao longo da vida para ter uma complementação em sua aposentadoria.
Na prática, desde que o caso passou para a 1ª Vara Empresarial, o destino da companhia aérea mais antiga e mais respeitada do país foi determinado no âmbito da Justiça. Ali, realizaram-se dois leilões: o que foi ganho pelos próprios empregados, através do TGV – Trabalhadores do Grupo Varig – não foi homologado.
Já o segundo, ironicamente realizado em 2006, no dia em que se celebrava o nascimento do “pai da aviação”, que teve um único lance, praticamente simbólico, oferecido por “laranjas” de um fundo abutre norte-americano – o Matlin Patterson – foi prontamente homologado.
Com as revelações das manipulações direcionadas feitas agora e o reconhecimento dos males provocados pelo “negócio da China” que fez do Sr. Lap Chan o todo poderoso personagem dos nossos céus, a volta dos prejudicados às ruas se tornou uma questão de vida ou morte.
Daí a redobrada importância da presença maciça de todos os prejudicados na manifestação deste 9 de julho.
coluna@pedroporfirio.com
MINHA COLUNA NO JORNAL POVO DO RIO DE 8 DE JULHO DE 2007
Nesta quarta-feira, todos assaltados no processo da Varig/Aerus têm um encontro ao meio dia para ir bater às portas da Justiça e lembrar que estão vivos. Que querem o respeito a seus direitos, dos quais jamais abrirão mão.
Não me surpreenderá se nesta quarta-feira o azul e branco do mais admirado plantel de nossa aviação comercial vier a colorir todos os acessos do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
As associações de profissionais da Varig estão convocando uma manifestação para fazer chegar aos magistrados seu descontentamento, cada dia mais dramático, sobre os rumos do de uma novela que jamais poderia encenado capítulos tão perversos.
O encontro está marcado para o meio dia no prédio das associações de comissários e pilotos, na Avenida Franklin Roosevelt, 84. De lá, os profissionais demitidos e aposentados seguirão até o Fórum, percorrendo cinco quadras em pleno horário de almoço.
O grupo realizou duas comoventes caminhadas em junho pela orla da Zona Sul, ganhando aplausos dos cidadãos por onde passava. Essa repercussão trouxe o caso de volta para a imprensa, agora com maior espaço nos grandes jornais e na própria televisão.
Houve uma lúcida compreensão por parte das vítimas do mais horripilante processo de desrespeito aos direitos trabalhistas e dos aposentados de que ainda há amplas condições para reverter as medidas adotadas conjuntamente pelo governo, sob influência do advogado Roberto Teixeira, insólito compadre do presidente, e pelo juiz Ayub, da 1ª Vara Empresarial, que lidava pela primeira vez com a nova lei de “recuperação das empresas”, um monstro que solapa os direitos dos trabalhadores.
Com a aplicação dessa lei, aconteceu um grande paradoxo: a empresa não teve sua falência decretada, mas, para isso, ganhou o aval da Justiça para abandonar à própria sorte todos os demitidos, que não receberam um centavo de indenização, nem mesmo os meses trabalhados em atraso, com reflexos fatais sobre o fundo de pensão, que, sob intervenção, esgotou suas obrigações, sem que nada se fizesse para garantir o retorno de quem contribuiu ao longo da vida para ter uma complementação em sua aposentadoria.
Na prática, desde que o caso passou para a 1ª Vara Empresarial, o destino da companhia aérea mais antiga e mais respeitada do país foi determinado no âmbito da Justiça. Ali, realizaram-se dois leilões: o que foi ganho pelos próprios empregados, através do TGV – Trabalhadores do Grupo Varig – não foi homologado.
Já o segundo, ironicamente realizado em 2006, no dia em que se celebrava o nascimento do “pai da aviação”, que teve um único lance, praticamente simbólico, oferecido por “laranjas” de um fundo abutre norte-americano – o Matlin Patterson – foi prontamente homologado.
Com as revelações das manipulações direcionadas feitas agora e o reconhecimento dos males provocados pelo “negócio da China” que fez do Sr. Lap Chan o todo poderoso personagem dos nossos céus, a volta dos prejudicados às ruas se tornou uma questão de vida ou morte.
Daí a redobrada importância da presença maciça de todos os prejudicados na manifestação deste 9 de julho.
coluna@pedroporfirio.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário