Coluna no jornal POVO DO RIO do dia 24.6.07
Como contei ontem, o presidente do Senado está em maus lençóis. E isso está tirando audiência das novelas de televisão. Todo mundo quer saber como acabará o senador Renan Calheiros, já que nenhuma de suas desculpas convenceu a ninguém.
Lembrando: ele arranjou uma namorada fora de casa, fez uma filha, mas quem paga a conta é um preposto de uma grande construtora que tem as melhores obras das áreas onde o presidente do Senado tem apadrinhados.
A primeira parte não interessa. É assunto particular. Sua esposa já o perdoou. Além disso, com a divulgação dos valores repassados à namorada, ele passou a ser o grande sonho das mulheres de Brasília, todas querendo ter um filho com seu DNA.
Mas essa ajuda do sr. Cláudio Gontijo, da Mendes Junior, não pegou bem. E pode pegar para seu próprio mandato, isto é, o mandato do senador que um dia foi o líder do presidente Collor, cassado por exagerar na dose da corrupção.
Só que o senador Calheiros, que deu mole para a moça, não está a fim fazer o mesmo com seus pares. Vai usar de todas as suas armas, não importa quais, para dar um chega pra lá nos que desejam vê-lo pelas costas.
Primeiro, lembrou que o Senado está anos-luz longe de ser uma casa de freiras. Ao contrário. Lembrou ele muito bem que o melhor para todos é não mexer no vespeiro das empreiteiras e seus amáveis lobistas.
Todos, ou quase todos, como deixou claro, de alguma forma, têm sido merecedores das gentilezas dessas construtoras e de outras fornecedoras para os governos. Afinal, não é qualquer um que se torna senador, que dispõe de acesso direto, amplo e irrestrito, aos centros de decisão do país.
Foi só ele falar que promiscuidade com empreiteiras não é exclusividade sua para que entrasse em campo a turma do deixa - disso, provocando algumas baixas inesperadas.
O senador Romeu Tuma, policial experiente dos tempos da ditadura, teve uma indisposição e pediu licença médica. Ele é o corregedor da casa a quem coube fazer a primeira investigação para provar a inocência do Presidente.
Depois, foi o folclórico senador Epitácio Cafeteira que passou mal e renunciou, porque assinou um relatório de amigo que foi desautorizado por uma reportagem do Jornal Nacional, mostrando que Renan não poderia ter ganho tanto dinheiro vendendo boi por lebre.
domingo, 24 de junho de 2007
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