Colna no POVO DO RIO DE 7.6.07
Eu bem que avisei: A Câmara Municipal não pode legislar nessa polêmica sobre a introdução do sistema que procura dar um jeito na exclusão a cada ano de milhares de alunos pobres da rede de ensino do município do Rio de Janeiro.
Essa matéria está definida numa Lei Federal - a 9394/06, sobre Diretrizes e Bases da Educação. É, portanto, matéria do legislador federal.
Intrometer-se nisso, só para querer desmerecer uma medida oportuna do Prefeito César Maia e de sua Secretária de Educação, Sônia Mograbi, uma das mais competentes que já conheci, é expor o Poder Legislativo mais da conta.
Logo, os educadores mais preparados, que não estão querendo preservar um sistema que faliu, reagiram com indignação e de forma didática:
— Esse assunto tem que ser discutido por educadores, não pelos vereadores. É como se eles quisessem resolver, por decreto, que remédio um médico deveria receitar para seus pacientes – declarou a professora Berta Valle, coordenadora do curso de pedagogia da Uerj. E foi mais além:
- O que os vereadores querem é ganhar voto, não discutir o que é melhor para a educação — criticou Berta.
Segundo a professora, o sistema de ciclos já está implantado em vários municípios e capitais brasileiros com sucesso:
— A escola seriada, que reprova, está preparando bem os seus alunos? Certamente não. Então, vamos implantar um novo esquema para ver — propõe a professora.
Ganhar votos? O vereador Jairinho, do PSC, é muito jovem e, apesar da experiência do pai, o deputado Cel. Jairo, devia saber que os 200 professores que foram impor uma decisão inconstitucional da Câmara, assinada por ele, já são militantes orgânicos ou influenciados pelos seus representantes na casa, entre os quais Eliomar Coelho, do PSOL, e Rubens Andrade, do PSB.
Claro que essa proposta foi mais um duelo na oposição eventual que um grupo está fazendo ao prefeito. No entanto, foi um tiro no pé. Para aprovar um Decreto Legislativo inconstitucional que interfere no currículo escolar, tiveram apenas 25 dos 50 votos da Casa. Não foi, portanto, sequer uma vitória política.
E como o Prefeito poderá derrubar na Justiça tal intromissão, fica a casa com a sobra por ter “vendido ilusões” e perturbado a atividade mais sensível deste país – a Educação.
coluna@pedroporfirio.com
quinta-feira, 7 de junho de 2007
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