domingo, 24 de junho de 2007

EM MAUS LENÇÓIS (III)

Coluna no jornal POVO DO RIO do dia 25.6.07
Como eu disse nas duas últimas colunas, o presidente do Senado ficou em maus lençóis por ter tido a pensão de uma filha fora de casa paga por um lobista de uma empreiteira.
Ele tentou provar que o rapaz era apenas um menino de recado. Que o dinheiro vinha da sua boiada, vendida a peso de ouro, coisa que ninguém acreditou, até porque onde passa um boi passa uma boiada.
Mas ele já deu a entender que não vai entregar o ouro aos colegas sem mais, nem menos. Se cair, não cai sozinho. E é isso que está causando o maior tititi na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Depois de falar que boas relações com empreiteiras não é exclusividade dele, o que levou muitos colegas a um silencioso pânico, seus amigos passaram a espalhar fofocas sobre os colegas que estão querendo sua cabeça.
A mais comprometedora delas foi sobre o senador Demóstenes Torres, de Goiás. Segundo disseram, ele gosta de ir à reunião da ONU, em Nova York, todos os anos, acompanhado de uma bela assessora, que seria completa. Tudo por conta do contribuinte, isto é, por nossa conta, minha sua e de todos os brasileiros.
O senador não negou. Diz que requisita a moça porque não sabe falar inglês. E ela talvez seja a única que saiba usar bem a língua nos contatos de primeiro grau na cidade norte-americana.
De outro senador, José Agripino, do Rio Grande do Norte, disseram que ele está dando calote no Banco do Nordeste, que é do governo, numa dívida de 50 milhões de reais.
Este senador esclareceu que deve e não nega. Mas não é tanto. Sua pendência seria de 2 milhões, que ele não paga por estar contestando a cobrança na Justiça.
Não há nenhuma queixa do Banco oficial no Serasa ou em qualquer desses serviços que nos põe no cadastro negativo se deixarmos de pagar qualquer ninharia.
De onde chegamos á conclusão de que a coisa naquela Casa de Leis não anda nada legal. Pelo que é igualmente difícil antecipar o que será decidido sobre os maus lençóis do sr. Renan Calheiros.
O que se sabe, porém, é que o estrago já foi feito. Da próxima vez, ele precisa ser mais prudente em seus atos. Poderia fazer uma vasectomia, que aí não há como deixar furos.

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